A reunião da câmara de Tomar nesta segunda feira, dia 12, ficou marcada pela declaração dos vereadores do PSD para que se acabe com os SMAS – Serviços Municipalizados de Água e Saneamento por ter “uma gestão que não funciona”.
Num texto lido por José Delgado, o PSD defende que se ponha termo ao calvário dos consumidores, que se ponha “ordem na casa” e que os serviços prestados pelos SMAS sejam devolvidos à câmara.
Publicamos na íntegra a declaração do PSD:
"SMAS de Tomar, para quê?
O SMAS continua sem conseguir prosseguir num caminho razoável e eficaz, onde a proposta de orçamento e plano para 2019, resulta na sua confirmação, na sua ineficácia, por isso votámos contra.
Um exemplo, desta ineficácia do SMAS, consiste na falta de resolução da redução de perdas de água, por roturas e roubos de água. Cerca de 1 700 000 euros, perdidos, água paga pelo SMAS, pelos Tomarenses, mas desperdiçada.
Este valor 1700 000 euros, desperdiçado, deitado à rua, seria uma grande possibilidade, um contributo para mais investimento, na cidade, no concelho.
O SMAS continua a cobrar uma das águas mais caras do país.
O SMAS não resolve as descargas directas de águas residuais domésticas para o Rio Nabão na zona urbana.
O SMAS não conclui o processo da rede doméstica, na zona histórica, que tem ramais em sistema unitário, em vez de separativo.
O SMAS por falta de acção atempada, assistiu este fim-de-semana à inundação da Levada, com caudais da rede de esgotos. Dejectos e outros elementos contaminantes, espalhados pela via pública. Um atentado à saúde pública.
Aleada a esta inacção por parte do SMAS, assiste-se com as últimas chuvadas, a ameaças constantes de transbordo do Rio Nabão. As cheias ameaçam e porquê. Porque nos últimos anos o rio continua a assorear dia a dia e não se actua.
O rio esteve com caudais muito baixos, durante este verão e nada se fez, não se desassoreou o rio. Uma oportunidade perdida e que urge ser resolvida. Evitar os estragos provocados pelas inundações, que se advinham.
Face a este cenário e ao valor 1700 000 euros, desperdiçado, deitado à rua, pelo SMAS, julga-se ser o momento de repensar o SMAS e pensar seriamente em extingui-lo e permitir que a Camara Municipal de Tomar o Absorva, em toda a sua dimensão.
O SMAS, na forma como se apresenta hoje, é pouco eficaz e não representa qualquer mais-valia para Tomar. O caminho é acabar com o SMAS e passar a sua missão, as suas funções e responsabilidades para a Câmara Municipal de Tomar. Tomar irá ganhar.
Em relação à transferência de recursos humanos do SMAS para a câmara, em transição actualmente, qual o papel dos funcionários neste processo, quais os seus direitos e manutenção dos direitos. Não perder regalias. Impõe-se a sua total defesa.
Os cerca de 1700 000 euros, desperdiçados, pelo SMAS, seria benvindo à câmara, daria para desassorear o rio e tantas outras obras para executar. Em especial parte do saneamento nas freguesias.
Hoje as duas intervenções do público, reclamam acção do SMAS, casos de águas pluviais e saneamento, mais dois casos, em muitos, que teimam em ser resolvidos.
Haja coragem de por termo a este calvário, vamos pôr ordem na casa, vamos simplificar, vamos devolver à câmara estes serviços de água e saneamento.
Acabar com o SMAS, acabar com uma gestão que não funciona".
Ou estou a ver mal, o que seria natural, dados os mais de sete mil quilómetros que nos separam, ou esta intervenção do vereador Delgado, dita em tom algo agressivo para o meu gosto (ouvi apenas parte da gravação), mais não é que a oração fúnebre do enterro dos SMAS.A encomendação. Sim, porque o desmantelamento daqueles serviços já está previsto. 15 funcionários vão transitar para a Câmara (para desempenhar que tarefas?) e o restante irá em Janeiro para a nova empresa intermunicipal de água e saneamento. Se esta entretanto for para a frente...
ResponderEliminarEntretanto continuamos sem saber a que se deve a extinção da RESITEJO e quem são profissionalmente os 15 funcionários que a nova empresa recusou. A oposição continua a não cumprir cabalmente o seu papel, que neste caso seria informar a opinião pública, dado que a maioria o não faz com clareza.
Proposta de decisão feita em cima do joelho, que só serve para aparecer na comunicação social e dar a entender que há preocupação com os serviços. É o que se chama uma bomba-espetáculo para fazer barulho. Estudem os assuntos primeiro. Porque é que os SMAS não funcionam? 1-Por falta de investimento? E integrados na Câmara, esta tem folga financeira para garantir tal? 2- Por incompetência dos funcionários? Mas se estes passam a integrar os quadros da Câmara "com todos os seus direitos salvaguardados" (se o Passos ouve isto até se arrepia), que funcionários garantem as melhorias? 3-É na Cãmara atual que estão as competências que não existem nos SMAS? Então é mais simples transferir esses competentes e não se entende porque não estão já ao serviço. 4- Trata-se de um problema de incompetência da Administração dos SMAS? É capaz de ser mas aqui é mais complicado substituir os gestores porque estas nomeações são quase sempre resultado do amiguismo PS/PSD. Mas podem combinar entregar a gestão a um dirigente externo por concurso. 5- É para poupar dinheiro e poder baixar os custos? Mas se os funcionários são todos integrados, o que se poupa? Só se for a renda da casa. 6- Os quase 2 milhões de euros que dizem ser desperdiçados, são onde? Jantaradas, viagens, prendas? Com esta proposta do sr. Delgado desaparecem esses milhões de despesa do SMAS?
ResponderEliminarTudo isto é mais uma tristeza da política tomarense ou, quem sabe, é mais uma fake new.
Gostei do seu comentário. Está bem articulado e bem escrito, coisa que começa a rarear aí em Tomar. Dito isto, parece-me que leu mal (ou não leu mesmo?) a declaração do PSD. Se ler com atenção, verá que os quase 2 milhões de euros desperdiçados resultam de perdas de rede, que está caduca em boa parte, e de roubos de água.
EliminarA esses quase dois milhões há que acrescentar centenas e centenas de milhares de euros pagos a quem gere a ETAR, que no inverno trata em boa parte água da chuva, devido à existência de sectores da rede existente com colector único (domésticos+pluviais).
Infelizmente a senhora presidente dos SMAS, que é também presidente da Câmara, em vez de procurar resolver estes problemas na área urbana, optou pela expansão da rede de água e esgotos nas zonas rurais. Compreende-se. Os coitados dos consumidores urbanos, mesmo se mal servidos, já pagam e não protestam, enquanto os da periferia rural, que ainda não têm água nem esgotos da rede dos SMAS, estão livres das pesadas taxas. Por enquanto.
Para a actual maioria o importante não é servir; é ir buscar e arrecadar onde e enquanto há.
Se não sabe o que está a dizer é melhor calar-se
EliminarExcelente conselho para si próprio/a.
EliminarDe jóia da coroa a coroa de espinhos, o triste calvário de uns Serviços que para satisfação de alguns deixaram e ser falados por boas razões para o serem pelas que se lêem.
ResponderEliminarDesde terem deixado vender a Sede num gesto de incompetência incúria e desmazelo até à falta de investimento grosseiro em obras e equipamento é um fartar vilanagem das vistas curtas daqueles que têm por responsabilidade fazer a gestão da casa e o empurrar com a barriga dos sucessivos e importantes problemas a resolver na casa. É a gestão que se vê e desaplaude.
A chamada oposição que alcunha OS SMAS de O SMAS personificada nessa eminência técnica que berra pela água perdida à falta de melhor e mais convincente argumento melhor fora que melhor preparasse e estudasse os assuntos que mais não fosse pela simples e pequena questão de que os Serviços Municipalizados jamais serão “devolvidos” à Câmara porquanto pertencendo ao Município os Serviços Municipalizados sempre tiveram existência administrativa e financeira própria e autónoma. E com saúde e bom serviço prestado durante anos dizem.
Assim senhoras e senhores políticos estudai estudai estudai e preparai as matérias que sendo importantes para as pessoas são importantes para o concelho. Para isso fostes eleitos.
Senão daqui a três anos ides todos pelo canos.