segunda-feira, 26 de novembro de 2018

É sempre melhor

Opinião
Mesmo quando se tem uma forte armadura psicológica contra a inveja e a subsequente má-língua. Mesmo quando muitos anos de combate político quase solitário tornam quem escreve isto praticamente imune à crítica malévola, e às práticas deliberadamente acriançadas para tentar camuflar o seu objectivo real. Mesmo assim, é sempre melhor sentir-se acompanhado. Constatar que há quem esteja em sintonia, conquanto pessoalmente desconhecido e de quadrante político diferente.

Numa crónica cuja leitura recomendo vivamente, por considerar que se trata de um texto jornalístico limpo e certeiro, a jornalista Helena Matos atingiu em cheio o coração do actual monstro nabantino, que afinal é apenas cópia servil do que vai por esse pobre país fora:

"A nível local as câmaras foram trocando a engenharia pela sociologia: fechar uma estrada pode tirar votos. Pelo contrário, organizar festas e passeios só gera boa imprensa."

É claro que Helena Matos escreve no OBSERVADOR, logo integra a "direita chique". Uma reaccionária, em suma, para o pessoal da esquerda que temos. A realidade porém sobrepõe-se mais uma vez a semelhante retórica, pretensamente progressista porque "de esquerda". Basta responder com honestidade à pergunta fulcral: Aquilo que a jornalista refere nesta crónica é falso, ou é verdadeiro? Bate certo, ou não bate?
Acresce que, pelo menos no caso de Tomar, para estar segura de que a sua actuação "só gera boa imprensa",  a Câmara compra essa boa imprensa de dois modos distintos. Por um lado estabeleceu ajustes directos com gabinetes de comunicação, que fazem o seu trabalho. Por outro lado financia, como todos sabemos, os órgãos locais, seja directamente, seja com publicidade.
Alguma ilegalidade? É claro que não. Excepto um evidente boicote ao Tomar na Rede, que passa  inclusivamente por recusar informação que está legalmente obrigada a facultar.
E sendo assim, se fora noutra terra... Porém, como bem escreveu noutro contexto o saudoso Nini Ferreira "Música na rua, foguetes no ar/Estamos em Tomar".  
Sem uma rede de esgotos em condições num sector do centro histórico. Mas isso já é da área da engenharia, e a câmara que temos é mais sociologia, como  escreve Helena Matos.
É sempre melhor estar acompanhado.
                                                                      António Rebelo


14 comentários:

  1. O tu queres, é musica e apanhar as canas, já lá dizia o irlandês Bernard Shaw - Nunca lutes com um porco, ficas todo sujo e ainda por cima o porco gosta.

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    1. Comentário a revelar muita coragem, imensa capacidade de argumentação e finíssimo recorte literário.
      Peço desculpa por responder assim, de forma tão sucinta, por causa do cheiro.

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    2. Veio com uma de coltura, citando G.B. Shaw, aprendida aquando daquela escandaleira do Sporting, não foi? Então pegue lá mais dois pensamentos do mesmo autor:
      1 -"A democracia é um mecanismo que garante que nunca seremos governados melhor do que aquilo que merecemos."
      2 - "Nunca faças aos outros o que gostarias que te fizessem a ti. O gosto deles pode ser diferente."
      Entendeu? Se calhar não. Mas olhe, eu também não posso ir mais longe.

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  2. As intervenções deste senhor têm sempre o umbigo dele como referência.
    Ele é o herói honrado; o que luta sozinho, o que é objecto da inveja.
    Tadinho! Tão injustiçado.
    O mundo é ingrato e cruel. E não sabe o que perde por não andar com ele em ombros.
    Agora deu-lhe para a sociologia.
    Pois que estude. Mas olhe que ainda falta muito. Misture um bocadinho de psicologia também e com algum esforço e modéstia talvez venha um dia a perceber a figura que anda a fazer.
    Mas perceber a sociedade Tomarense, a lógica do poder local, a natureza do nosso atraso... isso, meu caro, parece que já não será para si.
    Esse entrave epistemológico do "umbiguismo" arreda-o definitivamente de uma aproximação a esse objectivo.

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    1. E a presunção, sabe por acaso o que isso é? Só os que você acusa com língua viperina é que fazem tristes figuras? Você faz o quê? Sombra quando está ao sol?
      Escusa de se armar em sabichão, tentando desviar a atenção daquilo que a crónica diz atacando quem ousa escrever assinando por baixo. A sua técnica já é demasiado conhecida.
      Vá lá continuando a comer à custa do orçamento, mas evite chatear o pessoal com as suas considerações anónimas e por isso deslocadas.
      Estamos fartos de enfatuados com coragem de cágados e cérebro de galinha, que pretendem armar-se em grandes conhecedores da natureza humana e da situação tomarense, para a partir daí atacarem pessoas em vez de debaterem problemas e soluções.

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  3. "...para a partir daí atacarem pessoas em vez de debaterem problemas e soluções".

    Braaaavooooooo!!!

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  4. Ataques pessoais sem qualquer relação com os problemas servem unicamente a quem quer manter a situação e descredibilizar o blogue. O que está em causa é uma LONGA CRISE EM TOMAR desde os anos 90, sem fim à vista e traduzida pela ausência de investimentos produtivos, falências, migração da população ativa, redução da população jovem, falta de capacidade de influência política regional e nacional, deslocação de grandes serviços públicos como a Judiciária e o Hospital, descredibilização de instituições como a Misericórdia ou o Politécnico. Este não é um problema geral mas sim tomarense. Em Tomar tem sido assim, com evidências de crise económica e social, ao contrário de cidades próximas como Abrantes, Torres Novas, Ourem, para não falar em Leiria ou Santarém. Este é o verdadeiro problema e é sobre ele que importa refletir.
    Não os devendo desculpar pelos muitíssimos erros, também não parece oportuno sacrificar autarcas por causa do erro brutal e grosseiro da Câmara de Borba. Quanto às almoçaradas, bifanas, passeatas próprias e para idosos, iluminações de Natal e festarolas não parece que algum autarca tenha sido penalizado. Cada terra tem o autarca que merece. E, regra geral, o autarca bem sucedido percebe antecipadamente o que quer a população. Já sobre a direita chique, não sendo um preconceito de esquerda, é aquela que teoriza sobre as vantagens do liberalismo económico e do bem de tudo privatizar, mas não fala do que aconteceu com a Cimpor (ver Público de ontem), com a ANA, a PT, os CTT ou a banca. Também não teoriza sobre a corrida às "ajudas do Estado" quando os gestores, quase sempre seus seguidores, afundam as organizações. Claro que esta se distingue, para melhor, da direita caceteira que tudo resolve a partir de um contundente casse-tête.

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    1. De acordo. Uma correção: a crise em Tomar começou na década de 70 séc. passado. Na minha opinião.

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  5. Blá-blá-blá... conversa inútil... entediante... repetitiva... sempre a mesma lengalenga...

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    1. Felizes os que Deus nosso senhor dotou da capacidade de saber distinguir as conversas úteis da inúteis. Que não serão nada interesseiros, não senhor. Que ideia inútil!

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  6. Sr. Rebelo

    Foi o senhor mesmo que, logo no início do seu texto referiu que se tinha de precaver contra a inveja.
    Estamos (eu e toda a gente que eu conheço) plenamente de acordo.
    O senhor, cujo currículo e sabedoria o coloca muito acima daqueles que têm inveja de si, deveria ser reconhecido e valorizado enquanto entidade com um contributo importante a dar a esta terra tão carenciada de gente capaz.

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  7. Alguém me pode explicar qual é o CV do Sr. Dr. Rebelo para além de professor do ciclo preparatório?

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    1. Logo que você tiver a amabilidade de se identificar cabalmente, fornecendo cópia do seu CC, morada, NIF e mail, para anfrarebelo@gmail.com, terei todo o gosto em responder à sua pergunta, podendo exibir-lhe cópias autenticadas das minhas credenciais universitárias bem como um CV resumido, porque aos 77 anos, como decerto deve calcular, já fiz muito e já vi muito, de forma que só resumindo.

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    2. E você, além de anónimo, qual é o seu currículo, para além de saber fazer perguntas?

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