Opinião
Mesmo quando se tem uma forte armadura psicológica contra a inveja e a subsequente má-língua. Mesmo quando muitos anos de combate político quase solitário tornam quem escreve isto praticamente imune à crítica malévola, e às práticas deliberadamente acriançadas para tentar camuflar o seu objectivo real. Mesmo assim, é sempre melhor sentir-se acompanhado. Constatar que há quem esteja em sintonia, conquanto pessoalmente desconhecido e de quadrante político diferente.
Numa crónica cuja leitura recomendo vivamente, por considerar que se trata de um texto jornalístico limpo e certeiro, a jornalista Helena Matos atingiu em cheio o coração do actual monstro nabantino, que afinal é apenas cópia servil do que vai por esse pobre país fora:
"A nível local as câmaras foram trocando a engenharia pela sociologia: fechar uma estrada pode tirar votos. Pelo contrário, organizar festas e passeios só gera boa imprensa."
É claro que Helena Matos escreve no OBSERVADOR, logo integra a "direita chique". Uma reaccionária, em suma, para o pessoal da esquerda que temos. A realidade porém sobrepõe-se mais uma vez a semelhante retórica, pretensamente progressista porque "de esquerda". Basta responder com honestidade à pergunta fulcral: Aquilo que a jornalista refere nesta crónica é falso, ou é verdadeiro? Bate certo, ou não bate?
Acresce que, pelo menos no caso de Tomar, para estar segura de que a sua actuação "só gera boa imprensa", a Câmara compra essa boa imprensa de dois modos distintos. Por um lado estabeleceu ajustes directos com gabinetes de comunicação, que fazem o seu trabalho. Por outro lado financia, como todos sabemos, os órgãos locais, seja directamente, seja com publicidade.
Alguma ilegalidade? É claro que não. Excepto um evidente boicote ao Tomar na Rede, que passa inclusivamente por recusar informação que está legalmente obrigada a facultar.
E sendo assim, se fora noutra terra... Porém, como bem escreveu noutro contexto o saudoso Nini Ferreira "Música na rua, foguetes no ar/Estamos em Tomar".
Sem uma rede de esgotos em condições num sector do centro histórico. Mas isso já é da área da engenharia, e a câmara que temos é mais sociologia, como escreve Helena Matos.
É sempre melhor estar acompanhado.
António Rebelo
O tu queres, é musica e apanhar as canas, já lá dizia o irlandês Bernard Shaw - Nunca lutes com um porco, ficas todo sujo e ainda por cima o porco gosta.
ResponderEliminarComentário a revelar muita coragem, imensa capacidade de argumentação e finíssimo recorte literário.
EliminarPeço desculpa por responder assim, de forma tão sucinta, por causa do cheiro.
Veio com uma de coltura, citando G.B. Shaw, aprendida aquando daquela escandaleira do Sporting, não foi? Então pegue lá mais dois pensamentos do mesmo autor:
Eliminar1 -"A democracia é um mecanismo que garante que nunca seremos governados melhor do que aquilo que merecemos."
2 - "Nunca faças aos outros o que gostarias que te fizessem a ti. O gosto deles pode ser diferente."
Entendeu? Se calhar não. Mas olhe, eu também não posso ir mais longe.
As intervenções deste senhor têm sempre o umbigo dele como referência.
ResponderEliminarEle é o herói honrado; o que luta sozinho, o que é objecto da inveja.
Tadinho! Tão injustiçado.
O mundo é ingrato e cruel. E não sabe o que perde por não andar com ele em ombros.
Agora deu-lhe para a sociologia.
Pois que estude. Mas olhe que ainda falta muito. Misture um bocadinho de psicologia também e com algum esforço e modéstia talvez venha um dia a perceber a figura que anda a fazer.
Mas perceber a sociedade Tomarense, a lógica do poder local, a natureza do nosso atraso... isso, meu caro, parece que já não será para si.
Esse entrave epistemológico do "umbiguismo" arreda-o definitivamente de uma aproximação a esse objectivo.
E a presunção, sabe por acaso o que isso é? Só os que você acusa com língua viperina é que fazem tristes figuras? Você faz o quê? Sombra quando está ao sol?
EliminarEscusa de se armar em sabichão, tentando desviar a atenção daquilo que a crónica diz atacando quem ousa escrever assinando por baixo. A sua técnica já é demasiado conhecida.
Vá lá continuando a comer à custa do orçamento, mas evite chatear o pessoal com as suas considerações anónimas e por isso deslocadas.
Estamos fartos de enfatuados com coragem de cágados e cérebro de galinha, que pretendem armar-se em grandes conhecedores da natureza humana e da situação tomarense, para a partir daí atacarem pessoas em vez de debaterem problemas e soluções.
"...para a partir daí atacarem pessoas em vez de debaterem problemas e soluções".
ResponderEliminarBraaaavooooooo!!!
Ataques pessoais sem qualquer relação com os problemas servem unicamente a quem quer manter a situação e descredibilizar o blogue. O que está em causa é uma LONGA CRISE EM TOMAR desde os anos 90, sem fim à vista e traduzida pela ausência de investimentos produtivos, falências, migração da população ativa, redução da população jovem, falta de capacidade de influência política regional e nacional, deslocação de grandes serviços públicos como a Judiciária e o Hospital, descredibilização de instituições como a Misericórdia ou o Politécnico. Este não é um problema geral mas sim tomarense. Em Tomar tem sido assim, com evidências de crise económica e social, ao contrário de cidades próximas como Abrantes, Torres Novas, Ourem, para não falar em Leiria ou Santarém. Este é o verdadeiro problema e é sobre ele que importa refletir.
ResponderEliminarNão os devendo desculpar pelos muitíssimos erros, também não parece oportuno sacrificar autarcas por causa do erro brutal e grosseiro da Câmara de Borba. Quanto às almoçaradas, bifanas, passeatas próprias e para idosos, iluminações de Natal e festarolas não parece que algum autarca tenha sido penalizado. Cada terra tem o autarca que merece. E, regra geral, o autarca bem sucedido percebe antecipadamente o que quer a população. Já sobre a direita chique, não sendo um preconceito de esquerda, é aquela que teoriza sobre as vantagens do liberalismo económico e do bem de tudo privatizar, mas não fala do que aconteceu com a Cimpor (ver Público de ontem), com a ANA, a PT, os CTT ou a banca. Também não teoriza sobre a corrida às "ajudas do Estado" quando os gestores, quase sempre seus seguidores, afundam as organizações. Claro que esta se distingue, para melhor, da direita caceteira que tudo resolve a partir de um contundente casse-tête.
De acordo. Uma correção: a crise em Tomar começou na década de 70 séc. passado. Na minha opinião.
EliminarBlá-blá-blá... conversa inútil... entediante... repetitiva... sempre a mesma lengalenga...
ResponderEliminarFelizes os que Deus nosso senhor dotou da capacidade de saber distinguir as conversas úteis da inúteis. Que não serão nada interesseiros, não senhor. Que ideia inútil!
EliminarSr. Rebelo
ResponderEliminarFoi o senhor mesmo que, logo no início do seu texto referiu que se tinha de precaver contra a inveja.
Estamos (eu e toda a gente que eu conheço) plenamente de acordo.
O senhor, cujo currículo e sabedoria o coloca muito acima daqueles que têm inveja de si, deveria ser reconhecido e valorizado enquanto entidade com um contributo importante a dar a esta terra tão carenciada de gente capaz.
Alguém me pode explicar qual é o CV do Sr. Dr. Rebelo para além de professor do ciclo preparatório?
ResponderEliminarLogo que você tiver a amabilidade de se identificar cabalmente, fornecendo cópia do seu CC, morada, NIF e mail, para anfrarebelo@gmail.com, terei todo o gosto em responder à sua pergunta, podendo exibir-lhe cópias autenticadas das minhas credenciais universitárias bem como um CV resumido, porque aos 77 anos, como decerto deve calcular, já fiz muito e já vi muito, de forma que só resumindo.
EliminarE você, além de anónimo, qual é o seu currículo, para além de saber fazer perguntas?
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