Mais um relato da “batalha campal” na Praça da República (c/ fotos e vídeo)

Mais uma testemunha relata a cena de pancadaria que se registou na zona das esplanadas da Praça da República em Tomar na noite de sábado para domingo.
Francisco Tavares assistiu a tudo o que se passou e descreve as cenas de violência e o cenário de destruição que ficou depois dos desacatos. Polícia e bombeiros foram chamados ao local. A polícia, quando chegou já nada havia a fazer, e os bombeiros prestaram assistência a um ferido, alguém que interveio apenas para serenar os ânimos e acabou por ser agredido de forma violenta.

Aqui fica o relato de Francisco Tavares:

"Já não saía à noite em Tomar há meses e foi uma boa surpresa ver as esplanadas da Praça da República repletas de famílias e jovens a conviver. No entanto, infelizmente, a noite de ontem ficou marcada pelas piores razões. 

Por volta da uma e vinte da manhã, sem que nada o fizesse prever, dois grupos de jovens iniciaram uma autêntica batalha campal no meio das esplanadas dos cafés. Devido a razões que ninguém me soube explicar, o grupo de jovens agrediram-se levando tudo à frente. Durante os minutos que se seguiram, houve murros, pontapés, cadeiras a voar, esplanadas destruídas, pessoas a fugir, enfim selvajaria pura. Segundo consegui apurar, houve inclusivamente um jovem alheio aos grupos iniciais que ao tentar apaziguar os ânimos acabou espancado, ficando inconsciente depois das sucessivas agressões. Passada toda esta ação e com a perplexidade das centenas de pessoas que observavam à distância, os grupos separam-se acabando por um deles abandonar o local. 

Restou um cenário de destruição das esplanadas, um jovem espancado e algum receio que a situação se pudesse repetir. Durante toda esta ocorrência não se encontrava na Praça da República, foco de quase a totalidade da noite tomarense, um único agente da PSP. Chegou sim, passados alguns minutos, um carro patrulha com dois agente e a conhecida carrinha “de intervenção” com mais 5 elementos da polícia. Claro que nesta altura pouco havia a fazer, o mal estava feito, as esplanadas destruídas, o medo instalado e um jovem espancado. Não digo que seja certo que a presença das forças policiais na Praça poderiam ter evitado que os dois grupos entrassem em confronto, mas tenho a certeza a sua presença teria servido de elemento dissuasor e não iriam, certamente, permitir que a situação chegasse ao ponto onde chegou. Admito que fiquei estupefacto por ver como dois grupos de jovens conseguiram transformar uma noite pacata e descontraída, numa verdadeira batalha campal, sem que ninguém estivesse no local certo, à hora certa para conter a situação. 

Este assunto tem gerado muita discussão nas redes sociais e há quem se pergunte se o executivo camarário, eleito para representar todos os munícipes, deve tomar alguma medida ou desenvolver contactos com as forças de segurança para que acontecimentos como os de ontem possam ser evitados. Eu acredito que a Câmara Municipal pode e deve fazer ambas as coisas. 

Torna-se imperativo colocar operacional o Conselho Municipal de Segurança, que depois de tomar posse em Assembleia Municipal ainda não reuniu. São eventos como os que ocorreram ontem, que justificam a criação deste órgão, colocando a questão da segurança em cima da mesa, sendo que a sua importância foi reconhecida pelos elementos das forças de segurança em sede de CMJ. 

Na minha opinião, representando os cidadãos tomarenses, a Srª Presidente deve ainda encetar contactos no sentido de alertar a PSP para o facto da presença de agentes na Praça da República, serviria como elemento dissuasor e claro que permitiria um policiamento de proximidade essencial para evitar desacatos futuros deste tipo. 

O evento de ontem, ainda que pontual (assim espero), deve servir para alertar os responsáveis políticos para a temática da segurança e para o facto de, ainda que não sendo diretamente responsáveis, poder e dever ter um papel importante para garantir a segurança dos tomarenses."