A 29 de março de 1939 – completam-se hoje 76 anos - Samuel Schwarz doou o edifício da Sinagoga de Tomar ao Estado Português com a condição expressa de ali ser instalado um Museu Luso-Hebraico.
Foi o judeu Samuel Schwarz que “descobriu” a Sinagoga no centro histórico de Tomar. Servia como palheiro e chegou a ser adega. Sabendo do seu valor histórico, comprou-a em 1923 e mais tarde doou-a ao Estado.
Sobre este importante monumento, transcrevemos um pequeno texto da publicação “Imagens de Tomar - Roteiro Histórico” editado em novembro de 1992.
“A Sinagoga é um edifício de planta quadrangular com quatro colunas de suporte do tecto. O conjunto do edifício e anexos laterais e posteriores foi adquirido em 1923 pelo Dr. Samuel Schwarz, que o doou ao Estado em 1939. O edifício foi classificado como imóvel de interesse público.
Situa-se na antiga Rua da Judiciaria, depois Rua Nova, e actualmente Rua Dr. Joaquim Jacinto.
Este monumento construído entre 1430 e 1460, foi o centro religioso da comunidade judaica. Após 1496 a utilização como templo judaico foi proibida, tendo sido adaptado, em 1516, a cadeia pública; nos finais do século XVI – inícios do XVII, passa, após obras de beneficiação, de cadeia pública, a Cadeia ou Ermida de S. Bartolomeu.
Nos começos do século XX, a velha esnoga converte-se em adega e armazém de cereais.
No piso térreo, a poente da Sinagoga, foram descobertos compartimentos do antigo edifício hebraico, nomeadamente a sala destinada ao banho sagrado para purificação «mikveh», no âmbito das escavações em curso desde 1985, sob a direcção de Salete da Ponte, da ESTT.
A presença de moedas do reinado de D. Afonso V e diversa cerâmica de uso doméstico daquela época, confirmam a data de construção da Sinagoga para meados do século XV.”
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