terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Até o "pai da criança" já perdeu a esperança no rebento

Opinião

Sobretudo nos meios pequenos e que cada vez encolhem mais, como Tomar, é difícil pensar fora do grupo e ainda mais penoso criticar abertamente os seus dirigentes. É o que vem acontecendo em terras nabantinas, de há longos anos a esta parte. Salvo raras excepções, reina aquilo a que se pode chamar a paz dos cemitérios. Mesmo aqueles que discordam abertamente, são forçados pelas conveniências a manter o silêncio.

Quando alguém mais livre por força das circunstâncias, resolve escrever o que pensa, tendo como principal objectivo a melhoria da situação, senão para todos, pelo menos para a larga maioria, os detentores do poder e os seus serventuários procuram a todo o custo silenciar essa voz incómoda. Visando o seu conforto e os seus rendimentos, em vez de se preocuparem com o bem estar geral.
Tudo isto para tentar explicar porque sou uma voz incómoda e quase solitária. Outros bem gostariam, porém o contexto social não lhes permite. Voz tão incómoda que, não conseguindo contra-argumentar ou desmentir sucessivas críticas fundamentadas, os instalados tentam a todo o custo -incluindo a importação de escribas mercenários- o descrédito de quem assim ousa atacar tão geniais eleitos, forçosamente isentos de defeitos.
Foi neste pântano político mal cheiroso que pela calada, assim a modos que lateralmente, apareceu uma outra crítica e de peso:

 "Mas é o que dá, colocar quem não sabe a tratar de assuntos sérios e, neste particular, o PSD de Tomar vai ter de adequar melhor os alvos, se quiser efetivamente liderar uma alternativa ganhadora aos gestores do ATL Municipal, no qual os meus camaradas têm transformado a gestão Municipal de Tomar." 
(vamosporaqui.blogspot.com, 18/12/2018)

Temos assim que Luís Ferreira, o verdadeiro "pai da criança" aproveita uma crítica ao PSD e à sua evidente falta de quadros competentes a nível local, para desancar de fininho e com elegância no PS local.
Dirão as luminárias analíticas do costume, que têm resposta para tudo, e nunca falham o Euromilhões, uma vez conhecidos os algarismos vencedores, que o ex-chefe de gabinete tem razões de queixa. E então? O seu ponto de vista é ou não correcto? A  maioria PS transformou ou não transformou a autarquia num ATL municipal?
Isso é que importa saber, para daí tirar as conclusões que se imponham.
Há também a situação pouco confortável do PSD, assunto que fica para o próximo texto.
                                                                               António Rebelo

8 comentários:

  1. Duas eminências pardas um, o cronista azedo a falar do outro, o videirinho local. Muito gostam aqui de escrever sobre o ex-vereador, ex-deputado municipal, ex-chefe de gabinete ex-marido da presidenta. Com tanta coisa para escrever sobre o que está mal no concelho, porque, para quê, desenterrar o morto vivo? Ambos sabem sobre tudo menos sobre como chegarem a presidente da Câmara, o ex-tudo esteve lá pertinho, mas não tem perfil nem amplitude.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aqui está um daqueles textos que não é bem um comentário. É mais um bom exemplo da arte da má-língua, para uso das camadas menos instruídas. Boçais.
      Eu sou azedo, o outro é videirinho e morto-vivo, diz o sábio autor. Mesmo que fosse verdade, que tem isso a ver com a substância da crónica em causa?
      A falta que faz a capacidade de entendimento. Um ex-dirigente máximo do PS local põe em causa a actuação política dos seus camaradas autarcas, mas o comentador não percebe o que me levou a "desenterrar o morto vivo"...
      Quem podia evitar estas situações deprimentes era o administrador do blogue, eliminando tal tipo de comentários, que não se referem propriamente àquilo que foi escrito, mas à ideia que o comentador tem de quem escreveu ou foi citado. E não é isso que está em causa, menos ainda em debate.

      Eliminar
  2. Comparado com toda a incompetência que por lá anda, seria melhor que qualquer um!......

    ResponderEliminar
  3. Luís Ferreira é um exemplar de catálogo do "novo" político e "novo" maçon sem escrúpulos de tipo nenhum, um "político" sujo como há poucos ao nível local.
    Ele é o "pai e a mãe" do MONSTRO, de que fazem parte 2 bonecos de palha através dos quais exerceu o poder por interposta pessoa.
    O que foram o Hugo e a Anabela durante anos ?
    Leiam-se os jornais locais e os blogues tomarenses da altura em que o bicho se consegui impor como verdadeiro PC de Tomar ?
    Mas se querem mais, vão mais atrás, comecem em 2005 !!

    É tudo GENTALHA para quem a NOBRE POLÍTICA nunca foi a discussão de opções, de projectos de sociedade, de modelos de desenvolvimento.

    Já são apenas do tempo de POLÍTICA = INTERESSES = BCI-Bloco Central de Interesses, envolvendo sobretudo PSs e PSDs.

    POLÍTICAMENTE, temos a escumalha no Poder.

    Nem a GERINGONÇA conseguiu "aleijar" o BCI.

    O POVO tem o que quer, diferente do que merece.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo consigo, mas em menos violento.
      Discordo da última afirmação. Em Tomar o povo só tem o que pode, pois as opções não eram melhores. Não votou no melhor. Votou no menos mau.

      Eliminar
    2. Não se trata de "violência", pode crer.
      É uma questão de estilo, de frontalidade frontal, de não hipocrisia, de não politicamente correcto, de terra a terra, de o texto se poder dar a leituras equívocas ou dúbias, de desprezo pelos rodriguinhos que empobrecem as conversas e os debates.

      Eliminar
  4. Neste início de 2019, a situação de Tomar e perspetivas para o seu futuro são pouco menos que trágicas quando se olha para as instituições públicas e o seu pessoal político. Quanto à autarquia teremos PS ou PSD. Passado quase todo o mandato, Anabela, Hugo e etc. não cumpriram com um processo de afirmação e de desenvolvimento de Tomar. Zeca Pereira nada mais que uma figura decorativa, desconhecida além de Carregueiros. Quanto a Luís Ferreira, pelos vistos ainda a sombra dos anteriores, foi o chico-esperto da política em terra saloia. "Comprou" apoios, montou um esquema de influência sem se fazer notado. No fim, mandou através dos seus piões. Tudo isto sem modos e sem uma ideia coerente para a cidade, salvo a sua sobrevivência política. Caiu porque não se engana para sempre toda a gente ao mesmo tempo. O PSD e os seus vários mandatos autárquicos são a base da nova estratégia do turismo para a cidade e que se revelou catastrófica em termos de economia local e número de residentes. Paiva, Carrão e Corvêlo têm o seu nome associado a este desastre. Relvas, o "influente tomarense" sobreviveu politicamente num período difícil dentro do PSD, ao tempo de Ferreira Leite, com a ajuda de Luís Ferreira na Assembleia Municipal. Serviu-se de Tomar e nada trouxe. A Misericórdia teve um Jesus a acumular mandatos com legalidade questionável. Agora é substituído por Alexandre, alguém cujo trajeto fala por si: ligações pessoais de influências (e não de competência) em regime de zigue-zague. No Politécnico, lugar que se suponha de debate, parece que funciona há vários anos o regime de candidato único. Que fazer?

    ResponderEliminar
  5. Nao faça nada que vai estourar. Ao menos nao dá para chorar dará para rir.

    ResponderEliminar