sábado, 2 de fevereiro de 2019

Bloco de Esquerda contra transferência de Competências para a Câmara já este ano

Opinião

Na última reunião da Assembleia Municipal de Tomar, a vereadora do Bloco de Esquerda manifestou a opinião do seu partido sobre a transferência de competências, tendo votado contra a deliberação do executivo da Câmara Municipal de Tomar em aceitar já em 2019 algumas competências e recomendando outras para serem para a CIMT, tendo referido que o Bloco de Esquerda considera que a Lei n.º 50/2018 define princípios que não se encontram ainda assegurados, considerando ser assim prematura a decisão da autarquia de Tomar. Para o Bloco de Esquerda este processo só fará sentido se estiver garantida a autonomia da preservação financeira da autarquia, a qualidade no acesso dos serviços públicos e a transferência do Estado para as autarquias de meios financeiros, técnicos e humanos que permitam o desempenho das novas competências.

O Bloco de Esquerda defende que os serviços e meios devem estar o mais próximo possível das populações, devendo as competências serem transferidas para o órgão mais competente para as executar. No entanto a este processo se deve impor o princípio da democraticidade e, como tal, o órgão que poderá receber essas competências tem de estar legitimado pelo sufrágio direto e universal dos portugueses e portuguesas, no exercício do princípio base de cidadania democrática.
Nesse contexto as autarquias locais, que foram eleitas pelos cidadãos e cidadãs do seu concelho, não levantam dúvidas, no que diz respeito à legitimidade para receber as competências associadas a este processo, quando se trata de Comunidades Intermunicipais, esse princípio não está garantido, pois esses órgãos de representação autárquica, não foram sujeitos à votação universal e direta dos eleitores dos concelhos que representam.
Por outro lado, considera o Bloco de Esquerda que este processo que surgiu do acordo entre o PS e o PSD, que teve a oposição de todos os outros partidos representados na AR, está a ser conduzido pelo Governo de uma forma apressada e opaca, não sendo garantido que este processo não levará ao desmantelamento de serviços públicos, potenciado pela eventual ausência de meios e escala em muitos dos órgãos autárquicos, que fatalmente recorrerão à subcontratação de muitos desses serviços a privados ou ao surgimento de uma nova proliferação de empresas municipais e intermunicipais, para proverem ao exercício dessas competências.
Os serviços que se devem aproximar das populações, com este processo e num cenário previsível de falta de meios, caminharão no sentido contrário.
Também considera o BE como princípio fundamental, que todo o processo de descentralização de competências deve ser acompanhado de financiamento suficiente e adequado, para que as autarquias locais assumam as suas novas competências de forma plena e eficaz, e dessa forma esses serviços e bens cheguem à comunidade a que se destinam, o que neste momento não está na opinião do
Bloco de Esquerda minimamente garantido, podendo isso significar que não havendo meios, nada se faça e nos próximos tempos os problemas existentes, se agravem.

                             A Deputada Municipal pelo Bloco de Esquerda,
                                                Maria da Luz Lopes

*Assunto votado na 1ª Sessão Extraordinária de 2019 da Assembleia Municipal de Tomar 25 de Janeiro

4 comentários:

  1. Resumindo: o que a senhora deputada municipal defende é a treta da Regionalização, "a votação universal e direta dos eleitores dos concelhos que representam". Que Mil Terreiros do Paço Floresçam" neste retângulo com pernas longas num país que é, cultural e historicamente a-regional...
    Regionalização nunca!

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  2. Para que não nos acusem de ser sectários, informamos que, quer o PS Tomar, quer a câmara de Tomar, deixaram de enviar informações e comunicados para o Tomar na Rede.

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  3. Ouvi há dias esta senhora na assembleia municipal e devo dizer que fiquei estupefacta - a senhora nem falar sabe. É verdade que o nível daquele grupo de amigos - a assembleia municipal, claro - é muito baixo, com exceção para o presidente da junta da junceira e serra que gostando imenso de se ouvir a si próprio consegue proferir frases inteiras sem grandes erros gramaticais. Ah, e a sra. presidenta, que também se explica sempre com o ar de que está a dizer a maior verdade...mas, vai-se a ver a afinal parece que começa a ser voz comum que a senhora mente frequentemente com todos os dentes que tem - agora umas mentiras mais bonitas porque se foi ao dentista...

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    1. Ora até qu enfim que consigo ler aqui um comentário com o qual concordo inteiramente. Por isso me limito a aplaudir tanto o conteúdo como a forma. Quem assim fala, não me parece que padeça da garganta, ou da cabeça.
      Em Tomar está a tornar-se coisa rara pelos tempos que correm.

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