quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Só homens na junta e na mesa da assembleia de freguesia urbana

Os cinco elementos da junta (à esq.) e os três elementos da mesa da assembleia
Foi notada a ausência de mulheres no novo executivo da junta de freguesia urbana de Tomar e na mesa da assembleia de freguesia. Nas listas propostas pelo PS não constava qualquer nome de mulher.
A este propósito recebemos do PSD Tomar um artigo de opinião da autoria de Ana Palmeiro Calado, que integrou as listas do PSD à junta.


O Poder Local no Feminino
                                         
Ana Palmeiro Calado*

Nem sou destas "coisas", posso dar-me ao luxo de viver num país ocidental, moderno e europeu em que os direitos das mulheres são um bem adquirido, amplamente defendido pela nossa Constituição. Em que as palavras, pelo menos as palavras, democracia, paridade e representatividade, andam lado a lado e se complementam.
A igualdade do género, um conceito que define a procura da justiça na busca da igualdade entre os membros dos dois géneros humanos, homens e mulheres, parece até uma ideia datada. Mas pasmem-se todos e eu também. NÃO É. Quando há bem pouco tempo, li em alguns jornais nacionais, que a igualdade de género vai ser um tema obrigatório no ensino básico e secundário, dou por mim a indagar, "ainda?".
Quando nestes últimos dias, vem a público o inenarrável Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, sobre a violência doméstica, que nos leva a questionar a aplicabilidade de todos estes conceitos. E a nível internacional nos chegam ecos de assédio sexual, na progressista Hollywood. Dou por mim, na Tomada de Posse dos órgãos para a "minha" Junta da União das Freguesias de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais, a verificar, com muita apreensão e dificuldade, que o Executivo da Junta (5 elementos) assim como a Mesa da Assembleia de Freguesia (3 elementos) são exclusivamente compostos por homens.
Apesar de o partido mais votado, neste caso o Partido Socialista, ter elegido várias mulheres, não escolheu nenhuma para um destes órgãos. A participação das mulheres no sistema político não é simplesmente uma reivindicação feminista. Trata-se, na verdade, de uma necessidade para que nós enquanto seres humanos que interagem em sociedade, completos na nossa capacidade de diagnóstico do mundo em que vivemos e que possamos alcançar todo o nosso potencial de desenvolvimento.
Participar ativamente enquanto mulheres é preciso, tem de ser preciso. Hoje fiquei triste, por mim, pelas minhas filhas, pelas minhas amigas e desconhecidas, pelas candidatas femininas ao poder local e poder nacional, em especial pela Isabel Conceição – eleita do PSD na Assembleia de Freguesia -, por todas as mulheres que lutam diariamente e enfrentam a vida politica, por todas as mulheres, por todos os homens, por todos nós!
Quero, no entanto, deixar uma palavra especial às eleitas pelo Partido Socialista para a Assembleia de Freguesia, que foram preteridas pelo seu próprio aparelho partidário, e desejar as maiores felicidades no desempenho político diário e que o mesmo seja realizado da forma mais completa e plural, integrando a sociedade como um todo.
Entretanto aconselho muito humildemente que o novo Executivo da Junta de Freguesia, e Mesa da Assembleia, visitem o site da Comissão para Cidadania e Igualdade do Género em www.cig.gov.pt. Ficaremos todos a ganhar, tenho a certeza.

*Equipa do PSD à Assembleia de Freguesia
de S. João Baptista e Sta. Maria dos Olivais

3 comentários:

  1. Tudo muito bem dito, mas se calhar não seria má ideia olharmos cá para dentro, e quando digo dentro, refiro-me ao Concelho de Tomar, e se calhar as conclusões seriam as mesmas ou piores. Como tal não é assim que lá vamos, pois continuamos a encher as barrigas de sempre e como as que já se posicionam para os tachos.

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  2. Quotas? Paridade? Igualdade de género? O que é isso? - Augusto Barros - eu é que sou o Presidente da Junta

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  3. Elas ficaram a acabar o petisco. Cada macaco no seu galho!!!

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