No tribunal de Tomar ao terceiro dia do julgamento de Carlos Mata, acusado de homicídio do seu amigo João Perisco, foram feitas as alegações finais e marcada a leitura do acórdão para dia 4 de março.
Na terceira e última sessão do julgamento foram ouvidos mais inspetores da Polícia Judiciária, colegas de Carlos Mata e João Perisco e a namorada deste.
Ficou-se a saber que havia uma dívida de 15 mil euros de Carlos Mata a João Perisco e que este desde Janeiro de 2012 pedia o pagamento dessa verba. Segundo a namorada, João Perisco andava aborrecido pelo facto de o seu amigo não liquidar a dívida,
Outro dado que pode ser relevante é que, dias antes do crime, em abril de 2012, o suspeito apareceu na fábrica onde trabalhava, a Rimarbal, na Zona Industrial de Tomar, com uma pistola. Confessou que andou a treinar tiro com um colega num terreno junto à fábrica.
Carlos Mata chegou a dizer que devolveu a pistola ao dono, mas depois remeteu-se ao silêncio não adiantando mais pormenores.
Nas alegações finais o magistrado do ministério público manifestou não ter dúvidas quanto à autoria do “aniquilamento e assassinato do sr. João Perisco”. Tal convicção é sustentada nos elementos de prova e na confissão do arguido. Dias depois do crime, Carlos Mata assumiu a autoria do homicídio perante os inspetores da Judiciária e perante a juíza de instrução criminal. Mas em julgamento desmentiu tudo e apresentou uma história de perseguição por elementos de uma máfia brasileira, versão que, para o Ministério Público, serviu para iludir a investigação.
Duas cartas escritas por Carlos Mata, a primeira em casa da mãe, antes de ser detido , e a segunda já na prisão, são apontadas como provas indiretas do crime.
Como provas diretas estão o sangue da vítima encontrado na bagageira do carro de Carlos Mata, nas luvas e na roupa do suspeito, bem como a confissão ao juiz de instrução criminal.
Para o advogado da família da vítima não restam dúvidas: “o Carlos mata o seu melhor amigo”, um trocadilho com o nome do arguido.
O advogado de Carlos Mata argumentou com o princípio “in dúbio pró réu”, ou seja, em caso de dúvida deve-se absolver o arguido. Defendeu a inocência do seu cliente mas reconheceu um único crime: o furto dos telemóveis de João, que, na sua opinião, está apenas desaparecido.
João Perisco desapareceu no dia 24 de Abril de 2012 sendo Carlos Mata acusado de o ter morto e feito desaparecer o corpo. Eram amigos de infância e trabalham em fábricas próximas na Zona Industrial de Tomar.
O julgamento, que se prolongou por três dias, atraiu largas dezenas de pessoas ao tribunal de Tomar e motivou um reforço da segurança policial.
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