quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Uma “ponte nova” com 50 anos (c/ fotos e vídeo)

“Melhoramento de extraordinária importância”, “portentoso elo de ligação entre as duas freguesias”, “grandioso empreendimento citadino”. Estes foram alguns dos qualificativos publicados há 50 anos na imprensa local para realçar a construção da chamada “ponte nova” de Tomar.


A travessia, designada oficialmente por “ponte eng° Eduardo Arantes e Oliveira”, abriu ao trânsito a 20 de dezembro de 1967, sem qualquer cerimónia inaugural.
Até então existia apenas a “ponte velha”, caracterizada na altura pela imprensa local como “estreita, com acessos acanhados e tortuosos, provocando engarrafamentos de trânsito”.
Por seu turno, a ponte nova representava “o concretizar de uma velha e justa aspiração” a ligar as freguesias de S. João Baptista e Santa Maria dos Olivais.
Foi em julho de 1963 que se iniciaram as expropriações para a construção da nova travessia.
A obra implicou a demolição de edifícios históricos. E os acessos envolveram a construção da rotunda, agora designada por Alves Redol, na altura criticada pela sua dimensão. “Monumental rotunda” escrevia o jornal Cidade de Tomar, “macrocefalismo” criticava O Templário.
A ideia era que na rotunda se erigisse um busto do ex-ministro das obras públicas, eng° Eduardo Arantes e Oliveira, que nasceu em Tomar e que foi o impulsionador da obra, sendo por isso “uma homenagem a todos os títulos justíssima”.

Imprensa critica problemas na obra

Em outubro de 1967 estavam praticamente concluídos os trabalhos da ponte. E as atenções centravam-se mais nos acessos, sobretudo na rotunda que se iria chamar eng° Eduardo Arantes e Oliveira até ao 25 de Abril.
“Há o desejo superior em que a nova ponte passe a ser utilizada sem demora”, lê-se no Cidade de Tomar mas nada se sabia acerca da data de inauguração nem se haveria cerimónias festivas relacionadas com a sua entrada em funcionamento.
Sem solenidades, a ponte abriu ao trânsito a 20 de dezembro de 1967, uma quarta feira, com algumas críticas à sua construção. “Mesmo com camelo, covas e curvas, a nova ponte constitui um elemento de primordial importância para a vida e desafogo da nossa cidade, ligando as duas freguesias urbanas numa amplitude que a todos os títulos se impunha”, lê-se no Cidade de Tomar de 23 de dezembro. O jornal refere que a Junta Autónoma de Estradas permitiu o funcionamento da nova ponte “na convicção de que na quadra natalícia o trânsito seria muito mais intenso”.
Na edição seguinte (30/12/1967) o jornal Cidade de Tomar dava conta de que a nova ponte “já está a ser francamente utilizada pelo público”. “Melhoramento de extraordinária importância, veio abrir à nossa terra novos horizontes de vitalidade e progresso e proporcionar uma melhoria incalculável no descongestionamento no trânsito que pela nova ponte dia a dia mais se acentua.” No texto do jornal pedia-se também que, no cruzamento da rua de Santa Iria, onde está atualmente a rotunda dos bombeiros, fosse colocado um sinaleiro nas horas de maior movimento.




Recorte do jornal Cidade de Tomar - 25-06-1967

Recorte do jornal Cidade de Tomar - 30-12-1967

Recorte do jornal Cidade de Tomar - 23-12-1967 

Críticas, sugestões e informações – tomarnarede@gmail.com; 913646234

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