Opinião
Há dias, numa evocação da história de Portugal, foi teatralizado o cerco ao castelo de Tomar, levado a efeito pelos mouros do califado dos Almóadas comandados por Almansor que, para glória dos templários e seu mestre Gualdim Pais, acabam por não concretizar a sua conquista, levantando acampamento e partindo.
Este espetáculo de som, luz, fogo e camelos à mistura (em abono da verdade eram dromedários mas chamar-lhes camelos fica mais familiar...) para gáudio dum milhar de espetadores (que o recinto era escasso), divididos por 2 dias de representação, fez parte da Festa Templária.
Consta que o município terá custeado esta encenação, por ajuste direto como é seu costume, por um valor superior à dezena de milhar de euros...
Não haveria qualquer crítica a este "ato de gestão" caso a iniciativa não partisse dum executivo ps-cdu que passa a vida a desculpar-se com a falta de recursos financeiros para fazer tudo aquilo que lhe compete.
Dirão que a Festa Templária atrai pessoas, projeta a cidade, desenvolve o comércio e a restauração locais, etc., etc... E até se concede que assim seja. Mas o que não podem estes autarcas vir dizer depois ao cidadão tomarense é que aguente os buracos nas estradas, o lixo amontoado nos contendores, os jardins transformados em selvas, os transportes urbanos mitigados, etc., etc., etc., porque simplesmente não há dinheiro.
À margem de qualquer ardor politico-partidário já toda a gente percebeu que o governo da autarquia não se coibe de abrir os cordões à bolsa para proporcionar "circo" ao povo, seguramente por acreditar que o clamor do mesmo se sobrepõe à realidade do "lixo" às portas dos seus constituintes.
Gerir sensações e estados de espírito positivos é o que está a dar já que a realidade é uma seca...
É uma maneira de governar que parece fazer escola também ao nível do país, aparentemente com a aprovação do senhor presidente da república.
Enfim, uma espécie de guerra santa (templária?...) à indústria dos barbitúricos e antidepressivos...
E não é que pode resultar?
José da Silva
Bem, pode vir a resultar numa guerra na cidade templária inesperada. " O circo é pago sempre pelos mesmos, os contribuintes. Interessava que a câmara efectua-se um estudo, sobre o impacto económico do evento no concelho, tendo em conta a verdade. O que existe na Camara, nomeadamente neste evento é falta de controlo estratégico, ou seja no fim de implementarmos a estratégia, temos que verificar que estamos no caminho certo, para evitar resultados indesejados.
ResponderEliminarQuanto aos problemas dos jardins, do lixo e da limpeza, recorreram a tecnologia que reduza ao máximo a necessidade de trabalhadores nestes serviços e facão uma reestruturação do pessoal que tenha em conta as reais necessidades da Camara.
Tristes...sabem lá o que têm vestido...assim, viraram palhaços.
ResponderEliminarQuanto aos custos e seu retorno, o que interessa é o circo. O Povo satisfeito. O resto é conversa.
Eu acho que mais do que um estudo de impacto económico do evento, era preciso um plano estratégico de desenvolvimento do concelho para os próximos 5 e 10 anos. Acho que isso faz falta para se perceber onde estamos, o que queremos ser e qual o percurso para lá chegar. Eu compreendo que tenham andado a apagar fogos da governação de 97-2013, mas era importante fazê-lo. Já começa a ser altura... Quanto ao evento, de facto é um equilíbrio difícil de gerir. É que se ouvir os comerciantes da zona (e as pessoas em geral) muitas vão dizer que a cidade "está morta". Mas concordo que se devia fazer um estudo do impacto do evento, embora isso seja um pouco caro (se for bem feito).
ResponderEliminarhttp://omirante.pt/semanario/2016-04-28/cultura-e-lazer/2016-04-27-Camara-de-Tomar-procura-financiamento-europeu-para-recriacao-do-Cerco-ao-Castelo
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