Serão apresentadas cenas de Os Relvas (segundo Alves Redol), antecedidas por um jantar.
Sobre a peça: Os Relvas, senhores de vastas propriedades de lavoura e de vastas gentes no Ribatejo, com as suas quezílias familiares, romances proibidos e intrigas contra a indústria, são apanhados no remoinho trágico que desembocará no regicídio e na implantação da República Portuguesa.
A partir do romance Barranco de Cegos, de Alves Redol e em parceria com o Município de Torres Novas
Sobre o local: Antiga destilaria, onde o figo preto da região, depois de seco, era transformado em álcool, situa-se na aldeia de Brogueira, concelho de Torres Novas. As suas instalações foram adaptadas às deambulações teatrais, tornando-o num sítio acolhedor e de uma beleza bastante característica. O espólio da companhia teatral enche as suas salas, e as pinturas de Sam Abercromby e sua visão do mundo enchem algumas das paredes por onde passam os espectadores. Possui uma localização privilegiada a apenas 10 minutos do nó da A1 com a A23 na zona de Zibreira.
Sobre a companhia: O Fatias de Cá é um grupo de teatro profissional e amador criado em 1979, cujo lema é “Não resistir a uma ideia nova nem a um vinho velho”. Enquanto Companhia de Teatro enquadra cerca de 150 membros nivelados (entre profissionais e amadores) que desenvolvem ou uma atividade permanente, regular ou pontual. O grupo celebrizou-se por atuar em cenários como o Convento de Cristo, o Castelo de Almourol, o Mosteiro de Santa Clara a Velha, entre outros. A designação “Fatias de Cá” inspira-se no nome de um doce conventual (Fatias de Tomar) cuja receita pode ser considerada uma metáfora do ato teatral: batem-se as gemas dos ovos demoradamente até obterem um aspeto cremoso e uniforme e vão a cozer em banho-maria numa panela especial até ficarem com a consistência do pão. Fatia-se e frita-se em calda de açúcar.
Informações:
31 de Dezembro • 20h20
Local: Destilaria da Brogueira • Torres Novas • Lat., long. 39.44276, -8.56891
Acesso: 33,33€ (inclui jantar)
Reservas: 960 303 991 ou reservas@fatiasdeca.net
https://www.facebook.com/FatiasdeCa/
Já uma vez caí nessa de ir ver "teatro" deste grupo a Almourol. Também metia refeição. Era caldo verde, lembro-me.
ResponderEliminarDepois prestei a tenção e constatei que eles de facto misturam sempre a alimentação com as supostas artes cénicas.
Nada contra.
O problema é que ficamos sem critério para avaliar aquilo que pagámos para ver/comer.
Quanto a "teatro" deixa muito a desejar. Procuram uns efeitos cénico, a puxar aos efeitos especiais, na medida do possível envolvendo o público (truque velho e gasto com que se pretende subtrair a apreciação crítica aos "pagantes" na medida em que que próprio se tornou conivente com aquilo)
E depois é aquela coisa da comida. Apresentada enquanto um extra muito original e criativo, tem também essa função de "amolecer" a visão crítica do espectador/participante/comensal.
Passada aquela coisa, fica-se com a sensação de que fomos enganados e nem se percebeu bem como.
Quanto ao teatro mesmo, daquele que depende da capacidade e competência artística de quem está no palco… é melhor nem falar.
Quanto à comida… bem, não fomos ao restaurante, também não temos legitimidade para nos queixarmos.
O saldo, está bem de ver, é que nem uma coisa nem outra.
Não quer dizer que, numa parvónia onde não acontece nada e o nível de cultura e literacia é o que se sabe, a coisa não passe por "muita gira".
E se pensarmos no grupo de intelectuais que os acompanham e lhes debitam as críticas. e até no facto de eles serem "de cá", passam mesmo a geniais.
É que "cá", não se "diz mal" dos de cá.
Já ouvi esta sua "música" aqui há tempos neste mesmo blogue. Topa-se que o seu combustível é a dor de cotovelo.
EliminarQuando puder, veja lá se consegue mudar um bocadinho de reportório.
Tenha um bom 2019, com teatro do melhor!
Também me lembro de ver uma crítica, há uns tempos, a referir mais ou menos a mesma coisa: o uso de truques especiais e outros efeitos que, pretendendo-se isso ou não, desviavam as atenções do desempenho artístico duvidoso. Na altura era a propósito do Convento de Cristo de onde foram corridos.
ResponderEliminarMas há mesmo um padrão que se repete: a mistura da alimentação com artes cénicas e, sinal da pequenez "de cá", o incómodo e aversão visceral a tudo o que seja abordagem crítica.
O ser "de cá", tanto serve de "público mínimo garantido", garantia de boa imprensa e fundamentalmente de esconderijo a olhares críticos.
Na lógica desta gente, toda a referência crítica é "dizer mal".
Nem se pode referir que a sopa tem falta de sal.