segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Equipa do Canal História proibida de filmar no Convento de Cristo e nas igrejas

Até esta segunda feira, dia 7, encontra-se em Tomar uma equipa de filmagens da FTP Broadcast, em colaboração com a produtora de televisão norte-americana Karga 7, que está a gravar um documentário sobre os Templários a emitir no programa “Buried” do Canal História.

As filmagens começaram no dia 4 mas a equipa está a enfrentar alguns obstáculos. É que nem a Direção Geral do Património Cultural autorizou filmagens no Convento de Cristo, nem o padre Mário Duarte deixou que filmassem na igreja de Santa Maria do Olival.
Isto porque, alegadamente, o documentário não tem carater científico e explora o lado mais esotérico da Ordem dos Templários com destaque para os túneis que existiriam a ligar a igreja ao castelo.
A equipa de filmagens está a ser acompanhada na cidade por João Fiandeiro, da empresa Caminhos da História

Nota: Já depois de publicado o texto acima, soubémos que o padre Mário Duarte, vigário de Tomar, acabou por autorizar as filmagens.

5 comentários:

  1. Acho muito bem proibirem, só vem cá para dizer mal PQP, vão dar banho ao cão.

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  2. Mais um pontapé no turismo e mais uma amostra do autoisolamento, em nome ou em controle de entidades desconhecidas mas senis, a que está votada a cidade e o seu concelho. Querem assim crescer? Ter desenvolvimento? Atrair população? Reter os jovens? Força! Estão, por conseguinte no bom caminho. Não esqueçam é do seguinte: A importância do canal em causa, é seguida pelos 4 milhões de membros, da associação americana dos templários, nada está em causa sobre a religião, muitos deles são católicos ou cristãos de outras confissões. Agora determos preconceitos e afastar tudo quanto se aproxima só indicia e acentua o definitivo expirar da cidade e, consequentemente, determos um concelho fantasma, de Património a Escória da Humanidade!

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    1. esta é uma cidade de pretenciosos, pseudo intelectuais e ignorantes

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  3. A MINHA TÓTÓZADA É MAIS PURA DO QUE A TUA

    Tinha de ser! Mais tarde ou mais cedo os novos guardiões (ou guardiães?) do templo tinham de sair à praça de vestes e túnicas a esvoaçar, varapaus em riste, e correr com os hereges pagãos que vêm, nem que seja só com o olhar, conspurcar os sacro-santos lugares da sua tótotozada – a verdadeira – do turismo históricó-culturaló-religioso.
    Tanta devoção, tanto rigor histórico e científico que a gente observa por estas bandas, deixam uma pessoa derreada.
    Então quer dizer: essa coisa da festa dos tabuleiros que um francês (que ainda para mais era ingenhêro) inventou e fez na cidade, a partir de uns festejos que havia aí pelas aldeias é mesmo mesmo autêntica! É o espírito santo que ilumina as cabeças. Só pode.
    E agora temos essa pérola, uma coisa tipo medieval, inventada recentemente e já cheia de tanta (mas tanta) tradição, feita em outsoucing (vem uma empresa de Gaia fazer) que dá pelo nome de festa templária. Extórdinário!
    Basicamente consta de apagar as luzes quando vêm uns cavalos com uma pessoa em cima vestida com uma túnica medieval branca e um pau a arder na mão. Eu juro que até vi uma cavaleira templária assim nestes propósitos, com um ar grave a chegar à cidade. Não tenho a certeza, mas penso que o espírito santo não entra nesta. Mas esta de pôr uma cavaleira templária – uma mulher mesmo, que agora não há descriminação – é tão autêntica, tão histórica, tão cultural, que nem aos próprios templários lembrava.
    Agora a sério (mas só um bocadinho, que eu explicações só recebendo algum e não estou para me colectar que me dá cabo do IRS).
    Vivemos num mundo de representações, numa sociedade do espetáculo. O turismo (mesmo nestas versões culturais) é um dos modos dessas vivências de uma sociedade sem norte nem pé, que deambula por entre narrativas históricas como quem procura o fixe e o seguro na violência de uma enxurrada.
    Procura-se sempre o objecto concreto, a prova irrefutável e material que faça a ponte entre a fantasia dominante – aquela em que vivemos – e o mundo das coisas mesmo. Ela é a arca doirada do Indiana Jones, os Santos Graais, relíquias e santos túmulos, altares e caminhos de santiago.
    Por cá, temos o Convento e mais a Igreja de Santa Maria (já quase sem olivais). Temos ainda uma enorme narrativa feita com romances e interpretações históricas, tudo coisas que têm muito pouco a ver com a verdade (isso agora não interessa nada)… e podíamo-nos tentar governar com isso. Há também os veículos modernos de distribuição da narrativa, os Canais História e nacional Geographics. Há tudo. E há, obviamente, montes e montes de totós que de low cost, calções e chinelos, deambulam mundo fora na procura de coisas reais, mesmo que constem nas brochuras do turismo, que lhes deem conforto a uma vida sem sentido e destino a uns cobres e tempo livre.
    E é neste contexto, quando, sorte das sortes, se preparava, de modo gratuito, uma mega operação de publicidade mediática a nível mundial, que daria mais que razão ao Paulo Futre a dizer “vai vir” milhares de cromos para confirmar a suspeita de um túnel (que nunca existiu) entre a igreja e o convento (o que isto me lembra os livros dos 5)… é então agora que uns puristazitos da treta se lembram de invocar a pureza da coisa para não abrir mão da coisa.
    É deprimente. Mete um bocadinho de dó.

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  4. Só mais um acrescento:
    Isto lembra-me (e é mesmo) o mecanismo mental das virgens velhas.
    Recusam-se a abrir as pernas invocando a pureza da coisa que querem conservar (refiro-me à pureza), tendo disso enorme orgulho e glória.
    Ninguém lhes explicou que é só uma narrativa. Que, tal como no túnel que vai da igreja ao convento, ninguém verdadeiramente está interessado em meter-se em tal buraco. É só uma fantasia, cada vez mais encadernada a história, que remete, com cada vez maiores doses de imaginação, para tempos áureos que não se sabe bem como terão sido ou, sequer, se chegaram a ser.
    Quando se recusa a abrir as pernas, principalmente quando, pelos vistos, havia alguém interessado em ver, e disposto a pagar para isso, ela, tal como os gardiãos (ou ões) do convento, abdica de alguma prosperidade que aqueles cobres propiciariam. E a única coisa que salva é mesmo a honra do convento.

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