Vai por aí, pelas bandas da capital, ali para os lados de Loures, uma bulha dos diabos. Imaginem que a câmara local, de maioria CDU, celebrou vários ajustes directos com um genro de Jerónimo de Sousa (secretário geral do PCP), que antes estivera três anos desempregado. O genro, não o Jerónimo, como é lógico. Imediatamente o PCP publicou um comunicado dizendo que trata de reles anticomunismo primário. Só pode ser.
Os jornais pegaram no assunto, e eu desta vez, à cautela, fui consultar prosa acima de qualquer suspeita, segundo me parece, mas posso estar enganado. Fiquei-me pelo EXPRESSO, para o nosso conterrâneo Templário não me vir outra vez acusar de estar a ser influenciado pelo OBSERVADOR, essa bíblia da pior direita. Pior e melhor, porque, verdade seja dita, não temos outra.
No meio de todo este banzé, acho melhor não emitir opinião, tanto mais que estou a milhares de quilómetros dos factos. Em contrapartida, parece-me bem aproveitar o ensejo para louvar os eleitos e a população minha conterrânea, de nascimento ou por opção forçada pela função pública.
É do domínio público que a actual maioria PS tomarense, galhardamente capitaneada por Anabela Freitas, já celebrou mais de uma dúzia de contratos por ajuste directo, nas mais variadas áreas. Até já contratou gente de fora para lhe vir fazer festas. Por exemplo a Festa templária. E gente de dentro para o mesmo fim. Caso dos Tabuleiros.
Há também convénios a pagantes com um gabinete de comunicação de alhures, quando a autarquia dispões de serviços providos de gabinetes, de pessoal e de material nessa mesma área. Ou ainda acordos com gabinetes de advogados de Lisboa, apesar de serem funcionários autárquicos vários inscritos ou ex-inscritos na Ordem dos advogados. E de haver até um ajuste directo com uma advogada síndica da praça tomarense e das fileiras socialistas.
Como perante, ou apesar de tudo isto, em Tomar ninguém diz nada, nem se vislumbra, por assim dizer, qualquer sinal de preocupação por aí além, afora um ou outro comentário desgarrado, forçosamente malévolo, desestabilizador, interesseiro e mal intencionado, deduzo que a maioria PS nabantina tem vindo a cumprir escrupulosamente, e sem falhas, as suas obrigações para com os eleitores e o país. É portanto uma boa Câmara. Melhor mesmo só a Assembleia Municipal, cuja usual paz celestial aqui se assinala com alegria. A inacção ainda continua a ser a melhor maneira de evitar asneiras.
Então e a oposição, perguntará o leitor de outras cores partidárias? Do melhor que há. Óptima. Em Loures, só por causa do tal electricista, que não tem culpa nenhuma de ser genro de quem é, BE, PS e PSD fazem um barulho dos diabos. Querem inquéritos, fazem perguntas, formulam requerimentos. Tudo movido a anticomunismo primário, já se vê. Uma vergonha.
Em Tomar, felizmente não temos nada disso. Nem a magnífica opinião pública nabantina consentiria. Caía logo, sem dó nem piedade, em cima de quem ousasse levantar a mais pequena suspeita sobre fumos de irregularidades.
É tudo tão bonito, tão perfeito, tão harmonioso que até já se anunciam, para os próximo verão, vários grupos de observadores estrangeiros, interessados em ver in loco como é possível conseguir e manter uma tal paz social, que praticamente nada perturba. Nem mesmo os eleitores de oposição. E vão aproveitar para assistir ao cortejo da Festa grande, pois então!
Poderão dizer os mais cépticos que há porém um problema, e bem sério -a evidente e por isso indesmentível decadência da cidade e do concelho. Ainda não tão grave como na Venezuela, mas para lá caminhamos.
É verdade, concordarão, pela calada, que os euros dão sempre muito jeito, alguns defensores estipendiados da actual maioria. Que logo irão aproveitar para usar uma "trouvaille", daquelas que raramente falham. Dirão, parafraseando a letra do velho fado amaliano, "É por vontade divina".
Pois seja e cada qual que se governe, conforma souber, puder e o deixarem.
António Rebelo
Lá esta o senhor Je Sais Tout, mas não sabe de nada, amanda para aqui uns bitaites, mas é muito fraquinho, melhor mesmo era ir para o Brasil apanhar sol.
ResponderEliminarPuisque vous m'avez traité de monsieur "Je sais tout", je me dois de vous répondre dans la langue de Voltaire, parmi beaucoup d'autres. Pour vous dire deux ou trois petites choses sans importante aucune. D'une part, que je suis déjà ao Brésil depuis des mois. Donc vous faites erreur. Comme d'habitude... D'autre part, si tant est que vous parvenez à lire et à compreendre tout ceci, je vous conseille d'écouter "Je sais" de Jean Gabin, sur youtube. Ça va répondre à votre opinion me concernant. D'autre part encore, c'est vrai que je ne me considère pas très fort. Que voulez-vous, tout le monde ne peut pas être aussi génial que vous, parce que l'ADN est parfois injuste.
EliminarCordialement comme toujours,
À CAUTELA...
EliminarPor respeito para com todos os leitores que não usam o francês como língua de comunicação, mas também para o caso de o destinatário primeiro não conseguir entender a mensagem só por causa da língua, apesar de usar expressões gaulesas, aqui vai a tradução literal do escrito supra:
Uma vez que me apelidou de "senhor Je sais tout", sou levado a responder-lhe na língua de Voltaire, entre outros, para lhe dizer duas ou três coisitas sem importância nenhuma.
Por um lado, para lhe dizer que já estou no Brasil há meses. Está portanto enganado. Como habitualmente.
Por outro lado, partindo do princípio que você consegue ler e compreender tudo isto, aconselho-o a ouvir "Je sais", de Jean Gabin, no youtube, o que vai responder à sua opinião a meu respeito. Julgo eu, mas nunca fiando.
Por outro lado ainda, é verdade que não me considero muito forte. Mas o que é que quer? Nem toda a gente pode ser tão genial como você, porque o ADN é por vezes injusto.
Infelizmente, com mais ou menos veemência retorica, é assim, como o Antonio Rebelo contimua a ter a paciência e a coragem de denunciar.
ResponderEliminarUMA SITUAÇÃO VERDADEIRAMENTE DEPRIMENTE
ResponderEliminarEnfiada prá qui entre autoestradas que verdadeiramente a ignoram, rios e florestas ardidas, Tomar parece mesmo ter uma sina, uma Karma ou um raio de uma maldição de que se não vislumbra saída.
De há anos para cá, desde que se instituiu que a selecção dos democratas haveria de designar quem nos governa e quem se acha na condição de o fazer armando-se em oposição, a coisa tem resultado só em desastre. Tem sido sempre a descer, nesta espiral de infortúnio que ainda está a acelerar.
De cada vez que alguma câmara – seja ela qual for - tenta fazer alguma coisa, logo os arautos da desgraça hão-de tentar ver por que lado é que hão-de atacar para deitar a coisa a abaixo. Seja lá o que for.
E quando não têm, inventam.
E quando não conseguem inventar, chegam a este ponto de referir uma coisa que até nem é má, como se fosse uma obra terrível.
Veja-se só:
Lá para as bandas de Loures parece que o PC se meteu numa alhada. Tal como o Bloco de Esquerda, também eles acabaram por aderir ao nosso sistema democrático pela banda da corrupçãozinha legal: Fazer sem ética aquilo que, apesar de abjecto, tem ainda cobertura legal. Já tinham feito umas coisinhas assim lá para Palmela ou Setúbal. Mas agora, tal como o Bloco, o canto da superioridade moral ficou um bocadinho mais rouco e desafinado.
Mas isto, meus senhores, muitíssimo longe de Tomar. Nem o PC nem o Bloco comem a esta mesa nabantina.
E depois, em qualquer trabalho de oposição social e política, os argumentos devem mesmo ser políticos. Porque quando se mistura o criminal e o político, não havendo nada de criminal, até pode parecer que politicamente são bons. O que não é manifestamente o caso. Mas este opinante não sabe nem é capaz de demonstrar.
Ele tenta demonstrar um ilícito criminal que sabe muito bem que não existe.
E não o podendo demonstrar, como valentemente se acha capaz, acaba por dar razão e força à edilidade que democrática e legalmente exercem o mandato para que foram eleitos.
Se ele sabe que há crime, porque espera para o denunciar às entidades competentes?
Porque se vamos pela banda da chafurdice, metemo-nos numa alhada de que pouco sairão limpinhos Veja só:
Não será melhor contratar advogados fora do que selecionar neste microcosmos onde todos se conhecem e onde se conhecem todas as amizades e compadrios?
E será que os advogados de Tomar dão assim tantas garantias de qualidade? Tenho as minhas dúvidas.
Sinceramente: gostava muito que esta vereação fosse substituída por uma politicamente competente.
Mas sendo isto o que aparece de alternativa, nesse caso é bem melhor deixar estar. Que se lixe!
Que responder a todo este paleio de circunstância? Talvez lembrar que até prova do contrário todos somos inocentes. Mas também que, até prova do contrário, há em Tomar demasiadas situações no mínimo estranhas, que só não vê quem não está mesmo nada interessado em ver.
EliminarEssa treta, já antes aqui usada, de que a vereação que está não presta, mas a oposição ainda é pior, e portanto mais vale deixá-la estar, só de gente que eventualmente já terá vitoriado o Mao Ze Dong, e/ou o Vladimiro, com o pretexto de salvar o proletariado. Porque ninguém de bom senso e espírito aberto expende opiniões assim.
Haja decência. E coerência, já agora.
Gastar 200 mil euros em advogados de fora, e mais sei lá quanto na síndica, e talvez mais um ou outro jurista do quadro! Parece estranho e devia ser explicado!
ResponderEliminarRefere que se anuncia a chegada a Tomar de "vários grupos de observadores estrangeiros, interessados em ver in loco como é possível conseguir e manter uma tal paz social". Parece que pretendem estudar também o caso do politécnico local.
ResponderEliminarÉ bem possível.
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