O caso aconteceu no dia 8 de abril. Já era noite quando Nuno Franco, vigilante em Tomar, recebeu um telefonema de uma enfermeira do hospital de Abrantes a informar que o seu pai, Francisco Franco, de 77 anos, internado naquela unidade hospitalar, tinha falecido.
Em choque com a notícia, Nuno tratou de informar os familiares, alguns deles no estrangeiro, acerca do falecimento do seu ente querido. Ao mesmo tempo, contactou a Nova Funerária de Tomar que começou a tratar das burocracias para o funeral. Para que o corpo pudesse ser levantado no dia seguinte, a funerária aguardava a emissão da guia de transporte, documento que substitui a antiga certidão de óbito.
Na manhã do dia seguinte a funerária contactou o hospital para levantar o corpo e foi nessa altura que o erro foi detetado. Francisco Franco, o suposto defunto, estava tranquilamente sentado no cadeirão da enfermaria a ver televisão e foi essa a informação transmitida ao funcionário que atendeu o telefonema interno. Em simultâneo com a descoberta do erro, o idoso telefona à sua mulher, que estava em casa em Tomar, a pedir para lhe levar o carregador de telemóvel e umas pantufas. Imagine-se o choque e a conversa surrealista que aconteceu entre a suposta viúva com o suposto marido defunto. Um filho emigrado na Inglaterra já estava no aeroporto para comprar passagem quando lhe telefonaram a dar conta do sucedido.
Com um misto de alegria e revolta, o filho, Nuno Franco, desabafou no facebook: “Bom dia, venho por este meio informar que o meu pai está de perfeita saúde, no hospital de Abrantes. Afinal foi um engano por parte do hospital de Abrantes, mas vou levar o caso até à última gota de sangue que eu tiver. Não é coisa que se possa enganar, com a vida de uma pessoa não se brinca”. Eram 8.45 horas quando Nuno escreveu esta mensagem, mais tarde apagada.
O que aconteceu é que havia quatro homens de nome Francisco naquela enfermaria, dois dos quais no mesmo quarto, e a enfermeira responsável, de forma negligente, trocou o nome do defunto e informou a família errada acerca do falecimento. Tinha morrido um Francisco, mas era outro.
Para minimizar o problema, a administração do centro hospitalar reuniu de emergência com os familiares do suposto morto, que aceitaram as desculpas e as explicações e não quiseram dar seguimento à queixa.
No facebook, apesar de Nuno ter apagado as mensagens do “falecimento” e da descoberta do engano, foram muitos os comentários de crítica ao hospital e à irresponsabilidade da enfermeira.
Entretanto, Francisco Franco já teve alta hospitalar e já está em casa.
Centro Hospitalar lamenta caso e promete melhorar protocolo
Sobre este caso, solicitámos à administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo um esclarecimento.
O CHMT “lamenta o lapso de identificação de um doente cuja família foi erradamente informada do óbito do mesmo”.
Depois de “verificada a anomalia”, a instituição assumiu “imediatamente o lapso” e contactou os familiares “de forma a minimizar os constrangimentos derivados desta situação, não só junto da família mas também dos profissionais do Serviço em que o doente se encontrava internado”.
“Apesar de já existir um rigoroso procedimento protocolar de prestação de informação à família que inclui situações de óbito, face ao acontecimento verificado, o Centro Hospitalar do Médio Tejo está empenhado em aferir da necessidade de melhoria do referido protocolo”, esclarece o Gabinete de Comunicação do CHMT.
Francisco Franco foi dado como morto |
Atè num veternario sao melhor atendidos. Não vamos mais longe meu pai esteve um acidente no dia 4 de Fevereiro em Tomar, o qualquer foi parar a esse matador... Imagens que nunca esqucerei corredores da urgencia com acamados aos montes... Não vamos mais longe tambem trocaram o nome do meu pai por outro, deram alta hospitalar com 6 arcos das costelas fraturados...
ResponderEliminarNão vamos mais longe. A minha filha nasceu em setembro às 5.30da manhã. Teve problemas de respiração e foi levada de urgência para Coimbra. Imaginam o meu espanto quando as 11.30 da manhã pedi para ver a menina e disseram me que ela foi para Coimbra. Eu não fui avisada. Mas disseram me que ligaram ao meu marido a avisar da situação. No final de contas, as 16.00 horas quando ele veio nos ver, ninguém lhe ligou. Até hoje não sei que foi o responsável a transmitir está informação. Em fim, é uma míseria e cada vez pior.
ResponderEliminarOs únicos que se queixam são os residentes pertencentes a Tomar, isto porque se julgam melhor que os outros. E o Hospital de Abrantes não é um matador, mas são as condições que os profissionais têm para trabalhar e não fazem mais porque não podem. Gostaria de ver se o Hospital de Tomar estivesse com a Unidade Médico Cirúrgica se faziam melhor com as condições que lá têm.
ResponderEliminarNão sou residente em Tomar e queixo-me e muito!Porque ouvir os profissionais responder a um apelo de ajuda "Queixe-se á administração" e seguir caminho, não é fazer o que podem!
EliminarRealmente só de Tomar vêm queixas dos profissionais de Abrantes, assim proponho o seguinte, mandem os profissionais de Tomar para Abrantes e os de Abrantes para Tomar, para ver se melhora, em Abrantes claro, porque em Tomar é tudo bom.
ResponderEliminarNão digam que só de Tomar é que há queixas do Hospital de Abrantes, vivo em Torres Novas e por aqui há muitas queixas. ComO em todos os sectores de actividade há bons e maus profissionais. O que penso é que o hospital não tem capacidade para receber todos os utentes que,obrigatoriamente, para lá são encaminhados. Nem em termos de RH. Doentes amontoados, e coitados dos que não falam!
ResponderEliminarTodo o centro Hospitalar precisa de mais médicos e enfermeiros. Sem divisões os cidadãos deviam exigir esforços visíveis para resolver este problema.
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