terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quinta do Bill homenageia Toneca

Os Quinta do Bill homenagearam o prof. Toneca (António Antunes da Silva, falecido na sexta feira, dia 5, aos 65 anos) dedicando o tema “O Menino” ao músico e professor de educação física.
A homenagem aconteceu durante um concerto da banda de Tomar em Cheleiros (Mafra) no passado fim de semana. “Lágrimas de chuva corriam noite dentro”, escreve Victor Nunes no vídeo que publicou no youtube.
Os Quinta do Bill interpretam vários temas dos Filarmónica Fraude, grupo que existiu durante o final dos anos 60 e no qual Toneca era vocalista e guitarrista.
Também a Associação Canto Firme, através do maestro António Sousa, publicou um texto (que transcrevemos abaixo) na sua página no facebook sobre o papel que Toneca teve na fundação e durante muitos anos no coro Canto Firme.
Outra coletividade na qual Toneca foi sócio fundador, o Ginásio Clube de Tomar, expressou a sua homenagem: "A história e o sucesso da Ginástica em Tomar escreveu-se com a sua determinação o seu empenho e naturalmente com a confiança que todos depositavam no trabalho que desenvolvia".

O Toneca e a Canto-Firme
A morte é certa para todos nós, mas não deixa de ser uma coisa estúpida. Aproximou-se do António Antunes da Silva, mais conhecido por Professor Toneca e levou-o do nosso convívio, que não da nossa memória. 
O Toneca foi essencialmente um homem de grupo ou, melhor dito, um homem de tribo na união de vontades. O Toneca foi um dos fundadores da própria Canto Firme, uma vez que, na então Comissão Cultural da Nabantina, grupo de voluntários que resolveram por de pé alguns dos quadros das Revistas Tomarenses de meados do século para montar um espectáculo a que se deu o nome - Fatias de Cá com Nini Ferreira. Este espectáculo foi apresentado numa altura em que culturalmente nada acontecia em Tomar e com a intenção de dinamizar culturalmente a própria cidade. Foi assim que, depois deste espectáculo, se resolveu avançar para a organização de um grupo de teatro, o hoje Fatias de Cá, e para um Coro, o hoje Coro Misto da Canto Firme, áreas artísticas sem representação na nossa cidade de então. 
Tudo isto se passava depois da na música o Toneca ter cantado nos grupos rock Filarmónica Fraude e Pedra e Cal. 
Com todo este percurso musical feito com o autor destas linhas e maestro do Coro, a opção militante do Toneca foi a de integrar o Coro. Entrado no naipe dos baixos, rapidamente teve a mãe, as duas irmãs, os dois cunhados, a filha e as duas sobrinhas, todos como coralistas a cantarem ao mesmo tempo. Acabou por estar no Coro nos tempos mais difíceis, aqueles em que nada se tinha para além da vontade e do sonho de construir alguma coisa que valesse a pena. Nessa fase ainda foi por sua vontade e iniciativa que mais de dez anos depois juntou a Filarmónica Fraude numa noite no velho Cine-Esplanada, concerto para angariação do dinheiro necessário para subsidiar uma viagem do Coro à Áustria. 
Depois, quando o departamento de mini-trampolins que organizou e dirigiu na Gualdim Pais lhe começou a exigir todo o tempo lá acabou por sair das cantorias, que o tempo não dava para tudo, sem nunca abandonar de todo a tribo da Canto Firme, onde teve os filhos a estudar música e o resto da família a cantar. 
Como ele gostava de anunciar, era o membro mais antigo dos corpos sociais, uma vez que fez sempre parte do conselho fiscal de todos os órgãos eleitos. A morte estúpida levou-o. Foi mais um dos fundadores desta casa que partiu. 
Enquanto não nos voltarmos a juntar, aqui fica o registo da saudade e as memórias da Canto Firme de Tomar, Associação de Cultura.
Texto escrito por António Corvelo
Canto Firme de Tomar
Imagem publicada na página do Ginásio Clube de Tomar no facebook

Sem comentários:

Enviar um comentário