Tiago Carrão*
Realizou-se pela terceira vez em Lisboa a Web Summit, aquela que é considerada por muitos a melhor cimeira de inovação e tecnologia do mundo. O acordo para a permanência em Portugal durante mais 10 anos já está fechado. Um evento que começou a nível local, na Irlanda, e em 8 anos chegou ao mundo inteiro, atraindo dezenas de milhares de participantes, das grandes empresas tecnológicas às pequenas startups da web.
São histórias como esta que nos mostram aquilo em que se baseia a economia moderna: criatividade, conhecimento, inovação, tecnologia, espaço online e redes sociais.
As regras mudaram. Numa só geração, assistimos a revoluções tecnológicas que transformaram a forma como hoje vivemos, estudamos e trabalhamos. O que dantes necessitaria de 1.000 trabalhadores, hoje pode ser feito por apenas 100. Qualquer pequeno negócio tem ao seu alcance vender os seus produtos para todo o mundo a partir de um computador.
Da mesma forma que há 30 anos atrás ninguém adivinhava que a Internet viria a liderar uma revolução económica, hoje não conseguimos prever o que o futuro nos reserva. Mas sabemos que a inovação tecnológica será peça central na evolução dos próximos anos, dos robôs e a inteligência artificial aos carros elétricos e autónomos, da exploração do espaço ao turismo sustentável sem esquecer as moedas digitais descentralizadas e a blockchain.
A única forma de nos prepararmos enquanto coletivo para esse futuro com o qual hoje sonhamos é investir e encorajar a inovação, sermos catalisadores da criatividade e da imaginação. Barack Obama disse uma vez que “sabemos que a nação que apostar tudo na inovação hoje, vencerá na economia global de amanhã”.
O mesmo é verdade quando aplicado à nossa escala local.
Em 2013, foi dado um importante passo com a vinda do CENIT - Centro de Inovação Tecnológica da SoftInsa/IBM, que não só permitiu colocar Tomar em posição de se afirmar como um hub tecnológico como também abriu um leque de oportunidades ao Instituto Politécnico, ao concelho e à região.
Cinco anos depois esse investimento traduziu-se em mais de 350 postos de trabalho criados diretamente.
Assistimos ao regresso de estudantes do Instituto Politécnico que tinham saído de Tomar e a uma perspetiva de emprego que é fator de atratividade para novos estudantes.
Um impacto significativo na economia local ao nível da habitação, da restauração e do comércio local e um importante contributo para a fixação de jovens em Tomar.
Mas a instalação do CENIT da SoftInsa/IBM não era um fim em si mesmo. Tinha na sua génese muito mais ambição.
O aproveitamento do conhecimento, da dinâmica e da tecnologia proporcionados por este Centro aplicados à indústria, ao comércio, aos serviços, ao turismo e ao quotidiano dos tomarenses.
A captação de outras empresas tecnológicas. Veja-se o caso do Fundão, que com a criação do seu Centro de Negócios e Serviços Partilhados atraiu 14 empresas inovadoras que criaram 500 postos de trabalho. A criação de uma incubadora de empresas e de espaços de coworking que potenciassem o surgimento de startups com serviços complementares.
O estreitar da ligação entre o meio académico e o meio empresarial da região. A modernização e otimização dos serviços municipais.
Ambições que ainda hoje estão por cumprir!
Tomar precisa urgentemente de uma política para a inovação e para a construção do futuro. Uma estratégia que nos permita concentrar nos setores onde já nos distinguimos e fazer uma aposta séria nessas áreas onde queremos competir globalmente.
Uma estratégia com três vértices: a gestão pública, a comunidade académica e o tecido empresarial, trabalhando em rede e potenciando resultados. E uma estratégia consciente que as novas tecnologias não conhecem fronteiras, sejam as do concelho ou do país. O sucesso de muitos projetos está intrinsecamente ligado à sua escala internacional.
Não podemos ficar à espera do que o futuro nos traga, vamos unir esforços para sermos nós a construir esse mesmo futuro.
*Vice-Presidente do PSD de Tomar
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Cuidado com o entusiasmo sobre os serviços ainda que sejam na área da informática. Sem outras empresas que comprem esses serviços lá se vai a sustentabilidade do negócio. O seu colega de partido Mira Amaral dizia que em cada 10 empresas criadas no Silicon Valley, 9 fechavam passado 1 ano. O sucesso do Fundão baseia-se em manufaturas e não em start-ups na área da informática.
ResponderEliminarEste rapaz bem longe que está da realidade, mas tambem em manufacturas, vai lá vai. Tambem é como os taxistas que nao querem ser ubers mas sim a uber deve ser como eles. De cavalo para burro a sela já nao serve. Tanto um como o outro estudem e informem-se ao invés de dizer coisas que nada têem a ver com evolução económica ou social
ResponderEliminarGrande confusão nessa cabeça. Os taxistas não querem concorrência; a plataforma informática concebida para o serviço de táxi foi COMPRADA pela uber que a aplica. A economia baseada no transporte de taxi não desapareceu.
EliminarÉ sempre bom ver um político (como o senhor faz neste texto)manifestar entusiasmo pela modernização do nosso país, a par da evolução da ciência e novas tecnologias, enfim, da quarta revolução industrial em curso, como lhe chamam os estudiosos e especialistas na matéria.
ResponderEliminarPermita-me, no entanto, uma chamada de atenção, exatamente sobre esta sua frase: " O que dantes necessitaria de 1.000 trabalhadores, hoje pode ser feito por apenas 100". Verdade.
E o QUE FAZER aos outros 900? Eu sei que não omitiu este aspeto intencionalmente, mas os polícos, como o senhor, não o devem perder de vista.
A pergunta sobre o que fazer aos outros 900 é muito pertinente. 5 hipóteses: 1- Se estiver em Tomar emigrar logo que possível. Entretanto, 2-ir à Misericórdia de Tomar pedir ajuda ao sr. F.Jesus. 3-Pedir apoio ao Padre Mário e esmolar à porta da igreja. 4- Como 900 é muita gente, exigir mudança na distribuição da riqueza, porque 100 agora produzem mais que mil antes, como qualquer financeiro afirma com contentamento. 5- Como muitos 900 são mesmo muita gente, rezar para que não ocorram revoluções, uma coisa sempre complicada. Mas se tiver que ser, então os gestores financeiros que resolvam. E o Tiago também é capaz de opinar!
EliminarEste rapazola sabe muito. O IPT já está minado de "laranjas podres", e a continuar a fazer-lhes promoção, em breve o rapazola será mais uma.
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