Começou na quarta-feira, dia 20, no tribunal de Tomar o julgamento de Carlos Mata, suspeito de ter morto o seu melhor amigo, João Perisco, em Abril de 2012.
Vai competir a oito jurados, cidadãos comuns do concelho de Tomar, decidir a pena a aplicar ao suspeito de homicídio. Carlos Mata é ainda acusado de profanação de cadáver uma vez que terá feito desaparecer o corpo da vítima.
A primeira sessão do julgamento foi marcada por um forte aparato policial não só para proteção do arguido que veio do estabelecimento prisional de Leiria onde está preso, quer para vigilância das cerca de 50 pessoas que assistiram ao julgamento.
A parte da manhã e o início da tarde foram preenchidas com as declarações de Carlos Mata. O suspeito negou a autoria do crime ao contrário do que fez no primeiro interrogatório judicial e perante os inspetores da Polícia Judiciária.
Com uma frieza que tem chocado o público, Carlos Mata argumenta que ele e o seu amigo João Perisco estavam a ser perseguidos por alguns brasileiros encapuzados, tese que não parece convencer os juízes nem os jurados.
O arguido é defendido pelo advogado António Velez, de Abrantes. A família da vítima é representada pelo advogado Filipe Pimenta, de Cascais. A presidir ao coletivo está o juiz Nuno Gonçalves. Mas vai competir aos jurados, na sua grande maioria jovens, a decisão final do julgamento.
Na sessão desta quarta-feira foi ouvido o pai de João Perisco, que entrou e saiu da sala a chorar. O seu depoimento foi marcado pela emoção ou não fosse João filho único e muito próximo dos seus pais residentes na Soianda.
Seguiram-se os depoimentos de três inspetores da Polícia Judiciária. Todos garantem não ter dúvidas acerca da autoria do crime e lamentam não ter conseguido localizar o corpo.
Refutam as acusações de agressões e coação feita pelo arguido durante as investigações.
Os inspetores das PJ afirmam estar convictos de que Carlos Mata assassinou João Perisco a tiro e que o corpo foi escondido nas imediações da Nazaré.
Nesta quinta-feira o julgamento prossegue com a audição de mais testemunhas nomeadamente a mulher de Carlos Mata de quem já se terá divorciado.
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