O espaço no coração do centro histórico da cidade está a sofrer uma remodelação profunda a começar pelo pavimento. A calçada está a ser coberta por areia.
O objetivo é recriar uma praça de Ourém em 1917, ano das aparições em Fátima. Como a cidade de Ourém não apresentava condições para as filmagens a produtora optou por Tomar.
E assim, tudo está a ser feito para que se recue 100 anos na história. As montras, portas e janelas da praça está a ser tapadas, o chão coberto de areia, foram retirados os pináculos, os bancos e a rampa de acesso a deficientes na câmara.
A estátua de Gualdim Pais vai ser tapada, tal como outros elementos, e nos dias das filmagens, de 30 de outubro a 6 de novembro, as esplanadas vão ser retiradas e os cafés não vão funcionar.
As filmagens passam, além da praça da República, pela antiga sede do Club Thomarense e pelo café Paraíso, provocando alterações no trânsito nesta zona do centro histórico de Tomar.
No filme, os três pastorinhos são representados pelos espanhóis Stephanie Gil, Alejandra Howard e Jorge Lamelas.
À agência Lusa, Rose Ganguzza, uma das principais produtoras, contou que desde criança conhecia a história dos três pastorinhos e decidiu trazê-la para o cinema, com um argumento que é “baseado na religião católica”, mas que transcende todas as religiões e se resume a uma “história da humanidade”. “Acho que o filme vai ser polémico por dois aspetos: pela história verídica e pela aventura contada a partir dos pontos de vistas das crianças, que abrem muitas possibilidades criativas”, admite a produtora, que adiantou que o filme explora as duas vertentes.
O filme aborda o que “estava a acontecer em Portugal em 1917 para criar o contexto da história e para as pessoas verem como é que crianças que estavam no meio do mato, sem Internet, sem redes sociais e sem televisão, conseguiram reunir em Fátima 70 mil pessoas na última aparição para ver o milagre do sol”.
Com um filme que é falado em inglês, que promete “tocar pessoas que não são católicas”, que conta com um elenco de atores internacional e que fala sobre os segredos de Fátima, cujo santuário recebeu em 2017 nove milhões de fiéis, os produtores esperam “chegar a um grande número de espetadores”, a partir de maio de 2019, altura em que está prevista a exibição nas salas de cinema.
A película vai contar com duas estreias mundiais, de cariz solidário, uma em Fátima a 13 de maio do próximo ano e outra em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, ocasiões para ver cantar ao vivo o cantor italiano Andrea Bocelli, autor e intérprete de “Gloria”, o tema de fecho do filme. “Acho que a música deste filme vai ser premiada, porque a música de Bocelli, ‘Gloria’, original termina o filme. O espetador que ouve a música não vai ficar sem chorar e, sendo original, pode vir a ter um prémio para melhor música de filme”, apontou Rose Ganguzza.
Com um investimento de seis milhões de euros, o filme realizado pelo italiano Marco Pontecorvo foi já gravado em Fátima, durante a missa do papa Francisco, e em Coimbra, em 2017, com passagens ainda por Sesimbra, Pinhel e Tomar. O projeto foi desenvolvido pela Origin Entertainment e o argumento foi escrito por Marco Pontecorvo e Valerio D’Annunzio, com base na história de Barbara Nicolosi.
Entre o elenco de atores, estão o norte-americano Harvey Keitel, a brasileira Sônia Braga, o croata Goran Visnjic e os portugueses Joaquim de Almeida e Lúcia Moniz. A produção conta com meio milhar de especialistas, 70 atores portugueses, 2.500 figurantes portugueses e 200 animais.
“Fátima” é também o primeiro filme a ser apoiado pelo Estado no âmbito do recém-criado Fundo de Apoio ao Turismo, Cinema e Audiovisual, que pretende captar produções internacionais de filmes cinematográficos.
Tudo muito interessante e excelente para a promoção de Tomar. Mas como de promoção já todos começamos a estar fartos, ao vermos certos resultados, impõe-se a pergunta: Quanto é que o Município recebeu ou vai receber pelos direitos de imagem, para além do pagamento das despesas ocasionadas pelas filmagens?
ResponderEliminar"Promoção", com tanta alteração nem os Tomarenses vão conhecer a cidade em que nasceram.
ResponderEliminar"Promoção", com tanta alteração nem os Tomarenses vão conhecer a cidade em que nasceram.
ResponderEliminarQuanto vai receber pelos direitos de imagem e também pela licença de ocupação da via pública. Porque se qualquer cidadão tem de pagar quando faz obras, porque razão estes senhores do cinema não pagariam?
ResponderEliminarOu será que pagam mesmo, mas o dinheiro vai logo para outros bolsos, em vez de dar entrada nas contas da autarquia?
A julgar pelo recente escândalo da concessão da estalagem, em que uma concorrente vencida, apesar de amiga e apoiante da presidente, conforme escreveu, acrescenta que o concorrente vencedor "fez tudo, mas mesmo tudo", para ganhar, já nada me surpreende...
Promoção é ir procurar investidores para serviços estratégicos ou fábricas de qualquer tamanho. Serviços de cama e mesa como cafés, restaurantes e dormitórios é que já há que cheguem.
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