quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Comparar o incomparável

Opinião

De forma triunfal, a câmara de Tomar anunciou a semana passada que a sua candidatura da festa dos Tabuleiros foi premiada na categoria melhor evento público nacional na “Gala dos Eventos” realizada dia 24 em Lisboa.

Não satisfeitos com a informação oficial, parcial e tendenciosa, fomos à procura de mais dados sobre esta enigmática “Gala dos Eventos” de que nunca tínhamos ouvido falar.
Quisemos saber quem organiza o concurso, quais os critérios para atribuição dos prémios, quem é o júri e quais foram os concorrentes.
Não conseguimos todas as respostas mas pelo menos ficámos a saber que apenas houve quatro candidaturas na categoria melhor evento público nacional na qual a câmara de Tomar concorreu.
E os eventos que estavam a concorrer com a festa dos Tabuleiros eram: a Noite Branca Algarve em Loulé,  um concurso de fado em Vila do Bispo e a cerimónia de abertura do evento “Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016". Ora, bolas!
Comparar a festa dos Tabuleiros com uma noite branca, ou com um concurso de fado ou mesmo com uma cerimónia de abertura de um evento desportivo em Setúbal é desprestigiante e achincalhante para Tomar. É comparar aquilo que é incomparável.
Além do mais, a festa de Tomar não precisa deste tipo de galardões artificiais para se promover ou para se afirmar.
Esta foi mais uma tentativa de municipalização da festa depois do polémico regulamento da festa aprovado pela câmara no “mandato” de Luís Ferreira.
Aliás nota-se nas fotografias o ar de enfado com que o mordomo João Victal, sendo funcionário do município, tem de pactuar com este tipo de artifícios que apenas têm objetivos políticos num ano de eleições autárquicas. O mordomo sempre se manifestou contra a mercantilização da festa. Misturar festa dos Tabuleiros com uma qualquer festa do jet set onde sobressaem figuras como Lili Caneças é ridicularizar a festa maior de Tomar. Já bastou há alguns anos a Olga Cardoso.
A nossa festa não precisa disto.
                                                    José Gaio

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