domingo, 12 de fevereiro de 2017

Vendedores da feira de velharias sem acesso aos sanitários do mercado

O presidente da organização da feira de velharias de Tomar está descontente com a mudança do certame da alameda Um de Março para o recinto do mercado, por exigência da câmara de Tomar.
E um dos motivos é a falta de condições para os vendedores, que não têm acesso a qualquer casa de banho no mercado. Desde há dois, três meses, o funcionário da câmara que abria os sanitários do mercado durante a feira de velharias deixou de aparecer, segundo explicação de Humberto Calado, presidente da ACAART.

Quando a transferência da feira foi feita, em março do ano passado, a presidente da câmara argumentou que pretendia dinamizar o mercado e prometeu que os cafés do mercado estavam abertos tal como as casas de banho. Os cafés funcionam durante a feira mensal mas os sanitários estão fechados à chave.
Segundo Humberto Calado agora com a nova localização da feira há menos vendedores e menos público.
A feira de arte, colecionismo e velharias de Tomar realiza-se nos primeiros domingos de cada mês na zona envolvente do mercado municipal.

6 comentários:

  1. A feira de velharias constitui um bom exemplo da cultura e do estilo de gestão autárquica desta vereação.
    No geral é uma enorme falta de respeito tanto pelos feirantes como pelo público. E isso é patente em cada gesto, em cada aspecto porque se olhe a questão.
    Mudaram do 2º domingo para o primeiro domingo de cada mês. Para a câmara não teve significado algum. E não puderam perceber do significado para os restantes intervenientes porque, pura e simplesmente não perguntaram.
    Acontece que mudar assim abruptamente uma tradição tem muitas implicações. De facto há um calendário de feiras deste tipo por muitas cidade e vilas deste país. Mudar assim, levou a que alguns dos feirantes deixassem de poder vir. Foram forçados a optar. Optaram por outra terra.
    Mudaram de local. Neste particular, a prepotência assume contornos muito mais horrorosos. Nas arcadas da Alameda estavam – feirantes e visitantes - abrigados do sol e da chuva. Havia multibanco por perto; e alguns cafés em que se pousava, consumia, descansava e convivia num dia de feira de antiguidades.
    Ali no estacionamento da Praça é o espetáculo mais degradante e humilhante que se possa imaginar. Objectos e livros aceleram o seu processo de envelhecimento ali ao sol e à chuva. Os feirantes vêem-se e desejam-se para proteger o que querem mostrar. A distribuição e atribuição dos espeças é do mais sem sentido que se possa imaginar. Uns, atrás do edifício escondidos junto à barreira; outros no meio do estacionamento. Enfim.
    Conheci nesta feira um senhor, escocês que para além de vender interessantes objectos de colecção própria, reparava relógios de parede, daqueles antigos de dar corda semanalmente.
    Informou-me que ser obrigado a colocar as peças ao sol e à chuva, e ainda por cima pagar para isso, era demais para ele. Deixou de vir. Ficou a amizade.
    O mais espantoso, em cima de tudo isto, é o facto de os feirantes pagarem para vender na feira. Mas pagar o quê? Que serviço é que a Câmara presta que justifique sequer pensar nisso?
    Mas em cima disto há ainda uma aspecto bem mais deprimente. É que a cobrança é feita por um senhor de idade muito avançada, que se movimenta com dificuldade (de dois em dois feirantes têm de lhe dar uma cadeira para descansar), com sérios problemas e comunicação. Os atritos com os participantes – ao ponto de se chamar a polícia são frequentes demais. Só a título de exemplo: sabem os senhores/as gestores camarários que na maior parte das localidades em que se realiza este tipo e feira não se paga terrado?
    O “argumento” de que a mudança era para “valorizar” o espaço só pode ser entendido e usado par alguém que não sabe minimamente do que está a falar. Não sabe o que é “espaço”, e não percebe essa coisa do “valorizar”. Não é a altura de lhes dar explicações de sociologia urbana.
    Mas se quiserem, em termos de política, experimentem esta atitude:
    1º respeitar os intervenientes na sociedade
    2º assumir uma postura de “servir”. Ter gosto em servir as pessoas; ter gosto em receber. Ter gosto em ter uma cidade viva em que as pessoa, sem serem tuteladas, sintam que têm espaço e oportunidade para a sua criatividade e os seus interesses.
    3º Não querer ganhar e taxar tudo o que mexe.
    Olhemos por onde olharmos, Tomar, desde o declínio económico, parquímetros, feira de antiguidades, etc., etc, é um sítio muito pouco agradável para se viver.

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  2. No antigo espaço (Alameda Um de Março havia casas de banho?, porque é que ali tem que haver? Existe tanta gente tão fraquinha. Não é com estas manobras que o homem da lampreia e festas vai destronar a actual Presidente. Vejam o caso do Carlos Carrão, era tão popular e levou na boca.

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    1. Lá vem você novamente com aquela do Carrão levou na boca. Mude de discurso, porra! Não vê que assim está prejudicar a sua candidata? Arre que é burro!

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  3. Mas qual terrado? os feirantes da feira da ladra da terra pagam terrado a quem? Esse senhor velhinho é quem? E na Alameda não existiam queixas? Sabe o que estes senhores se espraivam por tudo o que era sítio tendo que por vezes andar a pedir desculpas e ouvir desaforos para entrar em casa? E alguém perguntou aos condomínios se autorizavam que a feira ali se fizesse?
    Antes de falar ao menos informem-se do básico!

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  4. Chame-lhe “terrado”, chame-lhe o que quiser. É uma quantia fixa que os feirantes pagam a um cavalheiro que dá sempre a volta com um livrito de recibos na mão.
    Se for à feira e prestar atenção dá com ele. Os feirantes também o conhecem bem.
    Quanto à questão dos tais condóminos, acho mesmo que é uma questão muito pertinente. Informando-me do “básico”, como sugere, será importante saber se são condóminos da porta do prédio para dentro ou para fora. Provavelmente querem ser: para dentro, para fora e arredores.
    Condóminos rabugentos há e haverá sempre. Pelos vistos na Alameda têm mais força. É um tipo de gente que se dá mal com o mundo. Para essa qualidade de criaturas, a urbe ideal é onde não haja movimento a incomodar, onde a vizinhança seja mesmo sossegada, onde se respeite escrupulosamente as horas de sossego (são quase todas, só interrompidas pela chegada de um novo condómino ou alguém a trazer flores).
    Não vejo melhor condomínio para este tipo de gente que o cemitério.

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  5. Apesar da perseguição dos condóminos rabugentos e da edilidade aquela feira persiste em ser do mais genuíno e autêntico. Ter o gosto de observar (e às vezes comprar) alguns objectos que remetem enquanto testemunhos para a nossa história; ter a oportunidade de comprar como pechincha livros valiosíssimos há muito esgotados…
    Depois, para além da boçalidade (mesmo a betinha e da Alameda) a sociabilidade que ali acontece é do mais autêntico. Aquela gente, feirantes e público, forma uma comunidade do mais autêntico que se possa imaginar.
    Querem fazer o seu pobreta negócio, são perseguidos por todo o lado, mas são gente boa.
    A alternativa a eles é a Câmara, a tacanhez da câmara e os condóminos incomodados.
    Esta terrinha vai longe.

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