"O elogio da Loucura", obra-prima de Erasmus de Roterdão, constitui-se como uma das peças literárias a ter em conta para percebermos quem somos e o mundo em que vivemos. Obra filosófica do renascimento tem como personagem principal a "Loucura".
Aplicando um filtro com os princípios, ideias e reflexões de Erasmus à pacata vida da nossa terra, verificamos imediatamente que os cânones proclamados na sua obra encontram-se aqui em prática...
Aqui, sim, aqui é certo ser a Loucura quem comanda a vida!
Erasmus bem nos alerta para a circunstância de “os maiores males se infiltrarem na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem e, de facto, também não haver nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável”. E também por ele sabemos que “os males que não são percebidos são os mais perigosos”.
E como reagir a isto? Novamente encontramos reposta nas reflexões de Erasmus quando nos diz que “a pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos”.
Estamos pois chegados à circunstância de ser considerado um elogio ser-se apelidado de Louco! Claro que no pressuposto do autor de que “a loucura é a origem das façanhas de todos os heróis”...
Aqui chegados, é fácil perceber que aqueles que tiverem consigo o mais louco, mais hipóteses terão de vencer... Há quem simplesmente tenha percebido isso primeiro e agido em conformidade! É que, como bem nos diz Erasmus, “toda a tolice, por mais grosseira que seja, sempre encontra sequazes”.
Conclusão: só mesmo quem não leu Erasmus é que se poderá admirar do atual status quo...
Pois é, a falta de cultura paga-se caro!
E agora? Cultivem-se! E se de entre todos vocês houver alguém suficientemente insano, alguém superiormente demente, então esse que desafie o Louco!
Como bem dizia Erasmus de Roterdão:
“Não há presente melhor que o bom conselho”.
José da Silva
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