domingo, 20 de janeiro de 2019

A depressão, o suicídio e a psiquiatria

Numa semana em que se registrou mais um caso de suicídio em Tomar, o terceiro em poucas semanas, importa refletir sobre este fenómeno, as suas causas, e as formas de prevenção.


Um certo tabu envolve o tema do suicídio. Compreensível. Para os familiares de alguém que põe termo à vida não é fácil assumir o problema, leva a questionar o que se poderia ter feito, o que falhou.
Na própria comunicação social, o tema divide opiniões porque há quem defenda que as notícias sobre suicídio têm um efeito de contágio. É com pinças e metáforas que alguns jornalistas tratam o assunto e outros pura e simplesmente omitem.
Sendo o suicídio um problema real e preocupante, entendemos que deve ser encarado de frente e devemos refletir sobre ele. Sobretudo pensar em medidas que podem ser tomadas para o evitar.
No hospital de Tomar funciona a valência de psiquiatria (6° piso), onde o número de camas atualmente disponíveis e o número de profissionais ao serviço é manifestamente insuficiente para as necessidades. Dizem as especialistas que as doenças mentais estão a aumentar e a tendência é para que o problema se agrave.
Numa coincidência trágica, o professor do Politécnico de Tomard que se suicidou em meados de dezembro tinha uma consulta marcada no serviço de psiquiatria para aquele fatídico dia. A depressão, de que dava sinais, foi mais forte.
No caso do funcionário do Convento de Cristo, também encontrado morto em casa no dia 8, foi a bipolaridade e a depressão, a juntar a problemas pessoais, o rastilho para o trágico desfecho.
Depressão é também a explicação apontada para o suicídio de um homem reformado de 72 anos na barragem de Castelo do Bode, no dia 16.
Seriam estas mortes evitáveis? O que poderia e deveria ter sido feito para que estes homens ainda estivessem entre nós?
Não sendo especialista na matéria, parece-nos que algo pode e tem de ser feito para que estes números negros não continuem a aumentar. Estarmos atentos aos sinais dados pelas pessoas que nos estão próximas, aprofundamento das relações sociais e da interajuda e sobretudo um reforço da especialidade de psiquiatria do hospital de Tomar, com mais camas e mais profissionais, eventualmente criando uma equipa que vá ao encontro dos doentes, numa ação mais proativa, podem ser alguns dos caminhos a seguir.
                  JG

6 comentários:

  1. a partir do momento em que criamos uma sociedade em que o proveito próprio está acima de quase tudo senão mesmo tudo, onde é que se arranja tempo para prestar atenção a quem nos rodeia e até nós mesmos...
    as doenças mentais não são uma novidade, acredito que agora se exaltem mais, pelo individualismo que tantas vezes acarreta a solidão, porque queremos swer deuses e nos afastamos dos simples e comuns mortais...
    eu cá por mim, continuarei de pé descalço no chão, com os mortais, com aqueles que erram, mas que apesar da vergonha, o assumem... eu seguirei caminho com aqueles que primam pelo "não te vou fazer, o que não gostava que me fizessem"...

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  2. Diga-se que certos comentadores anónimos deste blogue parece fazerem tudo o que está ao seu alcance para que os seus semelhantes percam a esperança numa sociedade mais livre, mais justa e mais fraterna. E sem essa esperança, o caminho é curto e rápido para o desenlace final. Como reza o dito popular bem conhecido, "Antes a morte que tal sorte."

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    1. De ti vejo duas hipóteses, pelo modo como misturas conceitos desta forma ridícula e carregada de falsa moral e bons costumes.Ou és tonto, ou aspirante a membro do clero.

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  3. Seria adequado referir o nome e habilitações do autor do comentário.

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    1. Não estou a ver porquê ou para quê, sr. dª. Cecília. Para irem de cana na ramona?
      Duvida da pertinência do que é dito? Então faça favor de ler com atenção alguns comentários anónimos que por aí andam. Por exemplo naquela crónica "Anabela Xinginping". Não há quase nada que não digam do odiado autor do post. Mas ninguém rebate o que ele escreveu. É só ataques pessoais. Se nem respeitam a velhice...
      Com que finalidade? Ajudar? Quem?

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  4. De facto todos devemos acreditar e lutar por uma sociedade mais livre, fraterna e Justa, em geral. A mim parece-me é que "certos comentadores anónimos fazem tudo ao seu alcance" para denunciar abusos dos poderosos, questionar decisões duvidosas de uso de dinheiros públicos, estranhar a falta de projetos públicos que garantam o desenvolvimento económico, denunciar incompetentes que chegam a dirigentes por troca de favores em ambientes pouco democráticos. Por outras palavras, não serem palermas e serem críticos no mundo atual.

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