terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Errar e insistir no erro

Opinião

A Av. Dr. Vieira Guimarães, vulgo Estrada do Convento, (ver foto) é uma estrada nacional, construída no início do século XX, para facilitar o trânsito automóvel entre a cidade e o conjunto Castelo-Convento, impossível através da calçada de S. Tiago, da Calçada dos Cavaleiros ou da vedada Rampa da Almedina. Até 2010, por ali circularam nos dois sentidos automóveis, camiões e autocarros.

Ao arrepio do que a tendência aconselhava, durante os mandatos Paiva & sucessores, em vez de mandarem fazer apenas um passeio pedonal e reabilitarem a Calçada de S. Tiago, mediante a construção de um viaduto no seu cruzamento com a estrada nacional, não senhor. Encomendaram, ou fizeram na própria câmara, (não se sabe ao certo, por falta de informação), um projecto com dois passeios, um de cada lado.
Resultado prático: agora os autocarros de turismo não se podem cruzar, devido a um erro do projecto, na execução do projecto. ou ambas as coisas -erro de elaboração + erro de execução. Também não se sabe, por falta de informação. As sumidades municipais protegem-se mutuamente.
Detectada a asneira, que nem a fiscalização assinalou ao que tudo indica, o empreiteiro foi chamado à responsabilidade? Foi multado? E o ou os autores do projecto? Procedeu-se pelo menos à correcção do erro ou dos erros?
Nada disso, que o importante parece ser sempre "não dar o braço a torcer", não reconhecer que se falhou. Foi-se assim para o remedeio. Uma vez que o cruzamento de pesados é impossível, por falta de largura da via nalguns locais, a autarquia proibiu o trânsito de autocarros num nos sentidos. E até neste caso tiveram azar. Como uma asneira nunca vem só, em vez de proibirem a subida, interditaram a descida de autocarros de turismo. Resultado, agora a maioria dos grupos visitam o Convento e põem-se a andar.
Esta insólita situação já dura há pelo menos oito anos, graças também à evidente passividade dos comerciantes e industriais tomarenses interessados, que quanto a protestos, "vão lá vocês que eu tenho uma porta aberta, preciso de ganhar a minha vida e não quero confusões".
Cúmulo do cinismo, não só nunca foram apuradas responsabilidades pelos erros, como as cúpulas camarárias até se recusam a mudar os painéis de trânsito, de forma a autorizar a descida em vez da subida. Como quem diz "aqui quem manda somos nós e estamo-nos nas tintas para as reclamações dos munícipes".
Não se julgue porém que quem assim pensa são os eleitos da maioria, (ou só os eleitos da maioria). Não senhor. A doença é velha e crónica naquela casa. Mesmo depois da saída da "arquitêta", do "arquitinto" e do "arquitonto", continua a imperar a inércia, o presuntivo espírito de corpo. Quem manda na autarquia de facto são os senhores dirigentes intermédios, que os eleitos estão de passagem e  em geral, salvo raras excepções, percebem pouco ou nada do assunto.
Estou enganado? Estou façam-me o favor de responder à seguinte questão:
Para não ir mais longe, neste caso da Estrada do Convento já se apurou quem cometeu o ou os erros? Já se conseguiu saber porque é que a fiscalização nada detectou? Já foram pedidas responsabilidades ao autor do projecto e/ou ao empreiteiro? Já foi elaborado um projecto para as alterações necessárias?
Pois é. Por este caminho, tentando negar as evidências, nunca mais vamos sair da cepa torta.
                                                               António Rebelo

13 comentários:

  1. Nesta matéria, e ao que o tema reporta, tem a minha concordância com o que escreveu, e na forma como aborda toda esta questão.

    De facto, tem-se vindo a notar, sucessivamente, um desinteresse ou um «deixa para lá» pela entidade camarária no que respeita aos acessos e vias da cidade e arredores. Acredito que este ano, devido à Festa dos Tabuleiros, algumas ruas e estradas sejam repavimentadas (nomeadamente a D. Nuno Álvares Pereira), e que sejam corrigidos alguns erros crassos de sinalização vertical e horizontal.

    E se «O Povo é Quem Mais Ordena», como tão publicamente demonstram no edifício camarário, este executivo devia ter um pouco mais de atenção ao que os seus eleitores relatam.

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  2. Bem ou o Brasil o inspira ou não sei. Anda muito atarefado com estes escritos. Será que o teremos com candidato à CMT. Bem se calhar não porque está por terras de Vera Cruz. Isto falar de longe é fácil, peça uma audiência à câmara quando cá estiver, ou por skype. Agora isto de nada vale vindo de quem vem

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    1. Se quiser ter a amabilidade de se identificar directamente para o meu email anfrarebelo@gmail.com, terei todo o gosto em tentar esclarecer as suas dúvidas pela mesma via, ao abrigo de olhos indiscretos.
      Não posso ainda assim deixar de anotar a evidente incoerência entre a primeira e a última frase do seu comentário. Síndrome esquizoide? Álcool? Simples falta de cuidado?

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    2. Anote anote. Tenha a bondade de tomar também boa nota das reuniões de câmara em que pode intervir bem como as assembleias municipais. Para que o processo democrático decorra da melhor forma

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  3. O ÚLTIMO GUERREIRO
    Tomar, cidade jardim, templária e de gente cobardolas, aldeia global que se vem deteriorando dia a dia com atrozes desacertos quotidianos dos seus ridículos governantes sem qualquer tipo de penalização, destruíram a alegria de um povo e intimidam todo aquele que de forma clara e contundente se manifesta em liberdade, verdade e valentia, com denuncias ou comentários estupendos, motivadores de elevada preocupação numa terra onde a exclusão e miséria, visível e crescente são a norma de vida aplicada por estes políticos rasca adquiridos em lojas dos trezentos………
    Dos fracos não reza a história.
    Bem-haja, AR

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  4. Mais um apontamento util, e necessario, para, pelo menos, agitar algumas consciências.
    A pequenez das que mandam, há muitos anos, faz o resto, isto é, a desgraça para onde está a caminhar Tomar.

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  5. “Errar e insistir no erro”
    É o que faz a cada passo este insólito Cavaleiro Solitário que, D. Gualdim Pais por lá por onde andar não pode admoestar, quando não já o teria feito por mais que tantas as vezes quantas aquelas que, dando corda ao pincel, aí vem Ele.
    E não sabe pintar outros quadros que não sejam de terror na sua escrevedura: ou a Estrada do Convento, ou a água do Rio; ou as condutas de amianto ou a Festa Templária; ou os Técnicos da Câmara, ou a Câmara dos Técnicos.
    Descanse Alma, a democracia que como dizia aquele seu velho amigo do charuto ainda é a pior forma de governo, à exceção de todos os outros já experimentados…
    Assim, cale e ande. Cale esse ódiozinho de estimação aos competentes técnicos municipais, que se mais não trabalham é porque mais não podem. E bem! Como se vê nas várias obras a decorrer na cidade e arredores.
    Ande, aí pelas paradisíacas praias do país irmão e, se poder dê cansaço ao corpo e descanse a mente.
    Sempre a considerá-lo, que raridades assim, cada vez são mais raras.

    Jaquim Dantes da Crise

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    1. Jaquinzinhos só com arroz de tomate. E mesmo assim só de quando em vez.
      Com que então "os competentes técnicos municipais...se mais não trabalham é porque mais não podem.E bem!"
      Está tudo dito. Os leitores dirão de sua justiça.

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    2. "se poder dê cansaço ao corpo"

      ao estimado anónimo das 18:54 faltam-lhe, evidentemente, duas coisas: cansaço, porque se o tivesse no corpo não vinha escrever disparates a hora tão tardia; e alfabetismo, uma vez que por mais ornamentada que esteja a prosa, confundir puder com poder revela bem a vacuidade de certas cabeças.

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    3. Triste ver eles a taparem-se deviam era ter consideração pelo que foi escrito e não distorcer a conversa,deviam era estar calados.

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    4. Pelos comentários vejo muita gente inflamada.
      O melhor é não dar a cara senão sou triturado.

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  6. Quando decidiu colocar um ponto final no tomaradianteira, resumidamente, entendi que se tinha cansado de dar pérolas a porcos. A incursão que aqui faz traz-nos as mesmas pérolas, quanto ao resto do dito...

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  7. Esta Frase diz tudo da incompetência Imperial em Tomar…

    Resultado, agora a maioria dos grupos visitam o Convento e põem-se a andar.

    Nada mais tenho a dizer.

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