domingo, 20 de janeiro de 2019

Assim se comenta em Tomar

Opinião

Já não há Rua das meninas, mas ainda restam algumas tentando ajudar maiorias locais em dificuldade



"Ó homem: sossegue. Ninguém lhe faz mal. Você não presta, como toda a gente sabe, mas ninguém lhe faz mal. em Anabela Xi Jinping?"  

Este mimo de prosa de alto coturno, faz parte de um comentário, Anónimo, que Tomar na rede decidiu não publicar. Decerto por considerar que, sendo embora um serviço público de informação, não é contudo um serviço público de ofensa, má-língua & companhia. Muito menos uma das raras instalações sanitárias municipais da urbe, onde cada qual pode aliviar-se relativamente à vontade.
Apesar do anonimato, há indícios que não enganam. Como o algodão daquele anúncio da TV. Desconfio portanto que conheço a sua autoria. Numa cidade tão pequena só me consta uma língua bem conhecida na movida nocturna local, capaz destas e de outras coisas, incluindo na posição horizontal. (Note-se que escrevi "movida", um termo madrileño só para iniciados. e não má vida, que também poderia ser apropriado, dependendo dos pontos de vista).
Aos factos. Sem de todo querer, como bem resulta do conteúdo textual, quem assim escreveu, acertou em cheio com a frase "Você não presta, como toda a gente sabe..." Na verdade, "como toda a gente sabe", não presto para fazer de conta, não presto para vergar a espinha, não presto para aturar parvoíces e ficar calado, não presto para elogiar o que está mal, não presto para levar andores de falsos santos, não presto para ficar calado perante a desgraça colectiva, não presto para evitar protestos justos, não presto para calar a verdade, não presto para mentir aos outros ou a mim próprio, não presto para me esconder no anonimato, não presto para vender a alma ao diabo, não presto para me acomodar, não presto para lamber botas...
Nestas condições, resta-me considerar incompleta a frase "Ninguém lhe faz mal", repetida no comentário, o que denota no mínimo evidente nervosismo. Se não erro, a frase está  incompleta. Deveria ter sido Ninguém lhe faz mal, porque ainda não conseguimos descobrir como. Parece-me a única interpretação plausível, tendo em conta a anterior expressão "Ó homem sossegue". 
Uma vez que nunca me queixei  de falta de calma, de sossego ou de serenidade; dado que tenho dormido muito bem e assim tenciono continuar, essa estranha recomendação de sossego pode muito bem ser uma tentativa tipo mafioso, canhestra é verdade, para me intimidar e assim coibir. Há gente para tudo. "Até para comer pão com ranho", disse-me uma vez um alentejano. Mas esquecem que estive na guerra, como operacional de arma na mão. De forma que as ameaças implícitas ou explícitas...

A fechar, outro troço literário de elevado gabarito, igualmente suprimido pelo Tomar na rede. Anónimo e bem esgalhado, mas infelizmente repetido já por diversas vezes aqui no blogue, assim tipo chapa 2, o que denota nítida falta de munições e, pior ainda, falta de capacidade para desarrincar outras prosas. Cada um só escreve o que pode:

"Este Rebelo é mesmo boçal e bronco e ressabiado. Mas tem-se como muito culto, com muitas habilitações, muito inteligente e até bastante viajado. Ele vai longe. O problema é não ficar por lá. Numa altura em que temos tantos problemas de poluição," 
Note-se a evidente incoerência entre "Tem-se como... e até bastante viajado" e a frase logo a seguir: "Ele vai longe." Afinal em que ficamos? Tenho-me como... ... ...bastante viajado? Ou tenho mesmo viajado bastante? Porque, de outro modo, não vejo como possa ter ido  longe.
Seja-me permitida outra complexa dúvida: Perante um comentário destes, quem é realmente boçal, bronco e ressabiado? Quem polui mesmo este blogue? Eu? Ou quem tem o desplante de descer ao nível do esgoto, escrevendo comentários assim, sem qualquer relação directa com a matéria antes publicada, quem sabe se para ganhar a vida, graças a um lugar à roda da gamela municipal, ou no âmbito de um ajuste directo?
Depende dos pontos de vista, não é? Influenciados ou não pelo ganha-pão.  A vida é dura e custa a todos. Mais a uns do que a outros.
Mas por este caminho, a tentar achincalhar os raros críticos, em vez de debater serenamente as suas ideias, não vamos longe como comunidade. E não havendo comunidade, também não pode continuar a haver mama.
Mas também é verdade que, ao que se diz, os porcos nunca se dão conta de que estão indo para o matadouro
                             António Rebelo


13 comentários:

  1. Apesar das discórdias que temos tido em assuntos diversos, tenho-o em mui elevada consideração, não só pelo conhecimento que apresenta da Cidade Nabantina, como pela forma espevita, direta e arrojada como o faz. E não se esconde atrás da figura anónima que muitos usam para não revelarem ao mundo a sua verdadeira imagem, que poderia ficar irremediavelmente danificada com a leitura da sua prosa que ao Português tão mal faz.

    Acho bem, concordo, que se defenda de quem dispara ataques pessoais ao ritmo das péssimas obras, concursos e outros que mais têm sido alevantados e apregoados pelo executivo da CMT, ou seja, dispara sem sentido e sem qualquer travo de verdade e/ou razão de o ser.

    Despeço-me, até à nossa próxima discórdia! (não anónima e não injuriosa)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Figo na expectativa. Entretanto cumprimento-o cordialmente e com alegria.

      Eliminar
  2. Mais um moralista a reclamar dos anónimos. Por acaso até é político profissional: uma condição em que o anonimato público é tão miscível como a água e o azeite. Será assim tão difícil que estes moralistas percebam que o cidadão (não integrado em partidos, nem numa estrutura dominante) se sujeita a represálias (até profissionais) se questionar o poder? Ou será que face à contundência de certos comentários e face à dificuldade de os contraditar resta o argumento do "feio" anonimato.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se por acaso se refere ao autor da crónica inicial, o que não é nada claro no seu comentário, devo dizer que está totalmente enganado. Nunca fui, não sou nem pretendo vir a ser político profissional. Nem sequer amador eleito. Já fui mas não tenciono repetir a dose.
      Quanto ao resto do seu texto, tem razão até à penúltima frase, mas entendeu mal o que escrevi. Se voltar a ler, verificará que apenas critiquei os anónimos que se aproveitam dessa condição para ofender os outros, em vez de dabaterem de forma civilizada os assuntos expostos.
      Dificuldade em contraditar certos comentários mais contundentes? Onde é que você viu isso? Quando?

      Eliminar
  3. Este senhor dá-se ao entretém de escrever estas coisas reportando-se a um outro texto que ele e a "direcção" do blogue censuraram.
    Dizem dele, e vitimizam-se que nem umas virgens ofendidas, o que o Maomé não disse do toucinho.
    Continuam repetidamente a censurar tudo o que lhes desmascare a careca.
    E ainda ficam convencidos que nós estamos convencidos que eles são um raio de luz na qualidade e liberdade de expressão.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Perdoa-lhes Pai! As criaturas julgam que sabem o que escrevem, estando todavia enganadas. Dada a hora, meia noite e dois minutos, deve ser sono, pinguita ou outras coisas que não se mencionam agora aqui, por recato e verniz social (que elas, as tais criaturas, parecem ignorar o que seja). É muito explícita esta parte de frase: "ficam convencidos que nós estamos convencidos". Uma beleza literária. A revelar que, para cúmulo, ou é alguém com a mania da realeza, que o/a leva a usar o Nós majestático, ou são várias criaturas, que enfim, cala-te boca. De qualquer maneira, se for só sono ou pinguita, siga o baile que não é nada de grave.
      E quando for, o Zé Gaio pega na tesoura do bom senso. É de interesse comum que o Tomar na rede não se transforme numa latrina.

      Eliminar
  4. Não. O texto é relativo ao comentário de Tiago Nunes (das 13h 02m), nome talvez erradamente associado a um político local. Quanto ao resto, estou em geral de acordo com os seus comentários (neste blogue como estava no "Tomar a dianteira").

    ResponderEliminar
  5. Um debatezito e uma tertúlia em comentários de blogues, não faz mal nenhum, até pode ter a sua piada e, dado o deserto, até pode funcionar como “cassete de limpeza”, para quem escreve e para quem lá vai espreitar.
    Ser anónimo também conta. Desde que mantenhamos a postura (para quem a tem, é claro) e consigamos resistir ao abandalhamento e à “rasquização” da linguagem.
    Mas isto são coisas difíceis de manter com este Rebelo (repito, e espero que assim se compreenda, que tenho gosto em não conhecer).
    De facto, à mínima “coisa” que não entende, ou que lhe toca no seu convencido e empedernido ego, o cavalheiro desbunda logo para o nível da “latrina” e da bebedeira. Apela ao Zé Gaio para exercer a censura sobre os textos dos outros quando ele mesmo os cita escondendo a fonte.
    Já houve quem chamasse a atenção para a idade do senhor. Alguns, seus amigos e defensores, referem-se-lhe como “o coitado do Rebelo”.
    Certo. São razões mais do que suficientes para que o deixemos em paz publicando e publicitando a sua genialidade literária em blogue alheio, que o dele teve de fechar por falta de clientela interessada no produto.
    Eu por mim também o vou deixar em paz. Mas é mais para fazer jus àquele ditado irlandês:
    “Nunca lutes com um porco. É garantido que te sujas. E o porco gosta”.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. As tretas do costume, repetidas ad nauseum.
      Com que então, o porco gosta? Já se desconfiava que o autor de prosas assim, por vezes de uma chocante indignidade, conseguia falar com animais irracionais, como o bácoro, por exemplo.
      Pode ser que ainda um dia venha a aprender a dialogar também com os humanos seus semelhantes. A julgar pelo ponto de partida, não vai ser nada fácil.
      Segundo a literatura sobre o assunto, as neuroses são de muito difícil remissão, sobretudo quando resultantes de ódio doentio aos outros, por deficiência de formação humana. Ou de formatação, como se diz agora.
      Deixe-se de tretas. Assuma-se. Assine por baixo. Renuncie às calúnias, às mentiras e ao uso de vocábulos fora do seu contexto. Um exemplo: Um leitor não identificado usou a expressão "coitado do Rebelo", no contexto de vítima das barbaridades de determinada anónimo que é você. Onde foi buscar que os amigos dele o tratam por coitado, a não ser como sua vítima? É fazer o mal e a caramunha, tipo peixeira do Bolhão.
      Passar bem e com a melhor saúde possível, é o que se deseja.
      Sem assinatura, pois para anónimo, nada melhor que outro anónimo, mais habituado à tolerância e ao diálogo sereno.

      Eliminar
    2. Está à espera que lhe responda? Pois sente-se, pegue num bom livro, ou vá olhando para a TV.

      Eliminar
  6. Ó rebelo:
    Levas cada bailarico!
    É o engraçado é que danças mesmo com muita força.
    Continua que a gente gosta.
    És mesmo um valentão.
    Chegas para eles todos.
    Isto sem o Rebelo enraivinhadinho não tinha gracinha nenhuma.

    ResponderEliminar
  7. Um dia, quando tiverem vagar e vontade, façam-me uma favor: expliquem-me lá onde foram buscar essa do "enraivinhadinho", que terá a ver com raiva, penso eu de que, porém não existe sequer no dicionário. Pelo menos naquele que consultei. O que significa que estou outra vez perante aquela aventesma que escreveu que "o porco gosta", assim mostrando que consegue comunicar com o dito animal. Ele há coisas!

    ResponderEliminar
  8. Não, o anónimo anterior, e eu, não somos a mesma entidade. Essa sua vontade de coartar o direito à publicação em formato anónimo neste blog é patológica, sabe que as regras são essas, mas insiste em se sentir vítima das mesmas, não gosta,, temos pena.
    Deixo um copy-paste publicado pela F. Câncio, sobre a frase do porco.
    - Às vezes somos mesmo forçados a lutar com porcos, quando algo muito importante depende disso, quando tem mesmo de ser. A questão é a de saber se chegou a altura de o fazer. Porque o risco é sempre enorme, e não tem nada que ver com coragem, ou falta dela: é que o porco leva-nos uma incomensurável vantagem na porcaria, e é muito difícil terçar, com seriedade, argumentos com alguém apostado em sacar de todos os truques baixos do cardápio, de todas as cartadas do populismo, da demagogia e das falsidades mais abjetas, usar todos os maus sentimentos e toda a ignorância e ingenuidade dos que assistem à refrega no sentido de fazer valer a sua posição.
    - José Joaquim mais conhecido por JJ

    ResponderEliminar