terça-feira, 8 de agosto de 2017

Arquiteto da Levada contratado para reabilitação do Convento de S. Francisco

O arquiteto Cândido Chuva Gomes, responsável pelo projeto do “Complexo Cultural e do Museu da Levada”, foi novamente contratado pela câmara de Tomar desta vez para elaboração do projeto de reabilitação do Convento de São Francisco, edifício onde funcionou o quartel do Regimento até meados do séc. XX e onde estão instalados os serviços da Comunidade Intermunicipal, ADIRN, Museu dos Fósforos, etc.

O contrato por ajuste direto foi assinado no dia 20 de julho. O projeto custa 24.600 euros e deve estar concluído no prazo de quatro meses.
Segundo o contrato, pretende-se que a intervenção a prever no projeto “contribua para o reforço da importância do edifício enquanto equipamento cultural, com vocação para acolher o visitante (Wellcome center, instalações sanitárias, posto turismo, cafetaria) em perfeita compatibilização com as estruturas e atividades já ali instaladas, concretamente, o Museu dos Fósforos e a sede da Comunidade Intermunicipal do Medio Tejo”.
Outro objetivo é que se potencie a localização privilegiada do imóvel “(em articulação com o interface CP (Comboios de Portugal) e Estação de Camionagem, bem como o estacionamento para autocarros de turismo)”.

2 comentários:

  1. Uma pessoa até se arrepia com notícias destas.
    Eu explico porquê.
    Toda a gente sabe que Tomar é uma cidade bonita. Pois. Mas foi sem querer.
    Temos um espelho d’água encantador e uma roda que roda muito bonita. Fica tudo muito bem em qualquer postal ilustrado.
    Mas a roda era para regar umas hortas e o espelho d’água era para uma levada que era para umas indústrias que se fosse hoje nunca seriam autorizadas.
    Tudo o que há de bonito em Tomar não era para isso. Era para outra coisa qualquer.
    Não é que não se tenha trabalhado, e muito, para que Tomar potencializasse a sua enorme beleza.
    Então vejamos: criou-se uma zona histórica, proibiram-se viaturas e comércio indesejado. O sucesso nota-se a olhos vistos: já não há habitantes.
    Até havia um parque de campismo quase no centro da cidade. Já não há. Houve intervenção e planeamento de especialistas competentemente contratados ou empregados pala edilidade.
    Mas a edilidade precisa de dinheiro para a sua nobre missão. (Até põe telhados no mercado que proíbe aos munícipes que pagam o seu IMI) Então vai de cobrar parqueamento.
    Como acha que isto é uma terra histórica, vai de comprar ruínas – o tal convento de Santa Iria – e pôr-lhe fotografias antigas a tapar as janelas para quando a festa dos tabuleiros passar.
    E assim por aí fora, até que um dia isto será só cenário.
    Agora viraram-se para a Várzea Grande. Nossa Senhora!

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  2. Muita gente não tem idade para poder acreditar nisto. Mas é verdade.
    Houve tempos em que, em Tomar, não havia desemprego. Havia muito, muito emprego. Muitas fábricas, muita agricultura, muito comércio. Até bancos havia. Não me refiro aos espanhóis ou à internet. Não. Eram bancos de capital tomarense: a casa bancária Gonçalves da Silva e a Mendes Godinho. Tudo coisa que até justificava uma delegação do Banco de Portugal cá na terra. Parece ficção, mas era bem real. Pois, mas tudo isto já era.
    Ainda está vivo um arquitecto que na altura dava uma colaboração à Câmara: um parecer, um projectozeco, tudo coisas pagas à peça e, mais das vezes “pró bono”.
    Era assim, mas tudo desandava.
    Agora, em plena democracia, esses tempos negros estão ultrapassados. Fechou tudo o que dava emprego produtivo. Na zona do Flecheiro, onde era uma serração e carpintaria que exportou muito para a construção dos arredores de Lisboa, é agora um condomínio privado cujos inquilinos não se pode dizer o nome.
    O emprego também aumentou – e muito – mas é na própria câmara. Entre administrativos, fiscais, engenheiros e arquitectos, quantas pessoas é roçam o real rabinho por aqueles serviços, com direito a subsídio de férias e Natal?
    Mas a máquina democrática não se fica por aqui. É a presidenta e mais os vereadores, é o chede gabinete e mais o gabinete; é Assembleias que a coisa quer-se mesmo democrática.
    E se uma pessoa normal perguntasse a um arquitecto daqueles, concretamente, o que é que fez na ultima semana… é melhor nem perguntar.
    Tudo está montado para que não se consiga vislumbrar um vínculo de causalidade, uma ténue relação, entre os impostos que são sacados ao trabalho produtivo de quem o exerce e o ninho de ratos parasitas que se chama poder local democrático.
    Em cima disto tudo adjudicaram sem concurso mais um trabalho a um arquitecto de fora.
    Não questiono o ser arquitecto. E formalmente até será “de fora”. Mas alguma relação há-de ter “lá dentro”.

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