segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A Câmara o relógio de S. João e o direito à informação

Opinião

Pode dizer-se que é um assunto menor, se é que algum problema de interesse público se pode considerar menor. Trata-se contudo de uma prova indesmentível -mais uma- de que a Câmara de Tomar esconde deliberadamente informações importantes, essenciais para a eventual sindicância pelos cidadãos daquilo que vai fazendo. Como se, em vez de socialistas, fossem monárquicos e andassem a tentar reinar com o pessoal.

Na página 10 da Ordem de Trabalhos da reunião do executivo municipal de Tomar, de 04 de Fevereiro de 2019, consta designadamente o seguinte:
"Nº 25 - MANUTENÇÃO DO RELÓGIO DA TORRE DE S. JOÃO BAPTISTA
(75/PGEN/DF/2019)
Proposta de deliberação da Presidente da Câmara referente à informação nº 109/2019, da Divisão Financeira, submetendo à aprovação do Executivo Municipal a proposta de revogação da deliberação tomada em 20 de Julho de 1992, que definiu o valor da compensação mensal a pagar a Luís Vicente dos Santos, responsável pela manutenção e acerto do relógio da Torre da Igreja de S. João Baptista, pelos fundamentos apresentados.
Proposta de deliberação: revogar a deliberação tomada em 20 de Julho de 1992, conforme proposto."
Lido todo este português administrativo, também conhecido como "língua de pau", fica-se a saber que a manutenção de um relógio de torre pode não incluir o seu acerto. Tanto assim é que o cidadão em questão recebia uma compensação devida pelas duas actividades. Como se um relógio de torre sem horas certas servisse para alguma coisa, além de ornamentar.
Impõem-se também várias perguntas pertinentes:
1 - Qual o montante da compensação mensal paga ao cidadão Luís V. Santos desde 1992?
2 - A deliberação de 1992 foi revogada "pelos fundamentos apresentados". Que fundamentos são esses? A população não tem o direito de saber? É matéria reservada? Segredo militar?
3 - Revogada a proposta, o relógio deixa de ter manutenção? O referido cidadão passa a manutencionar e acertar o relógio gratuitamente?
4 - Foi apresentada, debatida, votada e aprovada uma nova deliberação sobre o mesmo assunto? Se afirmativo, qual o seu valor mensal?
5 - O que impede o executivo municipal de mandar fazer e publicar documentos em linguagem acessível, com informação verídica e completa, tendo em conta o direito de todos à informação?

                                                                          Uma ovelha negra do rebanho nabantino

9 comentários:

  1. Tomar no caminho certo...... só se for para a desertificação da cidade

    ResponderEliminar
  2. A Câmara só serve para sacar taxas e cobrar comissões. Alimenta-se a ela a partir dos nossos bolsos. Qualquer repartição bem organizada pode fazer o que a Câmara faz. Assim, falha de ideias e de projetos, agindo como qualquer repartição publica, é dispensavel.

    ResponderEliminar
  3. Ovelha Negra: a Câmara vive acima de ti, e de mim, e de nós. É uma entidade suprema, que não se confunde nem rebaixa com o rebanho. Não tem que explicar, nada. Não precisa, não quer, e não sabe.

    ResponderEliminar
  4. Vá esperando sentado. O Município de Tomar é o menos transparente da região do Médio Tejo e vai continuar a ser https://tomartv.com/2018/04/tomar-e-o-municipio-menos-transparente-da-regiao-do-medio-tejo/
    Ninguém nos tira este 1° lugar no top . Seria triste se não fosse trâgico

    ResponderEliminar
  5. A experiência mostra que todos aprendizes de ditador começam assim. Escondem, mentem, negam informação. Depois consideram qualquer cidadão que reclama como um adversário. Se insistir passa a ser um inimigo. E logo que possível os inimigos devem ser silenciados. A bem ou a mal. Sem olhar a meios.
    É melhor ir olhando com atenção para a Venezuela, pois o caminho é o mesmo. Aquilo por lá também começou com os eleitos cheios de boas intenções, mas que começaram logo a esconder, a ocultar informação, a mentir.
    A venezuela é lá muito longe? É. Mas o PCP apoia e o Sócrates é logo ali em baixo no mapa.
    Dizia aquele francês de nome esquisito que as mesmas causas nas mesmas condições exteriores produzem sempre os mesmos efeitos.
    Mas se o rebanho tomarense gosta assim e continua a pastar e a balir tranquilamente, que havemos de fazer?
    Talvez comprar agulhas e lã, para se dedicar ao tricot. Sempre vai entretendo e fica-se com uns bons agasalhos invernais.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por falar em agasalhos invernais de puro artesanato, é disso mesmo que a maioria e a oposição de Tomar precisam, de um eleito artesão. Que lhe possa faltar o ar desde que sobre sempre o resto. Porque sem alguém no executivo que reclame, questione, discorde, proteste, proponha, informe, peça esclarecimentos, faça declarações de voto, etc. o rebanho vai continuar tranquilo, mas só até ao dia em que lhe faltar o pasto. E já estivemos mais longe desse dia.

      Eliminar
  6. Por min ia todos pastar não precisamos desta ditadura do quero posso e mando e nada explico porque a isso não sou obrigado a ver vamos.… Rua com eles e protestos sobre o que se está a passar mas quem é esta gente que nos governa???
    Tenho vergonha desta terra por meia dúzia de ovelhas fica o rebanho manchado a solução é acabar com estas nódoas estou a espera de alguém com pulso para acabar com esta desgraça.

    E mais digo a camara a partir de Fevereiro deve e tem a obrigação de esclarecer os seus cidadãos sobre todas as despesas que está a fazer sobre pena de não estar a ser transparente se não o fizer.

    Não chega uma reunião publica.

    O que é preciso é um debate de ideias sobre a nossa terra ao menos uma vez por mês com o executivo e onde tudo seja escortinado e apresentado publicamente e valores apresentados para todos sabermos onde a autarquia está a canalizar as verbas.

    Aguardo por novidades será que alguém vai tomar a iniciativa ou tem medo dos de sangue azul é que eles tem a idéia que a ralé deve saber o menos possível por isso é que continuamos no caminho da iliteracia é assim que lhes convém.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um dos principais problemas de Tomar é que os políticos uma vez eleitos também se julgam de sangue azul, de casta superior, nascidos para mandar na ralé, mesmo mal e porcamente. O outro problema é a cobardia/passividade dos tomarenses em geral. Estão-se nas tintas para tudo o que cheire a política e vendem a sua opinião por uma feijoada e/ou um tintol bem aviado.

      Eliminar
    2. Concordo consigo mas se eu lá fosse parar terminava-lhe com as mordomias e os compadrios ia ser pior que uma revolução pareciam ratos a fugir do navio era só darem-me pois não ia admitir palmadinhas nas costas e pode crer que ia incomodar muita gente que se acha de sangue azul.

      Eliminar