Câmara de Tomar esconde informação

Depois de termos solicitado à câmara de Tomar, por três vezes, o envio de informação sobre a aquisição de serviços de assessoria em comunicação deliberada na reunião de 25 de maio, a única resposta que obtivemos foi o silêncio.
A câmara de Tomar não respondeu a nenhum dos três e-mails que enviámos a pedir alguns dados sobre o assunto. Em concreto solicitávamos o envio de cópia da informação n.° 3215/2015 da Divisão Financeira na qual se baseou a deliberação, e dos dados sobre o nome da empresa contratada, o montante em causa, o prazo do contrato e o tipo de serviços a prestar.
Mais grave ainda é o facto de esta sonegação da informação não ser inédita no atual mandato.
Anteriormente solicitámos o envio de cópia de outros documentos que nunca foram enviados apesar dos pedidos insistentes. Ainda hoje aguardamos o envio do relatório anual (2014) da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, informação sobre a autoria e custos da nova identidade gráfica do Município e o protocolo celebrado com a Liga dos Amigos dos Bombeiros.
Infelizmente esta falta de transparência revela-se uma postura cada vez mais corrente na câmara. Há uns meses o cidadão António Rebelo solicitou informações sobre as obras que a paróquia estava a fazer na capela de S. Gregório e na igreja de S. João Baptista. A câmara só respondeu depois de o cidadão apresentar queixa na Comissão de Acesso aos Documentos da Administração Pública (CADA).

Por isso podemos dizer que a Câmara de Tomar mente quando…

- diz que “todas as semanas recebe via e-mail, ou por mensagem privada através do Facebook, inúmeros pedidos de esclarecimento, críticas e sugestões, os quais são imediatamente encaminhados e respondidos.”

É mentira conforme se pode constatar com os casos que apresentamos. Nem depois de várias insistências há qualquer resposta. O gabinete de comunicação não responde e o gabinete da presidência, se antes de limitava a acusar a receção do pedido, agora nem isso.


- diz que “tem como política permanente procurar responder a todas as questões colocadas, quer pelos órgãos de comunicação social, quer pelos cidadãos, mantendo uma atitude de permanente disponibilidade e transparência, valorizando os valores essenciais da liberdade de opinião que fundam o estado de direito democrático em que vivemos desde há 41 anos, não tendo sido sobre esta matéria questionado por qualquer órgão de comunicação social, ao contrário do que comentários colocados a circular na internet dão a entender”.

É mentira porque a câmara não responde aos assuntos que não lhe interessam. Além disso, numa lógica de controlar a informação, a câmara, de uma maneira geral, não dá conhecimento antecipado à comunicação social sobre reuniões, assinaturas de protocolos, visitas, etc., mas envia posteriormente uma nota de imprensa e fotos que a maior parte dos órgãos de comunicação social publica sem questionar nem ter estado presente.

Os políticos são eleitos por determinado prazo e devem prestar contas aos cidadãos sobre todos os assuntos da gestão autárquica. Os munícipes têm o direito de saber onde é gasto o dinheiro público porque é o dinheiro de todos nós. No caso da atual maioria PS/CDU, pergunta-se, onde está a transparência?