Foto de José F. Sousa |
Reproduzimos a sua opinião sobre o caso:
“Eu sei que tenho responsabilidades e não me devo alargar demasiado, pelo risco de afectar a conservação do lince-ibérico com as minhas posições. É uma premissa minha há mais de uma década, mas há coisas que roçam o absurdo. Ou são-no, mesmo.
Como devem saber - se não sabem atentem - o lince não é um animal de matilha. Nem costuma andar com armas semi-automáticas. É um predador solitário. Prefere coelho. Se conseguir um bónus maior - não são invulgares os relatos de um ou outro gamo ou corso caçado – também tenta. Mas se consegue fica entre 5 e 7 dias a alimentar-se de um animal (corso, gamo, veado muito raramente) que nunca passará muito dos 30-40Kg
Não sendo um animal de matilha, caça portanto sozinho (com os seus 13-15Kg), e para comer. Os animais solitários, que não andam em matilha, têm pouca propensão para matar animais grandes por desporto. O risco é enorme. O método de morte de um lince é também conhecido como o é para outros felinos - ataque a traqueia (cara não).
Mas acreditemos que um lince tenha de facto perdido as estribeiras e desatado a matar ovelhas - que pesam entre os 75 e os 160Kg. Acreditam vocês que UM LINCE era capaz de matar 100 ovelhas em 15 dias? À razão de 6 ovelhas por dia? O pobre nem teria tempo de comer.
Ele há com cada coisa. Que chega a parecer 100 coisas.”
Rodrigo Serra, diretor do Centro Nacional de Reprodução de Lince-ibérico
Página de defesa do lince ibérico
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