segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Se fosse hoje, Cimpor já não conseguia patrocinar restauro da charola

Em 2007 a cimenteira Cimpor contribuiu com 750 mil euros para o restauro na charola do Convento de Cristo, a maior ação de mecenato cultural de uma empresa portuguesa, como mecenas exclusivo, para recuperação de património. Anos depois, noutra fase do restauro, deu mais 250 mil euros.

Este apoio mecenático levou a Associação Portuguesa de Museologia a premiar a Cimpor.
Uma década depois, a empresa é uma sombra daquilo que era, conforme dá conta uma reportagem do jornal Público publicada no dia 25 de novembro.
“Em apenas cinco anos, a Cimpor passou de lucros a prejuízos, duplicou a dívida e reduziu a rentabilidade para metade. O que ditou este encolhimento?” lê-se no jornal, que titula “Quem tramou a Cimpor? De multinacional a pequena cimenteira”.
A reportagem pode ser lida aqui
O restauro da charola terminou em 2013.

Caso de estudo

4 comentários:

  1. Um excelente exemplo do sucesso das privatizações do tempo de Passos Coelho/Paulo Portas/A. Cristas. A CIMPOR foi vendida por convicção ideológica do governo de então e talvez por sugestão da troika. Claro que alguém ganhou com a operação mas não foi Portugal e os portugueses. Mesmo com as apregoadas e marteladas vantagens da privatização, este é um bom exemplo do que acontece quando se vende património a pataco.

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  2. Temos também a CP, um excelente exemplo de empresa pública, que só nunca foi privatizada porque ninguém a quer. Ou o Metropolitano de Lisboa e do Porto.
    A cegueira política não tem limites. Só deixa ver o que convém.

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    1. Tem razão. O que não dá lucro ninguém quer, porque a única (e legítima) motivação de um privado é o lucro, não o serviço. O problema é que num PAÍS DECENTE têm que ser garantidos certos serviços, se não a todos, à maioria. É o caso do transporte ferroviário que, a partir de 1 de janeiro, vai ser liberalizado. Certamente vão aparecer privados para explorar Lisboa-Porto-Braga. Não devem aparecer candidatos para o ramal de Tomar nem para a linha do Leste. Nem para as linhas de passe social como a da Azambuja ou Sintra-a menos que o Estado subsidie, para além de já ter construído as linhas e estações. Quanto ao Metro, até seria interessante mas o problema é que o pessoal tem passe, logo só interessa se houver subsidiação do tal Estado. Uma informação: na Inglaterra do sr. Toni e da sra. Tatcher privatizaram os comboios. As avarias, acidentes e falta de manutenção foram tais que já estão outra vez nas mãos d Estado.

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    2. Sobre o ninguém querer a CP não é verdade. Muita gente está interessada por exemplo no ramal de Tomar, na linha de Cascais e poderá não saber que apesar de toda a falta de investimento deliberado neste sector, a linha do Algarve está sempre cheia e cada vez tem mais utilização, sendo cada vez mais rentável.
      Isto para dizer que independentemente de ser publica ou privada uma empresa é o reflexo daquilo que querem fazer dela.
      No caso da CP, se acreditássemos nas teorias das conspirações poderíamos pensar que o estado de desinvestimento não é inocente.

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