terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Convencidos e entranhadamente dependentes dos contribuintes

Opinião
Antevisão de uma parte da futura Várzea grande. É mesmo o que está a fazer falta, não é?
Fantasias para gente que não é nada fantástica
Alegando que em 2015 a cobrança nos vários parqueamentos deu mais problemas que dinheiro, a mordoma da Festa dos tabuleiros declarou recentemente que este ano o estacionamento será gratuito para todos. Trata-se de uma decisão muito grave, manifestamente precipitada e mal fundamentada.
Mal fundamentada, pois se na edição anterior dos tabuleiros houve mais problemas que receitas com parqueamentos, isso revela apenas falta de organização, falta  de controlo e falta de honestidade.

Porque numa festa que, no dizer dos seus organizadores, atrai mais de meio milhão de pessoas, é estranho, muito estranho mesmo, que as receitas do estacionamento tenham sido tão magras, a ponto de não compensarem os problemas. Houve gente menos séria a amanhar-se?
Além de mal fundamentada, trata-se de uma decisão que só pode ofender os tomarenses, causticados durante todo o ano com estacionamento pago em várias artérias e nos parques da cidade. É uma forma de dizer "Tudo para os turistas, nada para os residentes". Ou, mais simplesmente, Os do costume que paguem a crise!".
Se os  forasteiros que vêm à festa pagassem uma entrada, ainda se podia compreender tal gesto. Não sendo o caso, ele revela apenas uma doentia dependência dos dinheiros públicos, via orçamento do Estado ou da Câmara.
O raciocínio parece ser este: Para quê estar com chatices, se os contribuintes pagam sempre tudo sem refilar?
Exatamente a mesma crença da senhora da Câmara. Obras, só com fundos europeus. Não interessa a real utilidade delas. Importante, mesmo importante, é sacar dinheiros da União Europeia. E acessoriamente do orçamento camarário. De onde saem no mínimo 15% dos 3 milhões para ornamentar a Várzea grande e assim acabar com 400 lugares gratuitos de estacionamento, para citar apenas um exemplo.
Outro caso que evidencia a perversa mentalidade tomarense, é o do Festival bons sons, em Cem soldos. Congeminado e bem organizado por gente capaz, dá sempre lucros substantivos e ainda bem. Assim é que devia ser sempre. Mas mesmo com lucros, nunca se esquecem de solicitar  um subsídio a fundo perdido, que em 2017 foi de 50 mil euros. Pouca coisa, quando comparamos com os 400 mil dos Tabuleiros, mas mostrando a tal crença nabantina: sem dinheiro das contribuintes via orçamento, nada feito. Contribuintes = teta materna + biberão.
Geralmente pouco versados em economia, sobretudo em macroeconomia ou em economia do turismo, escapa a estes cidadãos da política que temos um detalhe que condiciona tudo o resto. E que seria de fácil ultrapassagem, caso os senhores eleitos e respetivos acólitos aceitassem a evidência: que não sabem.
Infelizmente assumem sempre a atitude contrária. Em vez de aceitarem que não sabem e começarem a aprender com quem sabe, pois não senhor. Já sabem tudo e estão sempre cheios de razão.
Assim se vai alargando em Tomar o fosso entre os eleitos maioritários e a opinião pública, sobretudo via redes sociais. A seu tempo (Outubro de 2021) se verá quais as consequências. Mas entretanto a situação é deprimente.
De um lado temos respeitáveis cidadãos eleitos a asneirar cada vez mais, convencidos de que estão agindo bem e a fazer o melhor possível. Do outro, cidadãos mais informados, que vão reclamando contra os desmandos e lamentando que não haja uma equipa capaz, com um projeto diferente, eficaz e mobilizador para Tomar.
Na verdade esse projeto existe e os que o terão de pilotar também cá estão. Prevalece contudo uma situação estranha. A rotura total entre a atual maioria e aqueles que sabem de facto, sem alardes escusados.
A Várzea grande é um dos elementos desse projeto mobilizador, como fonte de valor acrescentado. Vai custar aos contribuintes 3 milhões e a perda de 400 lugares de estacionamento, conforme já foi escrito antes. Podia render centenas de milhar de euros de valor acrescentado, integrada num plano coerente, que a mairoia camarária PS não tem.
A Festa dos tabuleiros é outra componente importante do referido projeto, com um valor acrescentado da ordem do meio milhão de euros logo na primeira edição do novo modelo. Em vez disso, vai custar mais de 400 mil euros aos contribuintes tomarenses, além dos incómodos vários, provocados por uma multidão de turistas que nem sequer pagam as suas entradas.
Com eleitos que não conseguem  perceber a diferença entre dinheiro dos impostos e valor acrescentado, porque nunca estudaram economia política, mas estão convencidos de que sabem tudo, resta por agora citar aquele presidente de junta a quem diziam que não se dizia fregu-ésia mas freguesia. -"Ai nã mudou!? Sem mudança, comé que querem qu'esta merda progreda?"

                                                                             A ovelha ranhosa do costume

16 comentários:

  1. Pode ser «ovelha ranhosa», mas o comentário/opinião está, como geralmente está, correcto!!

    Sem papas na língua nem rodriguinhos. Eu concordo com a gratuitidade da festa (ou seja, sem entradas), mas não concordo com os parques gratuitos. Organizem-se, e se não o sabem fazer deixem quem sabe.

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  2. Confesso que nunca vi uma ovelha ranhosa. Mas custa-me a crer que um simpático animal como são as ovelhas, mesmo quando constipadas e ranhosas, possam ser tão asquerosas quanto este individuo do costume.
    Fosse quando assinava com nome próprio, quando tinha curral adequado, ou agora infiltrado em estaminé alheio, o ranho que vomita é sempre o mesmo. Mete nojo.
    Ele julga-se tremendamente inteligente; e lá em casa (perdão, curral) dele deve mesmo ser o melhor que se pode arranjar. O verdadeiro problema é não ter ninguém que lhe diga que o tempo da prosápia dele verdadeiramente já passou e há muito.
    As ideias (perdão, ranho) que vomita não passam o “teste da troca de fios”. Basta a gente trocar a polaridade e constata que, dito de um lado ou de outro (esteja quem estiver no poder) o discurso do bota a baixo resulta sempre. Mas a ilusão de ter razão – coisa que afecta putos esquerdistas e idosos alucinados – dá-lhe esta excitação luminária que o faz nunca mais se calar, como se fosse uma ovelha que, para além de ranhosa, lhe faltasse a palha ou a erva fresca.
    Há-de perguntar àqueles que pensa que está a ajudar se verdadeiramente o querem como ajudante. E se eles disseram que sim, é caso para dar os parabéns àqueles que pensa que está a atacar.

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    1. A ovelha ranhosa fica-lhe muito agradecida por ter tido o trabalho de reproduzir uma vez mais a música do costume, que antes dedicava a outro escriba. Mudam os escribas mas a música continua a mesma. Triste sina Severina! Ou será outro nome feminino?
      Ainda assim, bem haja e estou certo que Deus o vai abençoar. Porque só você, do alto da sua música que já cansa um pouco, está nitidamente acima do rebanho nabantino. No seu entender, claro.
      Por falar em rebanho e em música do costume, quando é que você resolve abandonar os insultos despropositados e debater na calma o que está escrito?
      Não concorda? Pois discorde, mas não ofenda sem necessidade alguma. Seja cidadã/ão, e não outra coisa que estou a pensar neste momento.
      Será isto demasiado para a sua cabeça, perdida algures, lá pelas alturas da fanfarronice reles e oca?
      Tenha uma noite tranquila. Se apesar de tudo puder.

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    2. Que violência sr. Anónimo! Uma violência disparatada. Quase não dá para acreditar. Tenha vergonha! Não me diga que o senhor é da área da esquerda política... Se é, até eu m'avergonho.

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    3. Para o anónimo das 18:28 - 5 estrelas.
      Esta coisa do porco em pele de ovelha, sempre com a música do costume (palavras do próprio) fedem de tanta repetição dos mesmos termos, da mesma prosa e do constante tiro ao boneco.
      JJ

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    4. Que anónimo? O das 18H28, nitidamente malcriado? Ou o das 22H51, que segundo percebo apenas procura defender-se?
      Convinha esclarecer, para evitar equívocos...anónimos naturalmente.

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    5. Para o comentador anónimo de 13FEV19, às 09H35, que colocou as inicias JJ no final da sua resposta:

      Deduzo do seu estilo ufano, usado neste comentário, que nunca terá lido "O triunfo dos porcos" do inglês George Orwell, uma fábula dos anos 40 do século passado, bem conhecida no Mundo. Por isso permito-me a transcrição de parte de um resumo da obra, que considero muito adequado ao presente contexto:
      "O QUE ESTES ANIMAIS, MAIORITARIAMENTE PORCOS, NÃO SABEM É QUE EXISTE UMA "OVELHA RANHOSA" ENTRE ELES, SERVINDO DE POMBO CORREIO PARA OS HUMANOS". Caso lhe apeteça, pode conferir aqui:
      silenciosquefalam.blogspot.com/2012/06 o-triunfo-dos-porcos-de-george-orwell.html
      Abreviando ao máximo, para poupar espaço e a paciência de quem lê, na citada fábula é dito a dado passo que "os porcos são todos iguais, mas há uns mais iguais que outros." Por conseguinte, são todos porcos, mas uns mais porcos que outros.
      É o que julgo necessário e suficiente dizer-lhe por agora.

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  3. O estacionamento e os parques são uma das pesadíssimas heranças de D. Paiva, ao tempo apresentado nos Moinhos Del Rei pelo Dr. Marcelo Rebelo de Sousa como um dos maiores "cientistas" do urbanismo em Portugal, aquando da apresentação de um livro de em que o dito dissertava sobre PDMs e o PDM de Tomar que ainda hoje não está revisto - depois de Corvêlos, de Carrões, de Luís Ferreira, de Anabela...

    Lembram-se ???

    E logo nasceu o Parque T/Bragaparques que custou milhões ao Município e que estava sempre "às moscas".

    Não tardou a nascer o parque aquático por baixo de um novo Pavilhão Municipal entalado entre prédios e o Estádio despromovido a "Campo da Bola" e onde, não fosse uma potente bomba a trabalhar em contínuo, tínhamos água com 1,70/1,80 de altura, como se podia observar no local e como era assumido num relatório que o LNEC classificou de "Confidencial" e que o "cientista" quis tornar "SECRETO", não fosse a oposição determinada e firme numa sessão da Assembleia Municipal que o fez ver a "luz do dia".

    TRISTE SINA...a desta terra.


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    1. Enfim... que gente. Esta CMT parqueou meia cidade, tornou a outra metade exclusiva de meia dúzia de almas que por lá se arrastam, depende exclusivamente da boa vontade dos donos do Hotel dos Templários para que se consiga por cá estacionar e agora querem acabar com a Várzea. Onde estacionarão aqueles que efectivamente TRABALHAM - se está familiarizada com a terminologia - nesta aldeia? No parque do Continente?

      Perante o evidente e crescente desespero de quem não sabe como orientará a sua vida após mais esta machadada de gente que não serve para administrar uma cave mas que está à frente dos destinos de ~ 40 mil cidadãos, ainda há quem venha com politiquices falar de presidentes de décadas atrás para justificar o injustificável. Guardem essa ladainha para as vossas "produtivas" reuniões, almoços, jantares, beberetes e quejandos sortidos. Está tudo farto de vos aturar!

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  4. Plenamente de acordo com o artigo de opinião expresso neste artigo.
    A actual câmara está a fazer asneira atrás de asneira, nem se dá ao trabalho de parar para pensar no descalabro das suas decisões.
    Entretanto resolvem abrir um concurso para admissão de mais um arquitecto. Quais serão as funções deste novo funcionario(a)!? Será passar os dias num dos cafés da praça à espera do dia 22 para receber o seu vencimento!?

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    1. Não senhor. Ronhosa seria um animal com ronha. Uma doença assaz grave. Ou um animal a fazer ronha, daqueles que julgam que sabem muito.
      Assim, ovelha ranhosa é apenas um animal que nunca foi estimado pelos que se julgam pastores. Um marginal. Por razões que não vêm agora ao caso.

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  6. Tenho a dizer os lambe botas não gostam da ovelha ranhosa mas eu só tenho a dizer continue a berrar ovelha ranhosa até que a vóz lhe doa eles não gostam de ouvir mas tem de ouvir só por aqui posso dizer terra de mantecaptos.

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  7. Há e já agora se estão incomodados com a ovelha ranhosa mudem de terra ou façam melhor não berrem tanto.

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  8. O anónimo das 18,28 está cheio de razão: Basta lê-lo.
    Ele pega no universo cultural do auto denominado ovelha ranhosa e demarca-se dele. Diz que mete nojo. A mim também.
    Mas os outros e mais a tal ovelha ranhosa estão no seu direito de gostrs de chafurdar naquela porcaria. É lá com vocês.
    Quanto ao tal “conteúdo” relativamente ao qual queriam que ele se pronunciasse. Esse tal “ranho” que mete mesmo nojo. Basta tentar ler aquilo (é preciso esforço, eu sei) e ver, como ele referiu, que se trata de uma conversa que, fosse qual fosse o poder instituído, daria sempre para atacar.
    Eu, pessoalmente, detesto a maior parte das coisas que esta câmara faz. Mas o problema é que – sabemo-lo de fonte segura e de experiencia feita – se fossem os outros era exactamente igual ou pior.
    Mais: sabendo – está à vista – o teor dos “ataques” e o nível cultural desta tal oposição, então, o melhor mesmo é deixar estar.
    Pelo menos ganha-se em higiene.

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  9. O anónimo da 18H28, além de algo incoerente e fortemente malcriado, não tem razão nenhuma. E você sabe isso muito bem. Tão bem que tirou outra vez da cartola a única desculpa ainda disponível para semelhante desastre autárquico.
    "Não gosto destes, mas os outros são iguais ou ainda piores". Fazendo isto, está, concientemente ou não, a imitar as práticas estalinistas, entre as quais sobressai o processo de intenções: "Não fizeram, mas podem vir a fazer, por isso matem-nos."
    Como é que, no estado atual das coisas, você pode afiançar que outros eleitos seriam iguais ou piores? Não se dá conta de que está simplesmente a pretender ser capaz de prever o futuro? Os outros? Quais outros? Quando? Em que situação?
    Segue-se um exemplo da sua incoerência, de resto comum à do comentador das 18H28 (se calhar até são a mesma pessoa). Passo a citar: "Mas...o nível cultural desta oposição...então o melhor mesmo é deixar estar. Pelo menos ganha-se em higiene." Em que ficamos afinal? Você escreveu antes que "era exatamente igual ou pior". Noutros termos, que a merda era a mesma, ou ainda mais mal cheirosa, e agora vem com esta? Será porque já está mais habituado ao cheiro? Ou poeque também faz parte da poia?

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