A papelaria O Clip, situada na rua Infantaria 15 em Tomar, é dos poucos locais onde é possível comprar o livro “Matrena – A fábrica de papel, a casa do pessoal e o grupo desportivo”, da autoria de Leonel Vicente. Lançado em dezembro de 2016, o livro custa 35 euros.
Naquela papelaria podem ainda ser adquiridos os livros “José Cristóvão – O Construtor de Sonhos” (45 euros) e “Mendes Godinho – Uma história de empreendimento empresarial familiar” (18 euros), ambos também escritos por Leonel Vicente.
Além destes títulos, a papelaria vende outros livros sobre Tomar.
Tarefa ingrata e negócio sem grandes perspectivas, tentar vender livros sobre temas locais, numa terra onde há cada vez mais analfabetos funcionais. Além de diplomados de papel na mão, que também mal sabem ler, quanto mais agora ler livros. Uma trabalheira!
ResponderEliminarO que vai mantendo a casa aberta, julgo eu, ainda são os jogos da Santa casa.
Votos de boa sorte para o corajoso e teimoso dono do Clip.
Haja quem reme contra a maré e ainda ouse vender livros e haver quem compre. Abençoados!
ResponderEliminarFaçam um livro também da fábrica de papel do prado, era de louvar ...
ResponderEliminarSempre são 240 anos de história .
E a Fábrica Papel de Marianaia? Não merece um livrinho, sr. Leonel Vicente? O seu encerramento teve graves consequências sociais em localidades como Marianaia (onde eu vivia), Bemposta, Valflorido, etc.. Tenho na memória muita informação ao seu dispor. Aquele espaço então paradisíaco está hoje a ser utilizado em quê?
ResponderEliminarCom o livro devia ser entregue um pacote de lenços para os mais críticos ou emotivos não molharem as páginas com lágrimas.Livros sobre o passado de Tomar são importantes pela curiosidade, pela história, mas também para perceber como se arruína economicamente uma cidade em 50 anos, ainda hoje sem perspectivas de recuperação face à teimosia do desenvolvimento com base no turismo.
ResponderEliminarLevanta uma questão importante: "Perceber como se arruína [deixa arruinar] economicamente uma cidade em 50 anos", passe o exagero. Um processo que terá o seu início na déc de 60, ainda no Estado Novo. Houve aí sempre um divórcio entre o poder político(pequeno-burguês) e o setor económico industrial. Encontrar as causas dessa "ruína" daria um bom livro, mas garanto que incomodaria ainda muita gente. É mais fácil responsabilizar os políticos locais de hoje... com porratêdo nas redes sociais; percebe.se bem de que setores vêm- convém ocultar o passado. O Café Paraíso era a expressão da grande cagança dessas elites até para além da hora de almoço, à noite e aos fins de semana. Estavam todos mancomunados. E os culpados são os autarcas de hoje...? Não o creio. Duvido que haja alguém daí que queira escrever esse livro. Eu não sou capaz. Tente o sr. Anónimo. Disponibilizo-me para acarretar os livros para o local da apresentação dos mesmos...
ResponderEliminarHá no seu comentário duas partes muito desiguais. A que se refere ao café Paraíso e às elites está correta e dá uma imagem fiel daqueles tempos.
EliminarA outra parte não tem pernas para andar. A crise tomarense não começou nos anos 60 do século passado. Que foram pelo contrário anos de grande investimento público em Tomar.
A decadência começou a seguir ao 25 de Abril, com a progressiva redução do contingente militar, particularmente a saída do quartel general para Coimbra.
Houve também aquela ação lamentável do PCP e de alguns esquerdistas que levou à falência e ao encerramento da Fábrica de Fiação, bem como a ideia peregrina de acabar com o papel selado, que provocou o encerramento de Porto Cavaleiros. Seguiu-se a Mendes Godinho, o que era inevitável após muitos anos como ninho de empregos para os filhos da burguesia local.
Segundo sei, a única grande fábrica que faliu nos idos de 60 foi a Marianaia, por causas que ainda hoje desconheço, mas certamente sem qualquer relação com questões políticas. Por um lado não havia a mínima hipótese de reivindicações operárias, por outro lado, aquela unidade industrial de papel até pertencia a familiares de benquistos do regime salazarista.
Dito isto, senhor Templário, é sempre condenável tentar reescrever a história, particularmente quando o objetivo é o branqueamento dos colegas de partido.
Sendo você uma pessoa séria e de vasta experiência tanto profissional como política, tenha uma atitude digna. Reconheça, tal como eu, que embora camaradas de partido, estes membros do executivo tomarense não estão a dar conta do recado. É, parece-me, a única maneira de contribuir para que eles percam a arrogância e sobranceria, condição necessária para reconhecerem os erros e passarem a ouvir os eleitores-contribuintes.
Não é de certeza desprezando e injuriando, diretamente ou via lacaios de serviço, os que têm a coragem de criticar, que a situação tomarense vai mudar para melhor. E nem estou a ver muito bem como vai ser em Outubro de 2021, que é já ali adiante.
Na política os erros pagam-se sempre, e com pesados juros. Por vezes quando menos se espera.
Não é fácil perceber as relações político-económicas no Estado Novo, nomeadamente fora das cinturas industriais de Lisboa e Porto. Mas se 1974 marcou uma ruptura nessas relações, também a responsabilidade pelos erros de gestão nas empresas não pode ser atribuída aos autarcas. A responsabilidade destes, em democracia, foi a falta de visão demonstrada ao não procurarem atrair novas empresas -pelo contrário, expulsar alguns interessados- e descurarem a importância das vias de comunicação. O facto é que basta ir a qualquer cidade de média dimensão, mesmo do interior, para perceber como Tomar não evoluiu. Pelo contrário, regrediu em população, poder de compra dos residentes e mobilidade.
EliminarTotalmente de acordo com esta observação. Não vislumbro entre os prováveis candidatos que se perfilam nos principais partidos da cidade com capacidade para inverter tal situação.
EliminarO problema de Porto de Cavaleiros e da Matrena foram investimentos errados, desajustados do mercado e da concorrência. No caso do Prado / Tomar o problema foi uma privatização sem critério, isto é privatização ao estilo "para quem der mais". O fim do papel selado é uma desculpa: não teve nenhuma influencia.
EliminarPorto Cavaleiros e Matrena terão falido vitimadas por investimentos errados, como escreve. Gostaria no entanto de lembrar que Porto Cavaleiros estava em certa medida ao abrigo da concorrência, uma vez que detinha o exclusivo do papel selado a nível nacional. Suprimido este por decreto, fechou a fábrica. Acha ainda assim que foi só uma desculpa? Convinha consultar o arquivo da fábrica, para constatar a importância do papel selado no volume anual de negócio.
Eliminar"Privatização ao estilo "para quem der mais", escreve você. Se não peço demasiado, quando tiver um bocadinho livre, explique-me por favor que outro ou outros estilos de privatização deveriam ter sido adotados.
Antecipados agradecimentos.
Incluir 2 parâmetros:Ponderar experiência do comprador no setor; apresentação de um plano estratégico de desenvolvimento. Quando se compra qualquer bem não é só o preço que conta. E quando se vende algo chama-se a atenção para as suas qualidades, além do preço.
EliminarCom a nova máquina, a fábrica já produzia cerca de 40 toneladas de papel por dia. Não lhe parece impossível estar dependente do dito papel selado?
Os parabéns ao Sr Luis Vicente pela iniciativa e dedicação.
ResponderEliminarEstes livros, são uma boa forma de valorizar a memoria daqueles que, com a sua coragem e suor levaram o nome de Tomar mais além.
Sr Luis, Gostaria também de ver um livro sobre a Fabrica do Prado e a Porto de Cavaleiros.
A nossa forma de apoiar é comprar os livros (eu já tenho os 3).