sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Síndrome do frango assado

Opinião
Foto Tomar a dianteira -3
Começou ontem oficialmente o outono. Ufa! Que bela notícia se tivermos presente que com isso o verão ficou para trás com aquelas intermináveis festinhas de aldeia em que o povo se reúne, ouve música pimba, compra rifas na quermesse e, mais importante que tudo o mais, come frango assado!

Eu tenho que vos confessar uma coisa. Tenho alguma dificuldade em misturar-me com o povo e essas festinhas são o expoente máximo desse contato. Ainda hoje fujo desses convívios. No entanto, houve um tempo em que me auto-justificava com as diferenças culturais que me separavam desse povo. Parvoíce! Agora não. Assumo que o defeito é meu. Não estou apetrechado para esse mergulho no povão. Se por um acaso caio numa dessas festas pareço um autêntico extraterrestre a tentar enturmar com os humanos.
Resolvi chamar a esta minha insuficiência... "Síndrome do frango assado"!
Reconheço que padeço dessa síndrome.
Falo nisto por ser verdade e porque têm sido reiteradas as crónicas e os comentários sobre as festinhas e o malfadado frango assado.
Curiosamente há um traço comum nas críticas àqueles que alegremente participam nesses eventos populares, como que a dizer que quem não padece do meu síndrome é que tem defeito.
Conclusão, os críticos da participação das pessoas em festinhas de frango assado das duas uma, ou sofrem da "Síndrome do frango assado" e  por isso interessa-lhes desvalorizar aquilo que não conseguem fazer ou então ainda é pior. Consideram-se superiores a esse povo. Uma elite que quer conduzir o povo sem se misturar com ele?!?
Sim, estes críticos das participações nas festas populares, maniqueístas como são, pretendem fazer crer que aqueles que participam em festas populares, com naturalidade, com gosto, ouvindo os seus semelhantes, rindo e divertindo-se com eles é porque são ocos, vazios de ideias e por isso devem ser estigmatizados.
Enganam-se e o atual presidente de todos os portugueses, Marcelo Rebelo de Sousa, encarrega-se de o demonstrar todos os dias. As pessoas gostam de proximidade, de atenção e de afeto.
Quem se perfilar para nos representar ao nível local não pode padecer da "Síndrome do frango assado", não se pode refugir em "torres de  marfim", quintas privadas ou hotéis. Não! Tem que se misturar com o povo, ouvi-lo, cheirá-lo, senti-lo. E atenção que o povo é sábio e percebe quem o faz com interesse, com naturalidade, com respeito.
Contra mim falando e em nome da seriedade, acho que é caso para dizer: "Viva o frango assado!".
                                                                              Leonardo de Capricho

2 comentários:

  1. UM LOBO EM PELE DE CORDEIRO

    Pois...com o passar dos anos percebemos que estamos sozinhos com as nossas "manias" e receios de "contágios" vários, percebemos a necessidade de coisas triviais e de Amizade com A grande. A caixinha fechada é um aborrecimento, e á noite bem lá na madrugada chega o "medo" de ficar sozinho. O meu Amigo acordou e chegou ao mundo real, Está a ver, não morreu por causa das festinhas. Não me diga como como alguém disse um dia,que o mais radical que tinha feito na vida foi comer tremoços...

    Divirta-se e coma pó com fartura que o banhinho tira isso tudo.

    Cumps,

    Juvat

    ResponderEliminar
  2. Seja quem for para cá ou par lá do que se diz ser este Capricho deverá ser de bom comer e que bom proveito lhe faça porque sendo de alimento parece sê-lo não só de frango assado febras e couratos mas também de festas e romarias onde o petisco é rei e sentir-se bem com o povão a respirar o fumo do assador à cata das boas graças para ficar por si em graça porque pró ano é que é que se vai bater o pé e desses que andam à cata dos tachos e seus tutanos da Anabela aos Luíses com o Ivo de recheio do Tenreiro e do Delgado mais o Bruno do mercado até ao Tó que se diz dos empresários não parece aparecer figura que à festa vá que coma frango e couratos de tal modo que se ouve até dizer que um tal Cupertino com apoios de ranger em rede bem costurados muito em silêncio apalavrados virá por aí qualquer dia a juntar-se à festa toda que assim bem fantasiada faz lembrar aquela estória da montanha parir um rato e que algo harmonizada era assim naquela época: há muitos e muitos anos uma montanha começou a fazer um barulhão e as pessoas acharam que era porque ela ia ter um filho e veio gente de longe e de perto e formou-se uma grande multidão querendo ver o que ia nascer da montanha e Bobos e Sábios todos tinham seus palpites e os dias foram passando e as semanas ficaram pra trás e no fim dos meses todos o barulho e o gemer da montanha aumentou cada vez mais e mais e os palpites das pessoas foram ficando cada vez mais variados e alguns até diziam que o mundo ia acabar até que um belo dia o barulho ficou fortíssimo e a montanha tremeu toda e depois rachou num rugido de arrepiar os cabelos e as pessoas nem respiravam de medo… e de repente da montanha e de todo o pó e barulho saltitou amedontrado um pequeno e pobre ratito…. e assim a montanha pariu um rato que é como quem disse que nem sempre as melhores promessas dão os melhores resultados…mas continuemos em festa com frango assado ou pirú mas sem foguetes que é perigoso!

    ResponderEliminar