quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Lobo Antunes esteve em Tomar há três anos

O escritor António Lobo Antunes esteve em Tomar há precisamente três anos, a convite da livraria “Ao Pé das Letras” (que entretanto fechou portas). Falou sobre literatura com destaque para o livro “Sôbolos rios que vão”, mas também sobre a sua presença em Tomar, durante o período em que foi médico no hospital militar, em 1970. Além de exercer medicina no hospital militar dava consultas nas freguesias rurais com base num acordo com a Santa Casa da Misericórdia. Quarenta anos depois Lobo Antunes regressou a Tomar.
“É a primeira vez que volto, depois de ter saído. Foi estranho ter voltado. Houve uma mistura de sentimentos. Foi doce e ao mesmo tempo amargo”, apontou o escritor.
Falou da cidade “cheio de sol, raparigas muito bonitas, flores e cheiros”, reconheceu “a Corredora e as Estrelas” que estavam “iguais e ao mesmo tempo diferentes” e confidenciou acerca das “namoradas clandestinas” que teve, “como se fosse possível numa cidade destas ter namoradas clandestinas”, ironizou.
Em Tomar, a par da medicina, gostava de remar no rio Nabão e já passava muitas horas na messe dos oficiais (entretanto demolida) a escrever.
“A felicidade acabou” quando foi chamado para Santa Margarida e dali para Angola onde participou
na guerra colonial, tema sempre presente na sua obra.

Recordemos algumas frases ditas por Lobo Antunes na sua passagem por Tomar:
“Não tenho a certeza se vou morrer”
“Quando morrer eu não quero ir para o Panteão, quero ir para os Jerónimos”
“A maior parte das nossas vidas é um equívoco”
“Precisava de mais de 200 anos para conseguir escrever aquilo que gostava de escrever”
“Quero deixar de escrever, mas depois o que é que eu vou fazer?”
“Interessa-me que as pessoas lutem com o livro”
“Temos de dar aos leitores os livros que o leitor não quer” (citando Gallimard)
“Não há nada mais ameaçador do que um povo culto”
"A única coisa que realmente temos é o momento presente. Acabamos por ser felizes retrospetivamente"
“O livro só começa a existir depois de lido”
“A partir do momento que os livros são editados e lidos deixam de ser meus”
“Um livro bom é como um ovo”
“Eu escrevo os livros que gostava de ler”
“Um livro nunca está acabado. É sempre possível melhorá-lo”
“Um livro está sempre à beira de ser destruído ou de ser refeito”

1 comentário:

  1. Qual o interesse desta noticia, passados 3 anos!? Deve ser mesmo para ocupar espaço, pois não acrescenta nada...
    Parece as televisões com os noticiários, passam dias e dias a repetir o mesmo, ocupando com isso horas e horas diárias para.... nada.

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