sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Sobre a candidatura dos Tabuleiros à UNESCO

Opinião

Resolveu a Câmara, suponho que com a concordância dos benquistos ligados à festa, contratar um "especialista" de fora (alentejano de nascimento) para elaborar o processo de candidatura da Festa grande tomarense a património imaterial da UNESCO. Este entendido virá a Tomar este ano para observar in loco os preparativos e a própria festa, para depois elaborar o dossier da citada candidatura.

Sem querer meter-me onde nunca fui chamado, nem pretendo vir a ser, não posso contudo, enquanto tomarense pagador de impostos, deixar de alertar a autarquia e os senhores da Festa dos Tabuleiros para o evidente excesso de facilitismo.
Pelo modo como as coisas têm vindo a ser preparadas e noticiadas, fiquei com a ideia de que os eleitos e alguns membros proeminentes da comissão dos tabuleiros estão convencidos de que a candidatura a património imaterial da UNESCO é de atar e pôr ao fumeiro. Por outras palavras, que basta candidatar-se para ser premiado.
Na verdade, as coisas não são bem assim. Pelo contrário. Por um lado porque a UNESCO já conheceu melhores dias. Os Estados Unidos já abandonaram esse organismo da ONU e o Brasil acaba de anunciar que vai fazer o mesmo.
Por outro lado, a UNESCO não aceita qualquer candidatura que apareça. Não é assim tão simples. A foto acima é do Coliseu romano de Nimes, uma cidade do sul da França com 150 mil habitantes.
O Coliseu de Nîmes, que é o mais bem conservado de todos os existentes, e recebe 300 mil visitantes por ano (quase tantos como o Convento de Cristo) está agora a ser restaurando, prevendo-se que as obras, que custam dezenas de milhões de euros, se prolonguem até 2034.
Pois apesar de tudo isto, ou seja a candidatura francesa de um monumento romano situado numa cidade de 150 mil habitantes, numa altura em que a UNESCO é presidida por uma franco-marroquina, Mme Andrée Azoulay, apesar de tudo isso, a candidatura foi chumbada em Junho de 2018. E o coliseu de Nîmes ainda não é Património da Humanidade.
Aqui fica portanto o alerta. Deseja-se a melhor sorte possível para a candidatura dos tabuleiros à UNESCO, até porque a desgraça alheia nunca me alegrou, mas tomem cautela. É extremamente fácil contratar alguém mediante finanças. São porém cada vez mais raros os profissionais competentes e eficazes.
E ninguém pode garantir o ovo no oviduto da galinha.
                                                                       António Rebelo

19 comentários:

  1. Não é especialista mas parece, pelo menos opina sobre tudo

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    1. Vamos a ver se nos conseguimos entender. Especialista é alguém muito competente numa determinada área, ou num determinado assunto. Opinar, melhor ou pior, está ao alcance de qualquer pessoa sabendo usar o alfabeto se o quiser fazer por escrito, como de resto mostra bem este seu comentário.
      Dito isto, porque lhe pareço um especialista? Porque "opino sobre tudo", como você diz? É falso, cidadã ou cidadão. Não opino sobre tudo nem coisa que se pareça, pois há muitos assuntos que desconheço quase completamente. A educação cívica de adultos é um deles.
      Comente sempre, mas por favor tente acrescentar algo ao debate de ideias. Não se fique por considerações gasosas.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Procurando cortar pela raiz a eventual maledicência, esclareço que removi o comentário das 18:35 apenas por ser uma repetição do das 18:34.

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  2. E apenas, quem com sucesso levou o convento de Cristo a património mundial.

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    1. A Grandeza do Monumento por si só bastava para ser classificado, independentemente de quem apresentava a candidatura.

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    2. É o que lhe parece, mas não tem qualquer fundamento. Não passa de um palpite despropositado. Se assim fosse, se bastasse a grandeza, como você escreve, porque é que a candidatura de Marvão, por exemplo, cuja grandeza e originalidade são indesmentíveis, nunca foi aprovada? E a de Santarém? E a de Nîmes? E as de tantos outros sítios?
      Opiniões como a sua vêm muito a propósito, e ficam sempre bem, no mundo do futebol. Nos restantes domínios, exige-se outra postura cívica, sob pena de se ficar mal visto, mesmo a coberto do confortável anonimato.

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  3. É verdade, opina sobre muita coisa. Por vezes, com excesso de virulência. Mas sempre certeiro e incomodo, porque questiona o que mais ninguem tem coragem de questionar, de peito aberto.
    Ou alguem não vê o declinio em que está Tomar, e para onde continua a ser empurrado?

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  4. Parece-me que o artigo está incompleto, para a tese apresentada fazer sentido deveria ser explicado com maior detalhe a razão pela qual a UNESCO chumbou a candidatura de Nîmes

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    1. Tanto quanto sei, pois não ocupando qualquer função oficial ou privada no universo da governação ou da informação, não posso solicitar à UNESCO essa informação detalhada com qualquer hipótese de êxito, e se graças a relações pessoais conseguisse algo, é muito provável que me solicitassem a confidencialidade., não é conhecida a argumentação oficial.
      Resumindo, emboa verdade os serviços competentes da UNESCO não chumbaram a candidatura de Nimes, pela simples razão de que nunca chumbam uma candidatura. Limitam-se a não a aceitar. Foi o que já aconteceu entre nós com Santarém e Marvão, por exemplo, que gastaram verbas avultadas com especialistas, até agora em pura perda, pois a respectivas candidaturas nunca foram aceites.
      É tudo o que posso acrescentar por agora, para além de me parecer, por razões que prefiro manter no domínio pessoal, que os tabuleiros podem vir a integrar a lista nacional do património imaterial, mas muito dificilmente conseguirão integrar o respectivo quadro da UNESCO.
      Oxalá me engane.

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  5. Oxalá tudo corra pelo melhor são os votos de um Tomarense atento e parabens ao Sr. António Rebelo pela sua visão critica e apurada.

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  6. Este gajo é um "tudólogo" do caraças.
    O Zé Gaio albergou-o aqui e já são dois a não se enxergar.
    é um bocadinho deprimente ver que "isto" é que é a "opinião" de Tomar.

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    1. O que me parece deprimente é a situação mostrar que há mais camelos de duas patas em Tomar do que dromedários de quatro patas em Marrocos.
      Essa é que é essa!

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    2. Mas há alguma opinião em Tomar? Mesmo este seu insulto ao senso comum é alguma opinião? Ou será apenas um arroto de bilis, motivado por algum copito que lhe caiu mal?

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    3. Gajo será alguém da sua família. Que se saiba o conterrâneo Rebelo sempre se portou à altura. Nunca foi gajo para os desconhecidos. Tem sido sempre um senhor. Com um feitio difícil, mas sempre um senhor numa terra de pacóvios. Fique-se lá com essa, você que pela escrita parece ser meteco recente.

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    4. O que será um "tudólogo"? Uma mania de um "anonimólogo" a querer dar nas vistas? Ou apenas mais uma palermice a juntar a tantas outras aqui vertidas anteriormente, para defender o tachito?

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  7. Nem sempre concordo com o licenciado Antonio Rebelo mas mesmo a dizer supostas barbaridades como dizemos em mau e rapido juizo considero-o como uma personagem frontal e verdadeiramente atento aos problemas que afetam esta demais ultrapassada e decadente cidade imprescindivel nesta ou noutras iniciativas. Apesar de tudo existem anonimos na mesma graduaçao de preocupaçoes. No entanto, tem defeitos e virtudes como nos todos. Cito o Barao de Fon Der Trenk no seu cadafalso: o rei ( luis xvi era grande e vil) mas vós (populaça) só conseguem ser vis!

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  8. É por este tipo de pensamento que em Tomar nada se faz. Porque não fazem nem deixam fazer, estão sempre contra

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    1. Este seu comentário é um exemplo flagrante daquela expressão "pobre gente, pobre terra".
      "Em Tomar nada se faz"? Era bom era. Infelizmente, para desgraça de todos nós, fazem-se cada vez mais asneiras à vista de todos e o pessoal cala-se.
      "Não fazem nem deixam fazer"? Quem é que não deixa fazer? Alguém já impediu ou impede a câmara de fazer alguma coisa, mesmo fazendo asneiras?
      "Estão sempre contra"? Quem é que está sempre contra? E contra quê?
      Conclusão: O melhor será estar quedo e calado, porque a julgar por este infeliz exemplo, você só consegue debitar asneiras evidentes, como está à vista de todos.

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