A descoberta de uma talha em perfeitas condições e a poucos centímetros de profundidade terá sido a mais surpreendente. De resto, as escavações têm revelado pavimentos, muros e moedas, entre outros objetos.
Nas escavações do hotel República também surgem vestígios do que parecem ser silos de conservação de alimentos.
Refira-se que no edifício onde funciona a taverna da Talha, na rua Joaquim Jacinto (rua da Sinagoga), também foi descoberta uma talha de grandes proporções, que pode ser visitada e que deu origem ao nome do estabelecimento.
PARECE CONTRADITÓRIO, MAS NÃO É
ResponderEliminarQuem gosta de cultura e calha também ser de cá e gostar desta terra não deixa de se arrepiar com notícias destas. Mas pelos piores motivos.
É que nós já sabemos da atitude de desprezo que as sucessivas regências camarárias têm votado tudo o que tenha um mínimo de interesse cultural e que também tenha que ver com a identidade desta terra.
Quantos achados arqueológicos foram devidamente soterrados com asfalto em plena cidade!
Quantos desses achados (os mais portáteis) não foram levados para outras terras?
Quanto da nossa cultura não se está a degradar rápida e irreversivelmente aos olhos de toda a gente?
Para esta vereação – e quase todas as que se conhece – cultura é o que dá na televisão e concursos pimba.
Espero que o “dono da obra” tenha alguma sensibilidade para aquilo.
Se o Politécnico tivesse alguma valia para além do tentar desesperadamente manter-se para assegurar os empregos aos que lá estão, poderia ter e tenha qui uma oportunidade de disfarçar a sua inutilidade.
Tirando isto, esperamos, já resignados, que por hora nada mais apareça. E que um dia, por mera hipótese, casa apareça o tanto que se sabe que este chão guarda, as gerações de turno tenham capacidade e vontade de entendimento do que lhes há-de calhar.
Olha que admiração! Encontram-se talhas dessas no subsolo de quase todas as casas da cidade antiga. Destinavam-se a esconder o azeite e/ou o vinho, contra os assaltos e contra o direito de comedoria.
ResponderEliminarAté existe um pequeno milagre tomarense. Numa casa ao lado da sinagoga uma série dessas talhas que lá existe passou a ser apresentada aos turistas como destinadas a fornecer a água dos banhos sagrados, o mikvá. Ao que se chegou!
E as lajes grandes que também lá foram descobertas, que se calhar faziam parte do túmulo visigótico junto com outros elementos na torre sineira de S. João?
ResponderEliminarBom dia.
EliminarMuito agradecia ao anónimo de hoje das 10.21 que pudesse adiantar mais alguns elementos do que disse. Fiquei mesmo muito curioso. Muito obrigado.
Lamento não poder aceder ao seu pedido, que sei bem intencionado, por não querer contribuir para prejudicar o investimento hoteleiro em curso.
EliminarQuando escrevi pretendia apenas apurar o destino das lajes grandes, com cerca de 3 metros quadrados cada uma, que foram encontradas nas escavações ainda a decorrer. O resto fica para mais tarde, quando o hotel já estiver concluído.
O interesse destes comentários (10:17 e 10:21) é grande.
ResponderEliminarEles efectivamente põem o dedo na ferida: O da falta de fundamento e de rigor histórico e científico da atitude cultural dos tomarenses.
Ache-se o que se achar, bastará inserir aquilo numa qualquer narrativa, por mais absurda, mas que tenha uma qualquer referência "histórica", e já serve.
É o equivalente ao "very tipical".
Serve para o turista parvo e serve sobretudo para o tomarense que acha que se o turista gosta é porque é importante.
Hoje o mundo está assim. E Tomar (ponho com H? Thomar?) então exagera.
É uma "festa templária" cujo absurdo ninguém nota, porque não há ninguém com um mínimo e informação sobre a coisa. Depois, há essas "feiras medievais" típicas de cada terra em que os feirantes são os mesmos de norte a sul do país.
Temos as estátua vivas, isso sim! E os concursos de culinária.
Mas se fossemos a ver bem, naquilo que nos identifica como tomarenses, ou temos vergonha ou não sabemos.
Quando um estrangeiro me diz que gosta de Tomar. Já lhe pergunto:
Está a falar de quê?
A talha, é do azeite ou das azeitonas? Foi feita na Asseisseira ou veio da feira da Azambuja?
ResponderEliminarEu, no meu quintal estava uma vez a cavar e dei com uma pedra estranha. Vai-se ver não era uma pedra. Era um bocado de bosta de cavalo petrificado. Resta-me procurar saber se o cavalo era do tempo das invasões francesas ou do João Moura...!!!
Tenham dó! Parar uma obra de interesse económico e social para esta terra onde o diabo perdeu as botas...por causa dum cântaro???
Boa tarde. Experimente pensar com uma permissa diferente. Se eu (dono do hotel) conseguir manter a talha e construir e equipar o hotel como pensei não terei certamente nada a perder e só a ganhar. Afinal o hotel novo que foi inaugurado no sábado tem peças arqueológicas em exposição pois acham os donos que são mais-valias.
EliminarObrigado
A resposta deste anónimo (12:23) é bem significativa.
ResponderEliminarSe é de azeite ou de azeitonas, se é bosta de cavalo (os cavalos não largam "bostas". Na nossa cultura o cócó de cavalo chama-se "bonico"), se á do João Moura, ou se é do Napoleão (e bem poiamos continuar a fazer graçolas tão engraçadas sobre isto)... se é uma coisa ou outra, se tem interesse cultural ou não, isso, caro amigo, já depende da cultura com que sejamos capazes de "ler" e valorizar os tais achados.
Será bom que os tais turistas que vêm por cá tenham algum interesse cultural nisso. Porque "nós" - e você é bem representativo da "nossa" atitude - seguramente não sabemos do que se trata.