sábado, 29 de dezembro de 2018

“Small is beautiful”, mas muito perigoso

Opinião

Asseveram os americanos mais evoluídos, e os respectivos seguidores por esse mundo fora, que small is beautiful. Pois será. Mas é também muito perigoso. Na área da comunicação electrónica, por exemplo, quando se enviam comentários, tudo depende do media ao qual são enviados.

Tratando-se de um grande periódico online, tipo El Pais, Guardian, Le Monde ou Washington Post, uma de duas. Se o comentário questiona uma matéria ou a maneira como ela está escrita, é publicado e por vezes até tem resposta. Se, pelo contrário, o comentador avulso resolve criticar apenas ou mesmo sobretudo quem escreveu o texto jornalístico, aí é logo rejeitado, com  a indicação " eliminado porque não refere se à matéria publicada, nem à forma como está escrita".
Pequeno blogue de província, Tomar na rede não se pode dar a esse luxo, sobretudo para não criar inimigos de estimação. (E mesmo assim...) Publica portanto quase tudo o que lhe mandam os anónimos habituais, tornando-se assim muito perigoso. Sem intenção, mas muito perigoso.
Isto porque, ao abrigo dessa liberalidade, tornou-se um hábito largamente partilhado criticar, tentar demolir, procurar abandalhar não aquilo que se escreve, ou o estilo de escrita, mas apenas e só quem escreve. A pouca vergonha é tanta que até já se chega a admitir tal situação, como se pode constatar neste excerto.
"É que ele não se pronunciou nem um pinguinho sobre a matéria sobre que tenha havido opinanço. Pronunciou-se unicamente sobre o opinante, sobre a sua vaidadezeca."  (Pode ler o comentário todo aqui)
Justificação dada pelos próprios para tão insólito comportamento: gozo, puro divertimento. Tudo falsidades para tentar dissimulatr o óbvio. Se fosse apenas para se divertirem, quanto mais escritos meus aqui publicados, mais matéria teriam para gozo. Porquê então solicitar ao administrador do blogue que adopte uma de censor proibindo-me de escrever, ou no mínimo limitando os meus escritos? Não acredita? Faça favor de ler aqui.
No meu entendimento, não se trata nada de brincadeira, gozo ou divertimento, mas muito simplesmente de trabalho encomendado e pago, indirectamente e por baixo da mesa, por gente da autarquia.
Vendo o terreno a fugir-lhes debaixo dos pés, a opinião pública a virar-se para outros ares, a reeleição cada vez mais problemática, a governação a complicar-se de dia para dia, incapazes de responder frontalmente às críticas que sabem justas e moderadas, resolveram recorrer a meios menos ortodoxos para silenciar a única voz tomarense que os incomoda realmente.
Após lerem estas linhas, vão, bem entendido, jurar a pés juntos que é tudo mentira. Pois seja. Mas em política aquilo que parece é, e, neste caso, o que parece é que só a actual maioria ficaria mais descansada caso eu me calasse, ou, pelo menos, perdesse alguma credibilidade. Infelizmente para eles, há mais de 60 anos que escrevo e não tenciono calar-me. Quanto à credibilidade, entre os senhores eleitos e este reles escriba, os leitores dirão de sua justiça.
Um apelo final ao administrador do blogue: Urge adoptar a doutrina dos grandes media online. Eliminar sem dó nem piedade todos os comentários, anónimos ou não, que não se refiram estritamente ao tema apresentado. Valeu?
Desejo um bom ano, se possível com menos palhaços pagos ao serviço de causas sujas.
                                                                António Rebelo

10 comentários:

  1. Tomar é uma terrinha simpática. Pequenina, bonitinha (se a gente só olhar para onde pertence olhar).
    Mas o principal problema de Tomar são os tomarenses. É que isto é um sítio atávico, tacanho, muito forte no seu subdesenvolvimento. Uma terra onde nunca acontece nada.
    Quem não se consegue adaptar a estes ares bafientos tem mesmo que respirar fora. Ler umas coisas, passar os olhos pela internet. Ou ir embora mesmo.
    Nestas terrinhas assim de interior, quando inseridas numa sociedade com regras, órgãos e instituições de cariz mais universalista, adoptam-se e reproduzem-se mecanismos de afirmação social que justificam uma pequena menção. Um deles é o “chico-espertismo intelectual”.
    Normalmente é protagonizado por pessoas que “vão fora” (para a tropa, para padres –mesmo que não “saiam a padre” – ou então fazer “estudos”). Voltem “bachareis” ou oficiais e o estatuto social está assegurado. Toda a gente (trata-se obviamente do pequeno círculo em que convivem) lhes reconhece e agradece a sapiência e eminência e os pasquins publicam notícias sobre eles e a mais reles debitação que façam justifica sempre comentários de se lhes tirar o chapéu. O Eça e o Camilo pronunciaram-se, em devido tempo sobre estes cromos.
    O chico-espertismo intelectual tem que ter estes componentes: o Chico-esperto propriamente dito; uma criatura que se acha possuidora de saberes e competências que “arrasam” no seu círculo mais próximo; (o seu círculo é sempre próximo); uma “entourage” que nunca saiu dali e que o admira e lhe dá força e, necessariamente, o ambiente cultural fechado e bafiento.
    Pode esse meio de afirmação e existência ser até aberto, que isso pouco importa. Porque o chico-esperto intelectual, meio autista que é, não tem particular preocupação ou empenho em perceber o mundo que o rodeia. A sua cabeça está cheiinha de auto convencimento e basta-lhe um ou outro dos seus bajuladores, ou até um heterónimo dele a dizer bem dele mesmo.
    O problema – e isso é que é mesmo insuportável – é quando alguém se atreve a desmascarar, não as suas “ideias” (porque são inexistente ou pífias), mas a sua postura e perfil social de chico esperto. Ele não percebe, não tem capacidade de alteridade suficiente para perceber a figura que faz.
    Aí – ai caraças se ele pudesse! – vira-se à pessoa de todas as maneiras que se acha capaz. Ou é porque é da Asseiceira; ou é porque é de esquerda, ou é porque é anónimo. Agora até lhe deu para invocar que os anónimos (nunca lhe disse, mas digo agora: eu sou mais do que um) farão parte de um complô universal que, a soldo da vereação eleita, se uniu para o tramar.
    Meta lá isto na sua cabecinha: nem toda a gente é como você que se encosta sempre a quem acha que se vai chegar ao poder e que se “vira a eles” quando percebe que dali não leva nada. Você faz isto com todos!
    Os anónimos nunca chegam ao poder. Nem o querem. Basta-lhes o gozo de desmascarar os chico-espertos. Porque eles são criaturas próprias da mediocridade cultural em que lamentavelmente temos de conviver.

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    1. Permita-me que lhe agradeça. Este seu comentário é o exemplo perfeito daquilo que denuncio no meu escrito. Gente cobarde, incapaz de debater serenamente ideias, que por isso procura emporcalhar, com vocabulário e fraseologia suspostamente conciliadora, aquilo que lhe desagrada e aos seus mandantes.
      Os anónimos nunca chegam ao poder, diz você. Era bom era. Infelizmente muitos até já lá estão e não deviam, enquanto outros não pensam noutra coisa.
      Uma pergunta pouco inocente: Você pensa mesmo que alguém vai acreditar que, com quase 78 anos bem vividos, estou à espera de obter algo dos provisórios ocupantes das cadeiras do poder municipal, ou outro?
      Trate mas é de ter bom senso e maneiras, se puder e souber.
      O seu discurso repetitivo está gasto e ultrapassado.
      A sua escrita mostra que, apesar do seu afixado pretensiosismo bacoco com laivos de sociologia de trazer por casa, você não tem Mundo, nem coisa que se pareça. Tem só afigurações, que o levam a armar-se em carapau de corrida, sempre com a mesma prosa.
      Faça favor de notar que procurei limitar-me à sua escrita, posto que um anónimo não tem rosto, nem coragem, nem nada. É portanto incriticável.
      Já me ia a esquecer: O Eça, que era estrangeirado francófono como eu, bem como o Camilo, mais rústico e caseiro, nunca se pronunciaram sobre cromos políticos em democracia pluralista, que não existia em Portugal no tempo deles, como deveria saber. Trate de rever as suas fontes e deixe de ser intrujão.

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    2. Só agora reparei nesta bela pérola da cultura nabantinoide, no comentário das 21:49: "NUNCA LHE DISSE MAS DIGO-LHE AGORA: EU SOU MAIS QUE UM".
      Ó diabo! Desdobramento de personalidade? Heterónimos como no autor da Mensagem? Ou simples agrupamento de circunstância, com eleitos e um ou outro técnico superior da autarquia, daqueles que sabem escrever, assessorados por profissionais da comunicação, naturalmente contratados por ajuste direto?
      A ser este último caso, não lhes queria estar na pele. Promover o impromovível, desmentir o indesmentível, defender o indefensável, é uma tarefa ingrata e só para gente de garra, que naturalmente não deverá demorar muito na humidade malsã do vale nabantino. Eles próprios escreveram "OU IR EMBORA MESMO". Porque terá sido?

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  2. Dois interlocutores conhecidos pseudo moralistas e armados em salvadores da Patria que nao passam de beatnicks sedentos de publicidade.

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    1. E um anónimo impoluto, acima de qualquer suspeita, que resolveu vir aqui ejacular por ser domingo.
      Há cada espécimen!

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  3. Resposta ao anónimo de 29/12 às 21H49

    Fala você do "gozo de desmascarar chico-espertos" (o erro ortográfico é seu, pois devia ter escrito "chicos-espertos"). Quais? Aqueles que aldrabaram os eleitores, para agora viverem à custa do orçamento? Aqueles que, camuflados no anonimato, procuram com pouca habilidade defender a sua gamela?
    Escreve mais adiante que o autor da prosa não tem ideias, ou estas são pífias. Em que ficamos afinal? Ele tem ideias, ou não tem? E as que tem serão pífias porquê? Que autoridade tem você -que ninguém sabe quem seja e ainda bem, para evitar males maiores- para atribuir tal qualificação?
    Trate mas é de ir à missa, e confesse-se, pois visivelmente não anda na graça de Deus.
    Fica-me até a ideia (pífia, claro está) de que você e os seus ajudantes estão a ficar um bocadinho desorientados. Cuidado, que ainda falta muito para o final do mandato e o homem já disse que não tenciona calar-se.
    Querem ver que vamos ter naufrágio da barca do poder, algures durante a viagem? O mar está cada vez mais encapelado e não seria a primeira vez. Não é Luis Ferreira? Não é Rui Serrano?
    Feliz 2019 para todos!

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  4. Deve ser um certo consul romano desta vez resguardado no anonimato

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  5. O comentário "Penso que agora muda tudo" foi eliminado por não ter qualquer relação com o tema publicado e insistir em atacar quem ousa criticar os eleitos.
    Será publicado logo que o ou os seus autores acrescentem os seus nomes no final

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    1. Apoiado. Excelente decisão. Devia ser sempre assim. Não se deve consentir que gente acobertada no anonimato aproveite para difamar quem critica o que pensa estar mal, em vez de responder às questões expostas por falta de argumentos credíveis.

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  6. As pessoas nao sao cobardes. Cobardes sao aquekes que por evidenciaçao da identidade atacarao os anonimos e as suas familias no emprego, em casa, na vizinhança. Delatores cobardes e fotografos os ha aos montoes. Como no exercicio do sufragio o voto e aopiniao sao secretos. Aprendam isso pseudo burocratas. Ao blogue, ao deu autor e pessoal, aos identificados, aos anonimos, desejo, sem qualquerressentimento Um Feliz 2019 cheio de saude paz e harmonia.

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