quinta-feira, 26 de maio de 2016

Crónica de uma noite de violência na Praça da República

Pedimos a uma das testemunhas das cenas de violência registadas na noite do último sábado, 21, na Praça da República em Tomar que nos relatasse com rigor o que de facto aconteceu.

Tomar, a Rainha das Flores

Sábado 21 de Maio.
A noite de temperatura agradável, convidava ao passeio.
Talvez por isso, a Praça da República se encontrava com mais gente com que o habitual.
As três esplanadas cheias, música revivalista dos anos oitenta numa delas. Algumas pessoas aguardavam por vagas nas mesas.
O pedestal do D. Gualdim ocupado por pequenos grupos de jovens e alguns casais que vigiavam as corridas dos seus filhos pequenos pela praça.
Nas arcadas da câmara, várias dezenas de jovens, acumulavam-se, confirmando ser aquele recanto da praça, um novo ponto de encontro e convívio.
De repente, gritaria nas arcadas. Um rapaz com o seu cão corre aos gritos em direção à Corredoura perseguido por vários rapazes de etnia cigana.
Mais atrás, amigos do rapaz correm em seu encalço.
Mais atrás, mais ciganos correm no encalço dos ciganos perseguidores.
O rapaz é alcançado por três na Silva Magalhães.
Do nada, surge nas mãos de um dos ciganos um bastão extensível, que usa como consegue nas costas do rapaz. Outro pontapeia o cão.
Grita-se na praça. Corre-se para fora das esplanadas.
Discreto. No segundo grupo dos ciganos perseguidores, um deles firma com a mão direita aberta, contra a coxa direita, uma pistola de pequeno calibre (talvez de alarme, adaptada), tentando ocultá-la. Protegia as costas aos agressores em atitude expectante e rodeado também ele de vários outros.
A contenda desloca-se novamente para a praça. O rapaz corre para a zona das esplanadas procurando entrar num dos cafés. É novamente alcançado. E derrubado, contra as cadeiras novamente agredido pelos três.
Dos poucos ainda sentados na esplanada, surge a ajuda tardia. Os ciganos largam o rapaz e preparam-se para enfrentar os que o socorriam. Brandem cadeiras da esplanada como arma de defesa. Mais atrás, uma rapariga grita, chamando-lhes aquilo que mostraram ser: CIGANOS, COBARDES!
Do segundo grupo de ciganos teve a resposta. O do bastão, que se juntara ao da pistola, agarrou-a pelos cabelos e agrediu-a com o bastão nas costelas.
Num ápice.
O grupo dos agressores, corre acelerado para a rua Infantaria 15. Mais atrás, a passo, o seu grupo de segurança, com o da pistola e o do bastão a vigiar se são perseguidos, vão pela rua de S. João.
Decorrem largos minutos de sururu. Aos poucos as pessoas regressam à Praça.
Comenta-se o sucedido. Alvitram-se causas: ajuste de contas de negócios de droga (os agredidos, namorados, deviam dinheiro aos agressores); ciúmes; comentários xenófobos.
Chega, devagar, o carro patrulha. Com dois agentes. Estaciona no canto da praça virado para a infantaria 15.
Com sorte, ainda se veriam os agressores naquela rua. E viam-se de certeza, na rua de S. João, os do grupo de segurança. Mas já sem o da pistola e o do bastão que valentemente se esgueiraram para esconder.
Discretamente os agentes inteiram-se do sucedido. Chegam a um dos agredidos. Levam-no até casa. Não pretende apresentar queixa.

Quarta-feira, 25 de Maio.
Três carros patrulha, duas motas, onze agentes impecavelmente uniformizados e armados.
Asseguram a ordem pública.
Reservaram espaços de estacionamento em várias ruas. Mandam parar quem circula. Impõem silêncio aos que param.
As gravações da telenovela ‘A Raínha das Flores’ são gratificadas e não podem ser perturbadas.

Quinta-feira, 26 de Maio. Dia de Corpo de Deus. Feriado reposto. 
Saudosas, as pessoas juntar-se-ão à noite na Praça, a comentar este episódio, e as belas imagens da cidade que surgiram no episódio da Rainha das Flores.

11 comentários:

  1. TOMAR.Cidade de quem,autoridades respondam...

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  2. Adoro a ética e imparcialidade de alguns jornalistas...A propósito, caso não saibam,passo a informar,sim,porque eu posso tomar partidos, os mesmos agentes que estavam aprimoradamente a zelar pelo sucesso das gravações da telenovela gratificada, foram possivelmente os mesmos que entraram pelo Flecheiro dentro e levaram um ser de etnia cigana para cumprir prisão,mas isso se calhar não é de referir...Mostra um lado positivo da PSP...

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  3. José da Silva (Anónimo)26 de maio de 2016 às 14:34

    Se não fosse o presidente do PSD de Tomar "que não existe", na vossa opinião, a relatar o caso vocês não tinham a notícia.

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    1. O que vale é que só o Tenreiro júnior é que sabe o que acontece em Tomar...
      Haja paciência. Andam mais dementes que o Luís Ferreira...

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  4. Este blogue não é um jornal. Logo, o seu autor não é jornalista.
    Aliás, não existem jornalistas no activo em Tomar. Existem escribas, maus, que pactuam com o regime e o poder camarário e há décadas aprenderam a esgueirar-se pelos corredores de quem mais lhes convém.

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  5. Eles não são cobardes, cobardes somos nós que ficamos indiferentes a isto, só uma rapariga fez frente aos de etnia cigana.. Quantos estavam na esplanada e nada fizeram??
    Juntavam se todos,para a próxima pensavam duas vezes antes de provocar distúrbios! Não era necessário a polícia intervir..
    Cada vez mais temos de fazer justiça, contra as injustiça daqueles que só querem ter direitos e nada de deveres!
    Tenho dito..

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  6. Quer dizer que não foi espancado dois jovens na sexta feira? Quer dizer que não perseguiram vários jovens? Quer dizer que na segunda feira não voltaram a perseguir um jovem? Também è mentira que o jovem líder que pertence ao mesmo grupo, não está a ser acusado por tráfico? Também é falso a perseguição a um rapaz que vive na vila palmeira, que ficou sem tenis e sem bicicleta? Também è falso que tudo se deve porque vários jovens estão como testemunhas de acusação?

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  7. Pois, eu tendo pouco contra a étnia cigana, até fico pasmado...

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  8. Quer dizer que não foi espancado dois jovens na sexta feira? Quer dizer que não perseguiram vários jovens? Quer dizer que na segunda feira não voltaram a perseguir um jovem? Também è mentira que o jovem líder que pertence ao mesmo grupo, não está a ser acusado por tráfico? Também é falso a perseguição a um rapaz que vive na vila palmeira, que ficou sem tenis e sem bicicleta? Também è falso que tudo se deve porque vários jovens estão como testemunhas de acusação?Para não falar nas mensagens nas redes sociais, morte ao chibos. Como è possível, ouvir só uma versão na história típica Tomarense. Bastante parcial...

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    1. Vocês são uns santinhos queres tu dizer, nunca fizeram nada a ninguém, nunca traficaram, nunca roubaram, nunca fizeram mal a ninguém, para não falar de outras coisas, vocês acham-se acima de qualquer lei, não tem respeito por ninguém, se vocês não focem assim não se achariam rejeitados pela sociedade. Claro não são todos assim mas infelizmente a maioria sim é não podes dizer o contrário toda a gente sabe o que fazem, mas como vocês só se dão ao respeito pela vingança e ameaças é normal que nunca ninguém vos diga nada. Desabafo de um tomarense farto de injustiça.

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  9. Quer dizer que só existe uma coisa por parte do PSD, aproveitamento político! Trabalhar??? Não sabem como é!! Quem expandiu o acampamento??? Quem aceitou as famílias corridas dos concelhos limítrofes??? Aliás se formos fazer exercícios percebemos quem é o pai da desgraça desta cidade! Mercado encerrado após 3 anos de pareceres! Dezenas de processos (que estamos a perder) para adiar problemas! Dívida monstruoso! Clubes centenários desterrados depois de uma dúzia de anos o S.C.T. finalmente volta a casa! O UFCIT vive ruas de amargura depois de também lhe terem destruído a casa etc... Tanta coisa q até aborrece citar... O que digo é que destruíram tanto que até arripia, e ao inves de trabalharem, so querem conversa da treta!! trabalhar??? É mais facil lavar a alma com caminhadas a Fátima e coisas levianas do género! poupem-me o pincel!!!!!!

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