sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Estátuas vivas em Tomar: Enfim entradas pagas e contas!

Opinião

Parecendo que não, a notícia breve acima reproduzida, copiada com a devida vénia do Cidade de Tomar de hoje, representa uma viragem parcial na paisagem política tomarense.

É sabido que desde há muito todas as festas do concelho de Tomar dão lucro, menos as realizadas pela câmara, que dão sempre prejuízos importantes, cobertos com os impostos que todos pagamos. O exemplo mais conhecido é o da Festa dos Tabuleiros, cuja edição de 2015 custou aos cofres municipais a bagatela de 400 mil euros.
Perante tão triste estado de coisas, que origina depois situações como o daquele barbeiro que em Tomar paga 32 euros de água por mês, quando um seu colega do Entroncamento, por exemplo, paga apenas 12 euros, alguns escribas tomarenses, dos poucos que ainda não usam coleira e açaimo, vêm propondo que as festas municipais tenham entradas pagas.
Finalmente aconteceu a tal viragem. Na recente festa das estátuas vivas houve pela primeira vez entradas pagas para todos. Foi assim possível ficar a saber, de acordo com a notícia acima reproduzida, que em vez das usuais multidões apregoadas vierem apenas CERCA de 13 mil pessoas, o que corresponde a 6.500 por dia. Pouca coisa, face ao que se esperava tendo em conta a promoção feita e os meios envolvidos. Praticamente sem promoção e com entradas a 6 euros, o Convento de Cristo registou o ano passado uma média de 1250 visitantes por dia.
Mas pronto. Foi apesar de tudo um importante passo em frente, mesmo que os tomarenses continuem sem saber onde foram gastos os anunciados  60 mil euros e porque razão se apuraram apenas 25 mil euros de entradas. Convém que a contabilidade pública seja sempre minuciosa, clara e verdadeira. Ainda não é o caso, porém já dá para perceber que desta vez o rombo foi de apenas 35 mil euros,  quando teria sido de 60 mil no figurino usual.
Parece assim que estamos finalmente a entrar num caminho com menos custos para os contribuintes. Aguardemos as contas da Festa templária, que também teve receitas de entradas e até de jantares, para ter uma ideia mais precisa das vantagens e inconvenientes da nova norma municipal. Ou será que as ditas contas só vão ser publicadas depois da Festa dos Tabuleiros, por razões óbvias?

                                                                                        Templário pagante

9 comentários:

  1. Muito infeliz a comparação com o Convento de Cristo, triste seria que um património da UNESCO mesmo sem promoção se equiparasse com um evento de estátuas vivas...

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    1. Claro que não se compara. O monumento está ali há séculos e pode ser visitado todos os dias...
      6500 entradas não paga sequer o que foi gasto na promoção do evento. Tomar, capital dos eventos está mesmo a ver-se no qye vai dar...

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  2. Só o barbeiro?
    Eu gasto cerca de 20/25 mm de agua por mes, ou seja, nem um metro cubico e tenho de o pagar, num valor aproximado de 30 euros.... Será que se justifica semelhante valor?

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  3. Pagar, ainda que pouco, dá DIGNIDADE ao evento. Permite avaliar o real interesse no mesmo. Deixem as festas gratuitas/patuscadas para os desconsiderados (os que o são) "políticos".

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  4. ouvi dizer de fonte dentro do assunto que nem 7.ooo ...

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  5. Pelo que eu entendo aqui no blogue, a camara de Tomar só faz coisas ruins...

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    1. A câmara costuma mandar noticiar as poucas coisas boas que faz nos outros meios de comunicação.
      Caso você não seja inteiramente desprovido, sabe que ninguém consegue fazer tudo bem nem tudo mal.

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  6. E os gastos que não vieram a público?

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