domingo, 17 de fevereiro de 2019

Mais uma oportunidade perdida

Opinião
Aspetos do tanque da cadeira d'El-rei, do século XVII, na Mata nacional dos 7 montes


Apesar da cada vez mais evidente decadência em todas as áreas, designadamente na da influência no Terreiro do Paço, de tempos a tempos um membro do governo perde-se por este vale nabantino.
Geralmente para confortar uma cordeirinha da casa, acossada por carneiros e ovelhas de má vontade, julga ela. Desta vez foi um secretário de Estado do ambiente.
Embora tratando-se de facto do adjunto de um ministro, mais para enfeitar o governo que para outra coisa, era uma excelente ocasião para mostrar ao visitante alguns pormenores de uma realidade que não é nada agradável. Pelo contrário.
Começava-se por lhe mostrar o estado miserável da Mata dos Sete Montes, com paragem no Tanque da Cadeira d'El-rei, a aguardar reparação urgente há mais de 25 anos. É verdade. Mais de 25 anos.
Seguia-se para o Convento, passando pela porta da Torre da condessa, que está sempre fechada. Deve ser por falta de pessoal. No Convento só trabalham 40 funcionários. Noutros tempos, há meio século, eram apenas 6 e bastava tocar a sineta para um deles vir abrir a porta. Quanto mais são, menos valem.
Já dentro do monumento, orientar o olhar do governante para o coroamento do Coro alto manuelino, lado sul, a aguardar restauro importante desde o tornado de há 10 anos. E protestar educadamente contra a prevista e muito perigosa limpeza da Janela do capítulo. É que só temos aquela, e se a estragam...
Dali, impunha-se uma ida até aos Pegões, deixando os carros  no terreiro ao lado da casa da água, próximo dos arcos há pouco restaurados, e seguindo depois a pé durante uns quilómetros, pelo menos até à Casa da água da porta de ferro, para compreender a desgraça que por ali vai, apesar dos louváveis esforços do grupo de amigos do aqueduto, que aqui se realçam sem favor.
No regresso, passagens pela ETAR da Sabacheira, pelo Agroal e pela Ribeira da Beselga, completariam o quadro nabantino. Já na mesa do almoço, seria então uma excelente ocasião para perguntar ao visitante onde estão e quando serão conhecidos os resultados finais das análises à água do Nabão.
Sendo certo que, na pior das hipóteses, o governante nada faria de concreto, pelo menos sempre levaria que contar. Infelizmente, tanto quanto se sabe, que a autarquia pouco informa, nenhuma destas visitas foi feita. Foi mais uma oportunidade perdida.
Realmente, quem não sabe é mesmo como quem não vê. Assim a modos que a gozar com os tomarenses, durante a prevista cerimónia a presidenta falou sobre alterações climáticas. Como se calcula, um tema de palpitante interesse e importância para os tomarenses. Salvo para os eleitos PS. Que decerto já se aperceberam do óbvio. Para os socialistas nabâncios, o clima está mesmo a mudar por estas bandas, e de que maneira.

                                                            A ovelha ranhosa do costume

10 comentários:

  1. ranking das escolas 2018, parabéns á Jácome que subiu 80 posições e um aviso sério à essmo, a precisar de mudança de liderança, que desceu 28 posições, estando a JR na 178 e a ESSMO na 323, posições nacionais. tudo está ligado, a proteção do património e a qualidade do ensino e a formação dos nossos jovens...esta falta de visão global está a levar o concelho para a cauda da região, ainda que alegre e moderninho com muitas festas e muitas bicicletas e um vice presidente limitado mas convencido de que as suas barbas lhe dão um ar de sábio...veja-se o ar miserável da apresentação pública do projeto de referencia das duas ciclovias para o IPT sem mobilização da população, sem assistência mesmo interna (nem com bolo…) sem técnicos responsáveis da camara para defenderem o projeto que aprovaram, enfim, uma séria cobardia do tipo quando o barco afundar: eu não tive nada a ver com isto!

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  2. Este análise patética deve de ser do sabe tudo do costume, mas é um sabe tudo muito fraquinho que nunca fez nada na vida.

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    1. Outra vez a mesma ladaínha?
      Você, logo que possa, consulte um especialista. Vai ver que não dói nada. Já há muito que abandonaram a teraoêutica (?) dos choques elétricos.
      Com que então, a malvada da cronista nunca fez nada na vida. Vejam só! Ainda que fosse verdade o que saiu do seu delírio, que relação teria isso com a forma ou o conteúdo da crónica?
      Tenho a impressão que, além da questão psíquica, há por aí uma certa dose de parvoíce congénita, que é um mal sem cura.

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  3. Estamos no caminho certo. É para ele que somos forçados, é por ele que nos conduz a presidenta.
    Problemas? Não, tudo se resolve. As Autoridades já foram avisadas, o deputado já fez as perguntas da praxe, já aliviaram a consciência. Agora, é com os outros. A Câmara não tem competencias que lhe permitam agir,. intervir e resolver. Isso, é com os outros. A presidenta e a sua câmara existem para discursar, sorrir, e pousar. E prometer, claro. Projetos, internacionalização e glória para Tomar.

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    1. É verdade. Mas o problema maior é que a alternativa à presidenta de hoje é bem capaz de ser pior amanhã.

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    2. Seguindo a sua linha de pensamento, é melhor nunca sairmos de casa, pois corremos o risco de atropelamentos mortais.
      Se o que está não é bom, quem pode garantir que a seguir não virá melhor? Porque tudo o que está para vir é forçosamente pior?
      Um exemplo prático, fora da política, caso o seu jantar de hoje não seja grande coisa, o de amanhã vai ser pior? Outro exemplo ainda: Se o Benfica jogou mal no último jogo, no próximo vai jogar ainda pior?
      Trata-se visivelmente de uma argumento redondo, sem ponta por onde se lhe pegue.

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    3. Sobre os seus exemplos práticos. 1.Se o pessoal da cozinha não presta porque vou acreditar que amanhã farão melhor? Ou se o frigorífico não faz frio, cada vez se estragam mais as matérias primas e o jantar piora. 2.Se o Benfica jogou mal no último jogo não quer dizer que vá jogar pior; mas se jogou mal nos últimos tempos, o que é normal é despedir a equipa técnica. E isso não é garantia de nada de melhor no futuro como muitas vezes a realidade demonstra. No caso tomarense, face às "cozinhas" em presença, assim como aos "notáveis" em campo, penso que só a fé nos pode fazer imaginar um futuro melhor.

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    4. Responde-lhe com frases feitas e corriqueiras. A esperança é sempre a última coisa a morrer. Só é vencido quem desiste. Quem nunca tentou nunca perdeu.mas também nunca ganhou.
      Alguma vez havemos de ter sorte, até porque já diziam os nossos antepassados latinos AUDACES FORTUNA JUVAT - A sorte protege os audazes.

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  4. Tomar bem pode candidatar-se à cidade das oportunidades perdidas. Para além das oportunidades histórico-turísticas que o texto refere temos ainda as seguintes causas perdidas: um centro militar estratégico; um pólo industrial; a proximidade das novas vias rodoviárias; um centro multimodal de transportes; um pólo dinâmico de ensino superior. Isto é, uma cidade atrativa e não desertificada, entregue a "ilustres tomarenses", incapazes de ver além do próprio umbigo e desconhecidos para lá de Casais Marmelo.

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  5. A Mata está cada vez mais degradada !!
    A Mata não é só entre os portões e o parque infantil !! Tudo o resto, parece que está ao abandono: muros, taludes, caminhos árvores em risco de queda....

    Quando será feita a reflorestação depois do tornado de 2010 ter feito desaparecer uma quantidade siginficativa das árvores da mata ?

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