quinta-feira, 24 de março de 2016

Esta câmara não é para todos

A câmara de Tomar funciona num edifício do século XVI, classificado, cujos acessos não estão preparados para pessoas com mobilidade reduzida. O edifício dos paços do concelho é composto por três pisos e uma escadaria que começa logo para aceder ao rés-do-chão.
Nem sequer para o balcão único, que funciona no rés-do-chão, e onde os cidadãos vão tratar de assuntos como o pagamento da água ou uma licença de construção, existe uma simples rampa que possibilite o acesso a pessoas em cadeiras de rodas ou com carrinhos de bebés.
O tema tem maior acutilância e atualidade desde que foi eleito para o parlamento um deputado paraplégico pelo Bloco de Esquerda. Jorge Falcato tem de enfrentar vários obstáculos para entrar e circular em cadeira de rodas no edifício da Assembleia da República. No entanto, já foram feitas algumas obras de adaptação para resolver o problema.
Transpondo o caso para Tomar perguntamos: e se fosse eleito um paraplégico para a câmara de Tomar? E se um cidadão com mobilidade reduzida quiser participar ou assistir a uma reunião de câmara? Como faz uma mãe ou um pai com um carrinho de bebé para subir ao 2.° andar do edifício?
A câmara argumenta com pareceres negativos da Direção Geral do Património Cultural que não permite a colocação de rampas na fachada, por se tratar de um edifício histórico, conforme noticia esta semana o jornal Cidade de Tomar.
O semanário destaca o tema tendo como protagonista Laura Nunes uma utente do CIRE que se desloca em cadeira de rodas.
Deficientes, idosos, pais com carrinhos de bebés são algumas das pessoas que são atualmente excluídas na utilização dos serviços camarários por falta de acessos.
Recorte do jornal Cidade de Tomar

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