Cáritas |
Desde o dia 2 de dezembro e até dia 16, a Loja Solidária da Cáritas de Tomar funciona na rua de S. João nº 103, todos os dias das 14h às 18h, e aos domingos das 11h30 às 18h,
O CIRE – Centro de Integração e Reabilitação de Tomar tem em funcionamento a sua loja de Natal na av. Cândido Madureira, em frente ao antigo hospital. Funciona das 10h00 às 19h00 até dia 16. Ali podem ser adquiridas peças de artesanato, peças de tapeçaria, entre outros artigos.
CIRE - Foto: jornal Cidade de Tomar |
A Junta de Freguesia Urbana tem na Casa Vieira Guimarães a árvore solidária “Juntos pelos nossos”, aberta até 7 de janeiro de 2019.
Ao comprar um enfeite de Natal está a ajudar quem muito ajuda os outros, porque o dinheiro angariado reverte para instituições sociais da zona urbana.
Ainda tenho dúvidas sobre se a selecção/edição foi um lapso ou mesmo um acto de censura.
ResponderEliminarAqui fica, de novo, para que elas não restem.
OS TEMPOS DEVIAM SER DE LUCIDEZ
Ele é todo o ano. Mas no Natal então, o nosso coração solidário derrete-se muito mais.
Deve ser, talvez, por causa do frio. A gente a imaginar os pobrezinhos de sapatos rotos na neve e vem o poema: “porque lhes dais tanta dor? Porque sofrem assim?”. Ou então é só a imaginação de os saber lá fora sem uma mesa de família com bacalhau e presentes.
Ou é mesmo de nós, corações de mel e manteiga, lamechas até dizer chega, sempre prontos a emocionarmo-nos na hora certa, porque nas outras horas temos mais é que dar corda aos sapatos e fazer a vida andar prá frente.
Solidariedade e caridade, pois claro. Principalmente coisa que se saiba e se faça notar. Ainda há dias o Prof. Marcelo, figura digna, recatada e modesta da nossa república encheu à sucapa dois carrinhos de compras sem que ninguém soubesse e o Banco Alimentar recebeu na mais recatada das descrições. É bom termos um presidente assim, que acha que nos representa assim, fazendo-se anunciar e preparando toda a parafernália de televisões à espera dele para o gesto mais discreto e modesto que um presidente poderia ter.
Ele gosta mesmo de dar. E com estas e com outras, solidário até à cruta dos cabelos, o que ele nos dá é chapadas de gozo e humilhação.
Mas solidariedade é por todo o lado.
As empresas acham que anunciando que um euro do valor da compra tem o destino da solidariedade é suficiente para que esbanjemos o nosso e lhes enchamos os cofres.
Dantes, no tempo da caridade, até sabíamos quem eram os pobrezinhos que recebiam a nossa dádiva. Agora, na época da solidariedade da cidadania, nós damos a intermediários. E é o que se vê. Na actividade económica normal, a má, a que tem como objectivo o lucro, o intermediário é um malvado ou um criminoso por definição.
Na economia dita social não. São todos bonzinhos. Basta que digam que é para a solidariedade que o nosso coração e a nossa carteira ficam logo escancarados.
Só que os tempos são de mudança. Como dizia o Padre Fanhais, quando ainda era padre, “Vemos ouvimos e lemos; não podemos ignorar”.
E o que é que vamos ficando a saber?
Que fazemos figura de totós quando damos para o Banco Alimentar, porque somos os únicos que “perderam” com o negócio. A grande superfície vendeu e lucrou. E o Estado, tão solidário como o Marcelo, nunca abdicou dos IVAs da transação. Quanto ao pobrezinho… não sabemos dele.
O Montepio (que começou mesmo por ser um “monte pio”, um sistema de ajuda mútua, é hoje um banco dirigido por um senhor (30.000 Euros por mês) proibido pelas instâncias internacionais de se recandidatar à função de bancário. Por corrupção, pois claro. Mas tendo dos nomes mais sonantes da nossa pátria na sua comissão de “honra”).
Tudo coisas que não são raras nem raríssimas. A solidariedade é uma mina.
Até o “nosso” CIRE, veio-se agora a saber, anda para ter mais funcionários do que utentes. Umas oportunidades de emprego a quem tiver os contactos certos. E depois ainda nos aparecem estas pérolas:
Adjudicante: CIRE - Centro de Integração e Reabilitação de Tomar
Adjudicatário: José Manuel Gonçalves Lagarto
Objeto do Contrato: Aquisição de serviços de consultoria na área de gestão/organização
Preço contratual: 45.000,00 €
Publicação: 21-01-2017
Prazo de execução: 1095 dias
In: Portal Base.Gov.pt
Alguém explica o que é isto?
As solidariedades natalícias confortam o coração dos não necessitados e reduzem pontualmente as carências dos mais pobres, não sendo uma solução consistente. Solução é as pessoas terem garantida sua subsistência pelo trabalho (o que exige empresas produtivas- um problema tomarense) ou pela ajuda do Estado (o que implica impostos). Sobreviver de forma permanente pela caridade ou boa vontade de particulares é um retrocesso de séculos ou, hoje, um passo para o caciquismo. No limite, seja de políticos, provedores ou barões da droga.
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