“Não posso concordar que uma câmara esteja a ser governada na sombra por um chefe de gabinete.
Muitas vezes as questões são discutidas nas reuniões e depois vemos que as propostas são alteradas ou pela mão dele, pensamos nós, ou chegam por prévia instrução dele. E desconfiamos que até os vereadores da maioria por vezes nem sabem do que está por trás de certas propostas, que é ele que as faz”, denuncia o advogado e vereador João Tenreiro.
Na sua opinião, Luís Ferreira “não dignificou a câmara como vereador (no anterior mandato) e basta lembrar alguns episódios, como o que envolveu o escritor Lobo Antunes”.
O autarca considera ainda que a partilha da gestão da câmara entre o PSD e o PS no anterior mandato foi um erro estratégico.
Num balanço do primeiro ano de gestão da Câmara, João Tenreiro considera que “os eleitores que votaram PS sentem-se defraudados” e dá como exemplo de promessa não cumprida o realojamento da comunidade de etnia cigana cujo plano de habitação social devia ter sido apresentado em 100 dias.
“Temos uma câmara muito mais propagandística”, refere o líder dos social-democratas de Tomar.
Numa nota publicada no facebook Luís Ferreira responde com críticas aos 16 anos de gestão autárquica do PSD e argumenta que a atual Câmara reduziu a dívida “em mais de 11%, só no primeiro ano, apesar das permanentes surpresas e dívidas escondidas que foram descobertas”. Apresenta outros dados como o cumprimento do programa do PS (30% no primeiro ano), a defesa dos trabalhadores da Câmara, os critérios de apoios às juntas de freguesia e às associações.
“Incomoda-o que eu exista? Pois tem bom remédio: execute-me ou mande-me executar. Só assim se 'livra' de ter de me ouvir e ler... (…) Como sempre o povo diz: os cães ladram e a caravana passa!”, escreve Luís Ferreira.
A entrevista completa de João Tenreiro pode ser lida aqui.
“Câmara de Tomar está a ser governada pelo chefe de gabinete da presidente”
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