Passado este tempo todo, ainda nem os candidatos foram convocados para a entrevista. Mas não foi fácil obter esta informação. Estranhando a demora no concurso, enviámos emails ao Ministério da Cultura (através do portal do governo) e à DGPC - Direção-Geral do Património Cultural a solicitar informação sobre aquele concurso, nomeadamente lista dos candidatos, classificação, início de funções, etc. Do Ministério da Cultura não recebemos qualquer resposta. Da DGPC respondeu Maria do Céu Novais, da Assessoria de Imprensa, explicando que o concurso ainda está a decorrer, que a “demora deve-se apenas aos tempos processuais” e que “durante o próximo mês de janeiro vão ser agendadas as entrevistas aos candidatos”.
“Quanto aos candidatos, e estando o concurso ainda a decorrer, como compreenderá é matéria que entra no domínio da esfera privada dos próprios, pelo que não podemos divulgar a sua identidade”, argumentou a mesma assessora de imprensa numa violação do princípio da transparência na administração pública.
Ou seja, a DGPC não divulga quem são os candidatos ao cargo de diretor do Convento de Cristo, decisão de duvidosa legalidade e que revela falta de transparência. A mesma assessora informa que “a legislação que regulamenta o processo de recrutamento de dirigentes (Lei 64/2011 de 22/Dez) e que predomina sobre a lei geral, quer seja o CPA ou a LADA, não prevê a obrigatoriedade de divulgação dos candidatos”.
Sobre este caso, enviámos uma exposição à CADA – Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos a solicitar uma tomada de posição.
Andreia Galvão, a atual diretora do monumento, já terminou a sua comissão de serviço a 10 de fevereiro de 2017.
Há na sociedade portuguesa um desinteresse muito grande por este tipo de coisas: os concursos para dirigentes dos organismos que são nossos.
ResponderEliminarPor vários motivos.
o primeiro é que toda a gente sabe que aquili não são consoursos nenhuns. São processos administrativos formais que, simulando abertura, transparência, igualdade de oportunidades e selecçao dos mais aptos ou qualificados... dão tudo menos isso.
Segundo, e decorrendo do que escrevi anteriormente, já se sabe muito bem quem é que é pata ficar. Não nós, mas alguém sabe.
O terceiro motivos e que decorre dos dois anteriores, é que aquilo de facto não é nosso. É deles, da casta "dirigente" currupta que se apoderou do aparelho de estado.
Vale-nos - ainda que de pouco - meios de comunicação como este em que o assunto é tratado, como se não se soubesse o que estamos fartinhos de saber.
Um Director do convento faz concretamente o quê? Como é que justifica o ordenado?