Está aberto concurso para o lugar de diretor do Agrupamento de Escolas Templários, em Tomar. O anúncio foi publicado hoje no Diário da República e o prazo para apresentação de candidaturas é de 10 dias úteis.
Recorde-se que o atual diretor, Carlos Ribeiro, não aceitou ser reconduzido apesar do apoio do Conselho geral nesse sentido. Sintetiza as razões da sua decisão num "verdadeiro espírito democrático" e não põe de parte a hipótese de se recandidatar.
Nas eleições de há quatro anos só à segunda volta é que Carlos de Jesus Ribeiro foi eleito diretor do Agrupamento Templários tendo obtido 11 votos. O seu opositor era Paulo Macedo que conquistou nove votos, havendo ainda um voto em branco. Na primeira volta Carlos Ribeiro teve nove votos, Paulo Macedo, seis, Luísa Oliveira, cinco e Carlos Marques, um.
Compete ao Conselho Geral, órgão representativo dos vários setores da comunidade escolar, a eleição dos diretores dos agrupamentos ou a recondução dos mesmos. Refira-se que no agrupamento Nuno de Santa Maria, a atual diretora, Maria Celeste Sousa, aceitou ser reconduzida para mais um mandato de quatro anos.
Para se candidatarem ao lugar de diretor, os interessados têm de apresentar, além do seu curriculum vitae, um projeto de intervenção no agrupamento e ser sujeitos a uma entrevista individual.
Abertura do procedimento concursal prévio à eleição do Diretor
Os parasitas vão-se mantendo.
ResponderEliminarComo é possivel alguém candidatar-se vezes infinitas a um cargo publico sem sequer ir a eleições?
Já sei, tem tudo medo da senhora directora...
Seria bom que o novo director estivesse ao nível da escola que vai dirigir.
ResponderEliminarVale umas pinceladas.
Tem agora o nome de um francês que veio para Tomar, para a fábrica de fiação, e inventou a festa dos tabuleiros.
É uma escola que veio para Tomar, no final do antigo regime, num surto desenvolvimentista como Portugal não voltou a ter. De facto sempre ficou associada ao desenvolvimento, ao progresso e à educação do povo do concelho de Tomar e muitos arredores.
Enquanto cá em baixo, no liceu, andavam os meninos das supostas classes “bem”, os que eram para ir para a universidade independentemente da inteligência ou das limitações que os caracterizavam, para a Escola Industrial e Comercial iam os filhos das classes trabalhadores, os que queriam aprender e fazer-se à vida.
Sendo uma escola do regime, tinha de ser controlada por um homem do regime. Na altura um tal Júlio Dias das Neves, deputado da União Nacional.
Mas, acaso dos acasos, naquela conjuntura em que o regime também não conseguia controlar tudo, coincidiu encontrarem-se por ali um grupo de professores e uma amostra de jovens que permitiram ou fizeram coisas absolutamente excepcionais.
Desses nomes – e escrevo-os enquanto homenagem – ocorrem-me: Manuel da Silva Guimarães, Genoveva Laborinho, Maria José Leite e alguns mais que injustamente não recordo.
Com esta gente – e estávamos em 72/74 – lemos e aprendemos Bernardo de Santareno, José Afonso, Luis de Sttau Monteiro. Literatura, teatro e filosofia. Aprendemos com avidez, de um gosto que nos ficou até agora.
Estes anos todos depois do 25 de Abril é interessante constatar como, por exemplo no “liceu” (agora Santa Maria dos Olivais) a matriz cultural elitista se mantém e reproduz com a mesma eficácia de sempre. Tive lá o meu filho e vi de muito perto a dinâmica daquela casa. Nem vale a pena dar exemplos do bafiento e hipócrita que aquilo é.
Mas da Jácome chegam-me ecos de uma dinâmica de trabalho e de uma preocupação de igualdade com todos os alunos, um gosto pelo trabalho de ensino e formação dos jovens que faz jus à tradição que lhe conhecemos.
Os candidatos a directores devem apresentar um plano ou projecto de orientação para o mandato a que se candidatam. Seria interessante que esses textos fossem do conhecimento geral. Uma vez uma amiga deu-me a ler um dos que a actual directora do “liceu” teve de fazer para cumprir as formalidades de candidatura. Darem-mo a ler já foi um favor excepcional. E aquilo era duma vacuidade que valha-nos Deus. Um discurso redondo, vazio. Eduquês em todo o seu esplendor.
Seria interessante e uma excelente lição de civismo, na esteira da tradição da Jácome, que essas propostas, em vez de ficarem “escondidas” no pequeno grupo dos escolhidos, pudessem ser do conhecimento da comunidade educativa, como tanto gostam de dizer.