terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Entrar em Veneza passa a custar 10 euros

Opinião

Entretanto em Tomar não estão previstas entradas pagas para assistir à próxima Festa dos tabuleiros


Segundo o Observador, que pode ler aqui, entrar em Veneza, vai passar a custar 2,50 euros por pessoa na época baixa, e 10 euros/pessoa na época alta. Esta taxa será paga por todos os não residentes, quer durmam ou não uma noite na cidade. Anteriormente a cidade lacustre já mandara instalar pórticos electrónicos, que vedam o acesso a turistas sempre que as autoridades locais entendam que há excesso de visitantes nas ruas e/ou nos canais. (ver fotos).


Estas taxas turísticas não são caso único. Amsterdam também cobra 10 euros/pessoa, Lisboa cobra 2 euros e quase todas as cidades turísticas cobram 1 euro, mas unicamente aos turistas que ficam pelo menos uma noite, pois as taxas são cobradas pelos hotéis. No caso de Veneza, uma vez que a lei determina que a taxa é universal, excepto para os moradores, falta determinar como virá a ser cobrada.
Para os tomarenses, o caricato desta questão é que a próxima Festa dos Tabuleiros vai custar cerca de 400 mil euros, em grande parte provenientes do orçamento da câmara, que por outro lado alega que não tem dinheiro para substituir velhas canalizações de amianto e esgotos medievais, mas que se saiba, até esta data não está previsto cobrar qualquer taxa de entrada na cidade, mesmo nos dias dos cortejos dos tabuleiros e/ou de abertura das ruas populares ornamentadas.

 Apesar de sucessivos alertas nesse sentido ao longo dos anos, os responsáveis pela festa tomarense insistem em "cumprir a tradição". Resta portanto exclamar: - Gente rica é outra coisa! Felizes os simples de espírito, pois deles será o reino dos céus!
Pode é a sua vida política transformar-se entretanto num inferno. Oxalá que não.
                                                                                       António Rebelo

17 comentários:

  1. Assim se vê o fosso cada vez maior entre as autarquias que procuram liderar o futuro, por um lado, e aquelas que são penosamente arrastadas contra vontade para o que aí vem, e que é inevitável, por outro lado.
    É só mais um triste exemplo. Triste para quem mora em Tomar e não come (ainda) no refeitório municipal.
    Podendo parecer que não, os tabuleiros vão custar à câmara pelo menos 1,2% do seu orçamento anual. Coisa pouca, quando comparada com os 40% que custam os funcionários, em muitos casos em pura perda.
    Trata-se obviamente de uma situação que poderá durar mais algum tempo. Mas não para sempre, por falta de fundos.

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  2. Mais uma opinião, a Festa dos Tabuleiros é gratuita e será. O senhor sabe muito bem que não e a câmara que investe esse valor todos, e se bem se lembra a Festa teve lucro no último ano, graças aos patrocínios e as bilheteiras dos concertos.

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  3. Comparar Veneza com Tomar é comparar alhos com bugalhos, usando uma expressão bem portuguesa. Veneza é, per si, uma espécie de Museu, vá, de exposição permanente, pelo que não me choca que se pague para entrar/visitar a cidade, para cobrir os custos de manutenção dos sistemas de drenagem e bloqueio de inundações que permitem manter a cidade de pé.

    Tal como não me choca que a Festa dos Tabuleiros seja gratuita, como sempre foi, e espero que sempre continue a ser, já que a receita que advém da quantidade de pessoas que a Tomar se deslocam nesta festividade é imensa. Podiam, isso sim, cobrar uma taxa turística nos estabelecimentos hoteleiros da cidade, só com isso ganham uma fortuna (cerca de 1200 camas (equivalente a cerca de 2000 pessoas) x 1€/noite/pessoa x 7 noites = 14 000€ --> só durante a festa dos tabuleiros). Já para não falar das taxas dos parques de estacionamento, parquímetros, .... .Há que saber tirar proveito do turismo e da aposta (extremista na minha opinião) no mesmo.

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    1. Ai então comparar Veneza com Tomar é comparar alhos com bugalhos? Ora aí está um belo comentário, de grande realismo e enorme perspicácia.
      Na mesma linha, suponho que também não se devam comparar as taxas hoteleiras e outras cobradas em Veneza, com as que você propóe para Tomar. Ou estou a ver mal?
      E muito menos a sujidade urbana e a péssima sinalização de Tomar, com as de Veneza, não é assim?
      O povo também costuma dizer que "o pior cego é aquele que não quer ver". Querem lá ver que é bem capaz de estar cheio de razão?! Ou também não se pode comparar o seu comentário com o texto de um invisual falando sobre o Mouchão?

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    2. Veneza é cidade, Tomar também é cidade. A população de Veneza está a diminuir acentuadamente, a de Tomar também. Veneza é património da Humanidade, Tomar também. Veneza é uma cidade média europeia, Tomar também. Veneza recebe cada vez mais turistas, Tomar também. Veneza faz parte da União Europeia, Tomar também. Veneza tem problemas de saneamento e de limpeza urbana, Tomar também.
      Dito isto, não se pode comparar uma cidade com a outra, escreveu você. E tem razão, numa aspecto: Em Veneza os funerais são de barco. Em Tomar, apesar de estarmos a ir por água abaixo, o enterro ainda é por terra. Mas com cada vez mais gente a meter água, não sei não!

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    3. Veneza é cidade Património da Humanidade, Tomar não é, apenas tem património classificado. Logo por aí há uma grande diferença.

      Veneza está a afundar, devido ao extremo peso que suporta, nomeadamente o cada vez maior número de visitantes. Com a introdução de uma tarifa esse número irá, certamente, diminuir um pouco, ajudando na conservação da cidade.

      Comparar a dimensão e magnitude de Veneza com a de Tomar é comparar um ferrari a um, vá, bmw, para não dizer um Tata. Tomar ainda tem muito que andar, evoluir e diversificar até chegar perto daquilo que Veneza é.

      E sim, comparo as taxas hoteleiras e turísticas entre as duas cidades porque, no seu âmago, são elas que financiam as edilidades das duas cidades, no que ao turismo refere.

      Considerar Veneza cidade média é um ultraje. Já Tomar não passa de uma pequena cidade, com edis que têm a mania das grandezas. Comparar a diminuição da população entre as duas cidades é errado, dado que os factores que levam a isso são distintos.

      Quanto à sujidade e sinalização (ou falta dela), isso é problema derivado de mau planeamento e execução das entidades, e falta de vontade e de civismo das pessoas.

      E se «o pior cego é aquele que não quer ver», então porque reelegeram o mesmo executivo? Ou será porque «burro velho não aprende línguas», sendo que «o povo é quem mais ordena».

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    4. Concordo com a sua opinião. São duas realidades completamente diferentes (a vários níveis) em que uma comparação entre as duas cidades, ou melhor, uma cidade e uma festa, não faz muito sentido.

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    5. Diga-me, se faz favor: Entre "Veneza Património da Humanidade" e "Tomar-Convento de Cristo Património da Humanidade", para além dos vocábulos, ou seja em termos de mensagem ideológica, qual é mesmo a diferença? Haverá alguma?
      Tenho o gosto de o informar que, no quadro administrativo da União Europeia, Veneza e Tomar integram a mesma categoria administrativa, designadamente para efeitos de atribuição de fundos. Ambas são cidades médias. Em 20 anos, Veneza passou de cerca de 140 mil para 86 mil habitantes. Em 15 anos, Tomar passou de 43 mil para 34 mil eleitores. (cito de cor)
      Quanto a taxas hoteleiras, cabe lembrar que são taxas de entrada e de estada, tal como as cobradas à entrada de Veneza ou de Amsterdão, por exemplo. Não há qualquer diferença de facto, para além dos montantes respectivos.
      Já agora, esclareça-me, se puder: Também não se pode comparar Festa dos Tabuleiros-Tomar que é grátis, e Festival Bons sons - Tomar que cobra entradas, embora também receba subsídios da Câmara de Tomar e do Turismo do centro? E olhe que considero que fazem muito bem em cobrar entradas para os Bons sons.
      Essa do burro velho não aprende línguas tem decerto alguma relação com aqueloutra "As viagens formam a juventude; mas toma cautela. Se mandares o teu burro à Meca, ele volta de lá tão burro como à partida." Enfim, é o que se crê em geral, pois por enquanto ainda ninguém conseguiu recolher a opinião de um burro quadrúpede que tenha viajado até Meca.
      Aqui em Tomar, mas não só, apesar do que diz aquele painel na escadaria do Paços do concelho, não é o povo quem mais ordena. A realidade parece ser cada vez mais, tanto a nível local como nacional "O povo eleito protegido do poder é quem mais ordenha". Enquanto houver, claro.

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    6. É o que lhe parece e eu respeito, mas permita-me que discorde. Nem todos conseguem ver igualmente longe. Não se trata de comparar uma cidade e uma festa, mas sim uma cidade com outra cidade e a maneira como são geridas pelos seus eleitos. Faça o favor de não torcer a realidade, tanto mais que escreve a coberto do anonimato, podendo ser portanto um dos aproveitadores da actual situação. Que também os há, bem entendido.

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  4. Os mais recentes relatórios estimam cerca de 120/130 milhões de remediados à rasca, pobres ou em risco de pobreza na União Europeia. Sob a orientação do Observador, e com a colaboração do porreta prof. Rebelo, procurem-se soluções para dissuadir esta gentalha de frequentar festas e de se aprochegarem... das cidades atrativas, históricas. Já há solução para impedir os gatos de invadirem os quintais com latas pelo chão para os assustarem. Tenho algumas dicas, mas o melhor é abrir uma discussão pública sobre este momentoso problema. Por exemplo, como enxotar da Festa dos Tabuleiros o pessoal que leva sandes de casa para sossegar o estômago? Sim! Os pobres deste país? Anda tudo a delirar. Mas sobre os tais 120/130 milhões de pobres, o porquê destas desigualdades gritantes, está-se o Observador lixando. Não direi o mesmo do senhor Rebelo, grande divulgador dos artigos daquele jornal da extrema direita portuguesa.

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    1. Ó Fernando, quando tiveres vagar vê lá se me consegues mostrar o que é que esta notícia do Observador sobre Veneza tem de extrema-direita ou de extrema-esquerda.
      Tu é que tens cada uma!

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    2. Apeteceu-me! Não gosto desse jornal. Tenho até medo dele. Apeteceu-me! E como tenho simpatia por ti, não gosto de te ver por maus caminhos...
      Quanto ao excesso de turistas, ponham-se na bicha. É o que acontece nos teatros, nos cinemas, nos museus, em todos os espetáculos públicos. Qualquer dia para ir à Festa exigem uma declaração do rendimento coletável, como faziam, não há muito tempo, para ter direito a voto.

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  5. PAGAR OU NÃO PAGAR EIS A QUESTÃO
    Eu sempre paguei e pelos vistos outros não. Mas vou deixar de pagar que é para esta gente se convencer que o sol quando nasce é para todos.
    Em todos as FESTAS batem à porta os chamados “fraques” nomeados pelas respetivas comissões, pedindo colaboração monetária para ajudar a festa. Dir-se-á que isto não é pagar é ofertar, contudo sou livre de fazer a leitura a meu belo prazer. Eu pago, digo, paguei porque a partir de agora só pagarei quando todos pagarem.
    Todos devem colaborar para uma festa melhor.

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    1. Pois aí é que está um dos busilis da questão. Eu também sempre tenho pago quando me batem à porta. O que quer dizer que os residentes pagam para os turistas poderem depois assistir à borla, deixando-nos a sujidade. Será justo?
      Mas há que cumprir a tradição, não é?

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  6. Se a Câmara fosse capaz de ter ideias....tuda esta (positiva) discussão faria sentido. Assim....

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  7. Vá vamos com calma a cidade nos últimos tempos tem andado um pouco desmazelada então vamos lá a ver se nos entendemos todos os ditos Tomarenses não pagam bilhetes os demais forasteiros sabem que ao virem provocam lixo e como tal 1€ por pessoa é mais que expectável e não é preciso fazer nenhum mapa para os demais entenderem que não somos ricos e a termos esta atitude complacente de ser tudo facilitadamente oferecido causa um tamanho défice câmara que nos deixa de rastos é hora de mudar as coisas e atribuir por decreto municipal que seja cobrado 1€ por pessoa que vier visitar a Festa dos Tabuleiros para assim haver uma boa gestão para se poder limpar a cidade de novo e todas as demais situações decorrentes da festa de modo a proporcionar aos visitantes uma festa aprazível como sempre.
    E nem vale comprar Cidades o que está em jogo é a Limpeza da Cidade pós Festa e durante a festa o que acarreta uma enorme despesa.
    Já agora parabens ao Prof. Rebelo pela sua opinião pertinente.
    Todos nós nos devemos preocupar também com o crescimento de Tomar que é um fator de extrema importância penso ter dito tudo e para bom entendedor meia palavra basta.

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  8. Mas que é que isso interessa? Vão a Veneza? Tótós!

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