Foto de Sergio Godset Godinho |
Procurando tirar dúvidas nessa matéria, não fosse dar-se o caso de eu estar a ver mal, encontrei um longo comentário, que pode ler aqui, do qual retirei este excerto:
Protestos? Indignações? Xeliques? Nada. E mesmo quando as condições de um serviço público se degradam ao nível do insuportável – como sucede na ligação ferroviária entre Tomar e Lisboa –, o governo só foi capaz de anunciar medidas para reforçar o número de composições depois de uma chocante reportagem televisiva da TVI.
Mais palavras para quê? Até o fundador Gualdim continua impávido e sereno a olhar para a igreja de S. João, com o punho da espada a induzir em erro, quando se vê a estátua de perfil, a partir da porta por enquanto dos SMAS. É só uma ilusão óptica.
Se calhar estará o ilustre guerreiro a meditar porque raio terão resolvido representar a pé o mestre de uma ordem de cavalaria.
- Porque vai entregar ao povo o foral que tem na mão, dirão os mais sabidões. De costas para os Paços do Concelho? Só se for entregar o dito documento aos tomarenses de primeira. Aqueles que vão à missa a S. João e não contestam o senhor vigário, na esperança de mais tarde virem a ter direito a velório e missa em Santa Maria dos Olivais.
António Rebelo
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Outro verrinoso que escreve bem e debita umas graçolas. indivíduos que só olham obliquamente, incapazes de escrever sem ser a dizer mal.
ResponderEliminarAgradeço muito este seu comentário. Por um lado porque confirma aquilo que descrevo no texto.Quando ouvem verdades que incomodam, os tomarenses irritam-se.Acoitados no confortável anonimato, em vez de pensarem um bocadinho no estado a que já chegàmos como cidade e como concelho.
EliminarPor outro lado, sou mesmo eu que olho obliquamente e só sei dizer mal? Ou você que que é nitidamente vesgo/a a interpretar aquilo que vê e/ou lê?
Uma pessoa não aguenta.
ResponderEliminarTanta sabedoria erudita; tanta metáfora inteligente, tanta graçola tão engraçada.
Mesmo que uma pessoa quisesse, não podia ser. Não se podia ficar sob pena de ainda ser apelidado de tomarense acomodado e adormecido e, com isso, injuriar a criatura. Que não merece tal sorte.
Quando dizem e escrevem estas coisas, estas excelências inteligentes e desacomodadas demarcam-se de um povo que, acham eles, não os merece.
O que eles não sabem nem percebem é que:
1 – o povo está mesmo é a ignorá-los, por mais que façam por aparecer e ser vistos, ou por mais prosa que debitem.
2 – Quem não está a ver nada disto – tanto do povo de agora, como da história que acham que sabem – são eles mesmos.
O exemplo que dá é mesmo bem exemplificativo. É que toda a gente sabe que foi a falta paciência e o burburinho, e a reivindicação e o “chamar a televisão” por parte dos utentes do comboio sobrelotado (onde naturalmente estavam muitos tomarenses que se quereriam acomodar e até mesmo adormecer um pouco), mas foi a acção dessa gente, dizia, que resolveu ou atenuou o problema. Pelo menos deu-lhe visibilidade. Não houve ali nenhum herói libertador das massas que se chegasse à frente. Nem nenhum escrevinhador iluminado ou militante irrequieto face a um povo adormecido.
Depois o Sr. Rebelo, qual sábio bem humorado, glosa e brinca com a história e com a espada do fidalgo e mais as idas e as frequência na missa e nos velórios. Coisa esta que parece estar a tornar-se o único facto político que mobiliza os intelectuais de serviço.
Ele fala no Gualdim, na espada e no foral. E mete, uma vez mais, tomarenses ao barulho. Mas aquilo é livros que ele leu, qual entusiasta de Harry Potter.
É que, naquele tempo, espadas e forais haveria certamente. Mas tomarenses propriamente ditos, de Tomar mesmo, é que haveria certamente muito poucos, desculpe lá desapontá-lo. Pela razão muito simples de que ainda não havia Tomar que se visse.
Paialvo e Asseiceira, como alguns saberão, ombreava com Tomar e surperaria mesmo em importância administrativa.
Eu sei que o castelo e os templários estariam ali. Sim. Mas podiam estar noutro lado qualquer. Não estavam ali por estar ao pé de Tomar porque Tomar, com a importância e grandeza que muitos imaginam e tentam inventar, pura e simplesmente não existia.
Seja o que for, não deixa de dar par fazer umas graçolas a dar par o erudito.
Uma vez, lá em África, estava um branco a debitar umas coisas em cima de um palanque. Alguns – uns de lá e outros de cá – ouviam. Chega outro e pergunta:
- O que é que disse?
- Não disse nada: falou só.
E é o que conclui de tão lúcida intervenção
Grato pelo seu comentário, um exemplo da miséria intelectual existente na minha amada terra. Se você desse a cara, teria todo o gosto em explicar-lhe com boas maneiras e detalhadamente porquê. Assim, abrigado no anonimato, faça-me o favor de ficar com a minha simples afirmação axiomática.
EliminarO seu longo comentário, denota algum domínio da língua mãe, espalhando-se todavia ao comprido com escusadas reiterações, do tipo GRAÇOLA TÃO ENGRAÇADA, bem como um vocabulário nitidamente rebuscado só para ornamentar.
Depois há também essa história local, comparando coisas anacrónicas e por isso sem comparação, como Paialvo, Asseiceira e Tomar no século XII.
Finalmente, a sua conclusão é quase de analfabeto funcional, que consegue ler mas não entende o que lê. Pareceu-lhe então que eu só falei, não disse nada?! A ser assim, qual é a causa e qual o objectivo desta sua longa e acerada prosa visivelmente de circunstância?
Vejam lá e vejam bem! Respondi-lhe anteriormente esquecendo-me do essencial -a sua exclamação de abertura UMA PESSOA NÃO AGUENTA, mesmo sem o necessário ponto de admiração ou de exclamação. Essencial porque é uma situação já bem antiga. Com efeito, nos anos 50/60 do século passado ficaram célebres as intervenções de determinado comerciante que presidia a uma colectividade ainda hoje existente. Dizia ele que "HÁ PESSOAS QUE AUGUENTAM E OUTRAS QUE NÃO AUGUENTAM. A MINHA ESPOSA POR CASO AUGUENTA MAS É UM CASO PARTICULAR".
EliminarFalava ele então, devo esclarecer, sobre o excesso do fumo de tabaco no salão da referida colectividade. E concluía logo de seguida que "O ... ... músico ilustre que toca aqui há mais de 30 anos..."
Como pode ver a sua maleita, esse seu não aguentar, é coisa já antiga na nossa prendada terrinha que tão bons filhos tem albergado no seu seio. Seu dela, bem entendido.
Por agora poupo-lhe a si e aos leitores o resto da usual intervenção do nosso honesto comerciante dirigente associativo. Mas se você insistir com as suas incongruidades, da próxima vez não se livrará do restante e de um tom um pouco mais agreste, conquanto sempre educado. Mesmo para anónimos.
Claro que os tomarenses são acomodados. Poucas cidades ou talvez nenhuma em Portugal tenha caído tanto como Tomar nos últimos 40 anos. Perdeu e perde em população, em indústria, em acessos rodoviários e em serviços públicos que se deslocalizam (mantém-se o politécnico apesar dos poucos novos alunos). Consequentemente perde comércio e comerciantes. Sucessivos autarcas assobiaram e assobiam para o ar. E perante isto, que é evidente, que preocupação cívica se nota? Nada, antes sinais de desconfiança face aos escritos de gente que se inquieta como A. Rebelo ou S. Martins. Talvez a explicação seja muitos insistirem em pensar que o futuro é Tomar explorar o seu relevante património edificado. Parece que ninguém entende que esse património resulta do poder económico de outrora e do aproveitamento da localização estratégica. Os tomarenses estão em contemplação.
ResponderEliminarQuanto ao texto do Observador (jornal dito da direita chique) é mais um ataque disfarçado ao Estado e funcionários. Como uma sociedade organizada não pode prescindir dele, esta direita preguiçosa quer é fazer negócio com os serviços públicos e receber rendas em vez de fazer investimento industrial (em Tomar são bem vindos).
Subscrevo inteiramente o seu comentário, pedindo licença para acrescentar apenas dois complementos.
ResponderEliminarComeço com a sua afirmação "o futuro é Tomar explorar o seu relevante património edificado..." Pode muito bem vir a ser esse um dos grandes objectivos de futuros executivos. Desde que tenham também em conta o património imaterial e acabem com a bizarra situação actual da água dos SMAS a preços demasiado elevados mas as festas (incluindo dos Tabuleiros) à borla. Há cidades onde acontece o oposto: água à borla mas festas e outras manifestações artísiticas com entradas pagas.
O meu outro ponto é sobre a sua referência final à direita, aos serviços públicos e às rendas. Como decerto se recorda, nos primeiros anos da década de 80 do século passado, os então SMAE de Tomar foram forçados a entregar à EDP -empresa surgida das nacionalizações de 1975- a rede de distribuição e o exclusivo da venda de energia eléctrica no concelho de Tomar, situação que ainda hoje se mantém. Foram forçados a fazer essa cedência, não por qualquer lei, mas simplesmente para pagar a colossal dívida entretanto acumulada.
Os SMAE perderam então o E de electricidade, vindo mais tarde a adquirir o S de saneamento e de sacar taxas aos consumidores cativos.
O caricato da questão é que, com o decorrer dos anos, a EDP foi privatizada, porque a legislação europeia não permite os monopólios estatais, vindo a ser comprada pela CTG -China Tree Gorges, uma empresa pertencente ao estado chinês. De forma que essa história dos serviçoas públicos e serviços privados já não é assim tão líquida como noutros tempos. Porque na Europa o estado não pode monopolizar, mas na China já pode, não só monopolizar como vir comprar empresas à Europa e um pouco por toda a parte.
É como escreveu Camões há mais de quinhentos anos "Todo o mundo é feito de mudança/tomando sempre novas qualidades".
Nao sendo propriamente fã deste senhor posso constatar que tem tido uma postura assertiva com a cidade e os seus concidadãos, dando exemplo de ação civica, o que muito falta na cidade, não por cobardia mas mais por ignorância. Já agora recordo que a retorica ajuda a aprimorar o dialogo e nao o contrario.
ResponderEliminarTOMA QUE É PARA APRENDERES!
ResponderEliminarEstou mas é cheiinho de medo.
Quem me manda a mim, reles “exemplo da miséria intelectual”, atrever-me a comentar prosa de tão ilustre eminência intelectual?
Ponho-me a “insistir com as [minhas] incongruidades, da próxima vez não [me livro] de um tom um pouco mais agreste”!
Este homem caracteriza-se bem.
Quando tenta mostrar cultura, o que mostra é um arrazoado de clichés ultrapassados e, mais das vezes, errados ou sem fundamento.
Se tenta mostrar conhecimento da realidade, o demonstram é ignorância ou desfasamento.
Quanto ao modo de “pensar” (receio que tenhamos de nos ficar só pelo “modo”), o que evidência são tiques e reflexos de “comunicação” despoletados em função do que considera serem “ataques” ao seu lustro ego.
Tem-se como o mais correcto e assertivo comunicador. Mas o que faz efectivamente é agradecer os auto-elogios que recebe e tentar agredir (é mais tentar meter medo) a quem ainda não percebeu ou se está borrifando para tão nobre vulto da inteligência tomarense.
Perante prosa tão estilosa, moita! Resposta só à vista, como dizem aqui os nordestinos. Reposta civilizada, naturalmente.
EliminarMesmo desconfiando que a dita escrita tenha vindo das bandas de Sintra. Ou terá sido dos lados do bairro 1º de Maio?
Bem aja! Sr.António Rebelo.Quanta anciedade, e horas cortadas, se há atraso. Isto já cansa...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarAbro esclarecendo que eliminei o comentário seguinte duas vezes, uma por estar fora de sítio, outra devido a um erro de ortografia, com frásuca em vez de frásica. As minhas desculpas e passo a repetir o comentário em questão, agora de forma correcta:
EliminarVocê compreenderá, certamente sem qualquer dificuldade, aquilo que escreveu, mas olhe que eu não. Portanto, pedindo desculpa pela impertinência, solicito-lhe que seja mais claro, se possível sem erros de construção frásica nem de ortografia.
Sobre o seu cansaço, não se preocupe. É muito habitual quando não se pratica a leitura todos os dias, durante meses e anos, indo além dos textos sobre desporto, música moderna e assim.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÓ Sr. Rebelo:
ResponderEliminarO que o senhor faz é chicoespertice intelectual.
Lá trás o senhor ainda me perguntou:
"qual é a causa e qual o objectivo desta sua longa e acerada prosa visivelmente de circunstância?"
Pois agora respondo-lhe: por mero divertimento!
E também por sentido ético. Acho que não deixa de ser um dever evidenciar o ridículo da sua chicoespertice.
Quando tiver vagar e paciência, se não é pedir demasiado, agradecia que me explicasse essa sua expressão "chicoespertice intelectual". Até hoje nunca ouvi semelhante coisa, pelo que ignoro do que se trata e porque resolveu que se me aplica.
EliminarFica prometido.
ResponderEliminarUm dia destes saio-me com um pequeno texto.