quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Escolher entre Dupont e Dupont?

Opinião
O conterrâneo Luís Ferreira alertou há semanas o PSD tomarense (ler aqui), para a necessidade de escolherem gente capaz, se realmente querem ter algumas hipóteses de vencer as autárquicas de 2021. É claro que Outubro de 2021 ainda é lá muito longe. Sobretudo na terra do improviso e do "em cima do joelho". Mas mesmo assim, comungo da preocupação do ex-chefe de gabinete PS. Não para ajudar o PSD. Simplesmente para tentar contrariar a reeleição da actual maioria socialista, cujas obras (ou ausência delas) estão à vista de todos, e justificam amplamente este meu posicionamento.

Mesmo a 34 meses de distância, são já previsíveis alguns futuros contornos da política local. A disputa será, como sempre tem sido desde 1976, entre o PS e o PSD. Anabela Freitas só não liderará a lista PS caso  consiga um lugar na A.R, em Outubro próximo, o que é pouco provável, porém possível. Salvo algum percalço, Lurdes Ferromau encabeçará a candidatura laranja.
Se assim for,  se a actual presidente se recandidatar e se a sua adversária for a actual líder local laranja, les jeux sont faits, rien ne va plus, como se ouve nas bancas dos casinos. O PS ganha, podendo mesmo melhorar a curta maioria absoluta actual.
Com efeito, as duas referidas candidaturas serão em tudo praticamente idênticas: duas candidatas de meia idade, duas candidatas louras, duas candidatas que vestem bem e se penteiam melhor, duas candidatas com filhos, duas candidatas que falam bem, duas candidatas funcionárias públicas, duas candidatas técnicas de emprego, duas candidatas tomarenses, duas candidatas com alguma experiência política., duas candidatas teimosas, duas candidatas dos aparelhos partidários.
Os eleitores terão por conseguinte uma escolha muito problemática, entre Dupont e Dupont, na sua versão feminina, com nítida vantagem para Anabela Freitas. Porque entre o original e a cópia, poucos eleitores hesitarão. Enquanto a abstenção continuará a aumentar, por nítida falta de escolha.
Fica o alerta...
                                        António Rebelo

13 comentários:

  1. Dupont e Dupond são os verdadeiros nomes dos personagens de Hergé. O que, caso assim tivesse sido escrito, daria mais enfâse à analogia. Mas como na politica (refional e nacional) a prioridade é "mandar postas de pescada" pseudo-intelectuais, torna-se fácil descurar o rigor, e dá-se prioridade ao "palreio" (algo em que o Sr. Luís Ferreira é realmente exímio!).

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    1. Agradeço a sua precisão de ourives, para não dizer picuínhas. Ten razão. Todavia, quem usa o francês como língua corrente de comunicação sabe bem que a diferença entre T e D no final das palavras é irrelevante, porquanto a pronúncia é exactamente a mesma. Quando, como é o caso, se escrevem vocábulos franceses para serem lidos por estrangeiros, não se deve usar de minudências. Sob pena de alguns leitores julgarem que se trata de erros ortográficos.
      Tudo isto para dizer que o meu erro ortográfico foi intencional. Não foi um lapso. Honrei assim a subtileza homofónica de RG, ao frisar, através dos nomes de dois personagens, que afinal pequenos detalhes não mudam nada de essencial.

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  2. Sejamos realistas - doa a quem doer! O PS é o único partido em Portugal que tem uma ideologia coerente, uma linha política ajustada às necessidades (e contradições) da nossa sociedade e o principal (quiçá o único) baluarte da nossa democracia com um núcleo de dirigentes nacionais e intermédios de enorme valia.
    DEMOCRACIA! Ora aqui está uma palavra que o prof. Rebelo se esquece (demasiadamente!)de utilizar nos seus textos...

    Um problema da política portuguesa (e mundial) é o facto de a democracia representativa por si só não ser suficiente para proteger a democracia como a espinha dorsal da organização das sociedades, resvalando cada vez mais para uma governança de cima para baixo, devido à ausência de uma sociedade civil, organizada e dinâmica, que dialogue com o poder (e vice-versa) em vez de cada um na sua toca se dedicar aos tiros ao caráter dos eleitos, à qualidade dos eleitos, ao oportunismo dos eleitos, aos rendimentos dos eleitos. Bem hajam os que se dedicam à política, os que integram os partidos, os que se disponibilizam para assumir cargos políticos, os que participam no movimento associativo, etc., etc.. São questões como estas que devem ser discutidas. Precisamos de UMA DEMOCRACIA MAIS PARTICIPATIVA. Em política, como em tudo na vida coletiva, quando atuamos apenas individualmente, corremos o risco de ser pistoleiros isolados e escolhermos mal os alvos. Vivemos num mundo cada vez mais desigual, uma minoria abocanha tudo e a maioria vive na pobreza. É nesta questão fundamental que o prof. Rebelo, o Templário, os luís ferreiras ressabiados deste mundo se devem concentrar. DISCUTIR POLÍTICA. De outro modo mais não fazem que apelar a um salvador da pátria - A UM DITADOR.
    Centremo-nos no que é importante e decisivo.

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    1. Este texto merecia ser dissecado por um especialista.

      Único partido em Portugal que tem uma ideologia coerente?
      Principal baluarte da nossa democracia?
      Núcleo de dirigentes nacionais e intermédios de enorme valia?

      Isto é para rir, não é?

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    2. Não leve a mal. O autor do texto foi um dos fundadores do MRPP e um ferrenho de Sócrates, a quem continua a apelidar de "o meu Zèzito".
      Está explicado. Ou não?

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    3. Vês como eu tenho razão... O que te interessa é o tiro ao alvo.

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    4. Depende dos alvos, pois detesto estragar cartuchos. Mas sendo um alvo que mereça a pena, tenho sempre duas preocupações. Respeitar a verdade e deixar o visado tão bem como estava antes do tiro certeiro.

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  3. Fora lá o erro ortográfico, concorde-se com o intelectual robusto e escriba assertivo, Doutor pour l'Université Paris-Sorbonne (Paris IV), António Rebelo mais as suas brilhantes crónicas, sejam elas dele, do Malhaneles, do Zarolho ou do Templário.
    Porque ele e esse outro de quem fala (sem o mesmo fulgor académico mas que se autoproclama estudante de ambientes na Universidade Aberta, eminência parda na política tomarense e que pelo mal que fez é agora e para sempre votado ao ostracismo pelos seus queridos camaradas) são isso mesmo: Dupont e Dupond.
    Ambos falam e escrevem com excelência incensurável: verve abundante, citações e alusões riquíssimas de inteligência e sabedoria, culturalmente irrepreensíveis, conhecimento profundo dos caminhos que trilham, propostas sustentáveis e realistas para a sua como eles dizem querida e abandonada Tomar, maldizentes ínvios e mesquinhos daqueles e daquelas que bem ou menos mal mas com intenção e vontade de bem fazer lá vão trabalhando, autoconvencidos pungentes de aristotélicas verdades, mas coitados, tudo isto, ao fim e ao cabo para, constantemente, falarem sozinhos.
    Com um lenitivo talvez, o de pensarem que muitos os seguem!
    Mas não, a verdade é que pregam no seu deserto infestado de camelos onde os ecos são tão fortes que abafam as vozes.
    Allez, messieurs.

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    1. Permita-me uma resposta menos educada, pois já vi que entende mal, ou não entende de todo, aquilo que lê. Era para lhe responder em detalhe, designadamente perguntando qual a relação entre o que escrevi e a comparação que você julga que faz, mas não aguentei.
      O seu texto cheira tão mal que tive vómitos. Fica portanto aqui o testemunho de que li a sua bosta e não gostei.
      Até errou na universidade que frequentei e na qual me graduei. É muito azar!
      Mas vamos dar tempo ao tempo...

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    2. Fiquei com a ideia que ao afirmar que "eles pregam no seu deserto infestado de camelos", você está a confundir o seu desejo com a realidade.
      Trate-se enquanto ainda vai a tempo.

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    3. Muito gostava eu de saber que significado foi atribuído por quem a escreveu à expressão "Allez, messieurs". Terei essa sorte, ou não passa de fogo de vista POUR ÉPATER LE BOURGEOIS?

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  4. Para além das questões semânticas, se o futuro de Tomar se vai discutir entre Anabela e Ferromau, é garantido o continuar do caminho para o abismo, juntamente com a irrelevância do politécnico . Sendo o PSD a vocação maioritária de Tomar (apesar do desastre Paiviano passado), o PS de Anabela e Luís Ferreira não foi capaz de demonstrar ser uma alternativa séria e credível, mesmo após o afastamento do segundo. O regresso do PSD é possível e previsível. Entretanto e felizmente, vão havendo lugares, não muito longe, onde se discute o progresso e a afirmação da importância local a um nível diferente da "festa grande" dos tabuleiros.

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  5. Quem te viu e ouviu e que te lê agora, sim senhor !
    Coerente : foste sempre um subsídio-dependente de Carlucci & Cia.
    E não renegas, adaptas-te !

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