domingo, 3 de fevereiro de 2019

Revista do Correio da Manhã destaca Tabuleiros

A revista que acompanha o jornal Correio da Manhã de sexta feira, dia 1, dedicou algum espaço à festa dos Tabuleiros. A imprensa nacional tem publicado algumas notícias sobre a festa deste ano mas há um certo exagero no número de tabuleiros do cortejo. A referência a 750 tabuleiros peca por excesso, uma vez que a previsão aponta para os 600, 650 tabuleiros.

8 comentários:

  1. No actual modelo organizativo, a festa custa um balúrdio e esgotou as suas virtualidades. No dia do cortejo é uma barafunda do pior que há e contradiz aquela autarca que não quer os turistas dos circuitos, porque só compram garrafas de água e sujam as casas de banho. Pois por ocasião da festa, os forasteiros não sujam só as casas de banho. Sujam tudo por todo o lado. E muitos nem garrafas de água compram.
    Sobre a promoção de Tomar graças à festa, não passa de mais uma balela, de quem não quer ver a realidade, porque não lhe convém.
    Verdade, verdadinha, se excluirmos as cidades onde há muitos emigrantes portugueses, no resto do mundo ninguém sabe o que é Tomar nem onde fica, quanto mais agora o que é a festa dos tabuleiros.
    Há até uma situação recorrente e pouco agradável. Quando um cidadão qualquer diz no estrangeiro que é ou mora em Tomar, quem ouve fica em geral a olhar no vazio, até que se lhe diz "próximo de Fátima". Aí a resposta é quase sempre imediata: "Ah, já estou a ver!"
    Mas como os tomarenses adoram mostrar-se, dar nas vistas, evidenciar-se, e tendo em conta a imparável ascensão da era da imagem,e das selfies do sr presidente, viva a Festa grande, mesmo custando mais de meio milhão de euros, o que corresponde a mais de 10 euros por habitante do concelho. É obra!
    E afinal a dívida da câmara é só um bocadinho superior aos 20 milhões de euros. Coisa pouca. Dinheiro para amendoins.

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    1. Então na sua opinião devíamos acabar com a festa?

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    2. Como bem sabe, entre o 8 e o 80 há setenta e tantos outros números. Ou, se prefere, visto sermos um antigo país de marinheiros, agora quase todos em terra e muitos até aterrados, "nem tanto ao mar, nem tanto à terra".
      O que me parece, como tomarense sem quaisquer ambições políticas, movido apenas pela esperança de que a situação possa melhorar, o que me parece é que se devia parar quanto antes para pensar. Até pode ser depois da próxima edição da festa. Não convém é adiar outra vez.
      Parar para pensar, quer dizer reunir-se e debater com serenidade algumas coisas básicas. Por exemplo definir objectivos. Responder a perguntas simples, como estas: No seu figurino atual, a festa serve realmente para quê? Interessa a quem? Quanto custa mesmo aos contribuintes? Será que promove mesmo Tomar? E o que há para promover em Tomar? Trata-se de um cortejo de oferendas? De uma procissão religiosa? De uma atração turística? De um beija-mão ao poder autárquico instalado? Tudo isso e mais alguma coisa? Só se pode fazer de 4 em 4 anos? Porquê? Não haverá modo de conseguir que a festa dê lucro?
      Só depois desse debate, já na posse de respostas e soluções tão consensuais quanto possível, é que se poderá decidir sobre realizações futuras.
      E não venham com o respeito pela tradição. Em 1950 João Simões também não se limitou a respeitar a tradição, de resto interrompida em 1937, aquando do congresso nacional de bombeiros, onde teve lugar o último cortejo grande, ainda com tabuleiros de diversos formatos, e até algumas fogaças.
      O mundo não começou com os atuais guardiões dos tabuleiros. E aquela pretensa eleição do mordomo não passa afinal de uma fantochada, uma vez que ocorre numa cidade e aquilo é uma prática corrente nas aldeias. Ou já nos estamos a adaptar ao futuro, quando formos mesmo uma aldeia? Pelo caminho que as coisas levam, infelizmente já faltou mais.

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  2. Exatamente. Eu quando me refiro a Tomar digo "a 100 Km de Lisboa". Mesmo na escala nacional, Tomar já não conta para nada. Não tem empresas privadas de renome nem organizações públicas de referência (hospital? câmara? politécnico?). quanto às individualidades locais, passando Carregueiros ou Carvalhos de Figueiredo, ninguém os conhece. Mas é preciso ter consciência de que no passado foi muito diferente. contou.

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    1. Além do antes exposto pelos dois anónimos, das 10H05 e da 10H54, talvez convenha tentar cercar o cerne da questão. Que me parece ser, antes de mais e sobretudo, a mentalidade caduca dominante. Repare-se que num outro post deste blogue, quando um anónimo lastimou a diferença entre as 35 horas semanais da função pública e as 40 do privado, logo outro concordou, porém às avessas. Escreveu algo como "Pois, mas o que está mal são as 40 horas do privado."
      É com ideias destas que queremos desatascar Tomar do atoleiro para onde a têm levado as sucessivas gerências camarárias, desde as primeiras eleições autárquicas livres?
      Entre trabalhar em prol da comunidade e mamar à custa da comunidade, há que escolher. O dinheiro não chega para tudo, como demonstram, por exemplo, os comboios cujos motores caem durante a viagem. Na Europa. Em 2019.

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    2. O problema está na incapacidade dos dirigentes locais procurarem cativar para a cidade gente com iniciativa, empreendedora e com capacidade de investimento, isto é, "sangue novo". E o que acontece é que os dirigentes tomarenses querem é defender os lugares que ocupam, para si ou para os "amigos" como acontece com a classe política local, seja na câmara, na misericórdia ou no politécnico. Por outro lado parece que os tomarenses estão bem assim, não se vislumbrando qualquer sobressalto cívico. A história dos motores que caem explica-se pela sangria feita pelo governo anterior nos serviços públicos, como é caso da EMEF, com o objetivo de entregar a função a privados.

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    3. Olhe, acho o seu comentário muito acertado. Só me interrogo quanto a um pequeno detalhe: Então, segundo escreve, foi o governo anterior, cujo mandato acabou em 2015, que fez a sangria e só agora é que os comboios começaram a perder motores pelo caminho?
      A ser assim, que mais nos irá acontecer daqui a quatro anos, como resultado das "cativações" PS? Vamos ter composições ferroviárias inteiras a desfazer-se durante o percurso? E na saúde, por exemplo, haverá doentes a passar a noite nas salas de espera, por falta de médicos?

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    4. Tem razão. O anterior governo, dizendo-se a mando da troika destruiu o mais que pôde os serviços públicos, isto é, o Estado. O atual travou essa destruição (veja-se o caso TAP) mas nada fez para recuperar o que foi estragado.

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