Para perceber as razões desta mudança “Tomar na Rede” colocou algumas perguntas ao atleta tomarense:
O Helder Ferreira surpreendeu tudo e todos quando colocou no facebook a informação de que no dia 1 de fevereiro mudou-se para Amesterdão. O que aconteceu? O que o levou a emigrar?
A decisão de mudar de país surgiu através duma oportunidade na empresa/IKEA da qual faço parte desde há 13 anos. Foi uma decisão bastante ponderada mas que surgiu de um dia para o outro e como tal a celeridade de todo o processo foi alucinante! A Holanda e em concreto a cidade de Amesterdão onde resido desde 1 de fevereiro de 2016, sempre estiveram no meu imaginário como locais onde não me importaria de um dia viver! A oportunidade surgiu e não podia deixá-la passar ao lado!
Ou seja, em termos profissionais vai fazer o mesmo que fazia em Portugal ou não é bem assim?
Anteriormente era o Country IKEA Food Manager de Portugal e agora sou o Country IKEA Food Manager da Holanda, aparentemente nada muda mas não é bem assim... Portugal tem três lojas, a Holanda tem 12 lojas. A cultura gastronómica e os hábitos alimentares dos Holandeses são totalmente diferentes dos Portugueses. A cultura empresarial e as relações laborais são totalmente diferentes na Holanda. etc...
Em concreto quais as suas funções na IKEA?
Sou Country IKEA Food Manager da Holanda. Resumidamente sou o responsável nacional por todo o negócio alimentar da IKEA que inclui restaurantes, cafetarias, bistros e lojas suecas do país.
“A minha vida divide-se em três grandes focos: a família, o trabalho e o desporto”
Quais os seus planos?
Se tudo correr conforme planeado ficarei na Holanda cinco anos, depois logo se vê!
E a família?
Em junho os meus filhos terminam a escola e como tal eles juntamente com a minha mulher irão juntar-se a mim nesta aventura. Até lá iremos andar entre Portugal e a Holanda, afinal de contas são apenas 2h e 1/2 de viagem, quando ia de Lisboa a Matosinhos para visitar a loja gastava pelo menos três horas de viagem... Contamos que esta aventura seja benéfica para todos, não só a nível profissional como também a nível pessoal e académico. É na minha opinião uma das maiores formas de crescimento num curto espaço de tempo! É sairmos totalmente da nossa zona de conforto e começarmos uma vida nova noutro país, isso faz-nos crescer muitíssimo e dá-nos grandes valências para o futuro, sobretudo para os mais novos!
E o atletismo? Consegue conciliar o atletismo com o trabalho?
Eu corro e compito desde os 9 anos de idade. A minha vida desde há muitos anos que se divide em três grandes focos: a família, o trabalho e o desporto. Sempre consegui conciliar estas grandes prioridades, contudo em determinadas alturas da vida umas pesam mais que outras e como tal há que balancear tudo isto. Por exemplo, agora que mudei de país sei que ao nível profissional e familiar terei de me empenhar bastante, como tal é normal que a parte desportiva sofra um pouco com isso... contudo também sei que o desporto é fundamental para me ajudar a manter o equilíbrio e como tal irei continuar a correr mas certamente um pouco menos que o habitual. É apenas uma fase de adaptação, dentro em breve as três prioridades estarão novamente equilibradas!
“Tenho muita honra em representar o clube da terra onde nasci”
Atletas com o nível como o seu, com resultados notáveis a nível mundial, acha que deveriam ser mais apoiados? De onde deveriam vir esses apoios?
O que eu acho é que as modalidades amadoras em geral são pouco reconhecidas no nosso país e a corrida é uma delas, dá-se demasiado destaque ao futebol. Os media tem um papel fundamental neste sentido e também é verdade que a população em geral é pouco exigente no que respeita à qualidade da informação que lhes chega. Veja-se por exemplo o tipo de notícias dos chamados jornais desportivos em Portugal, eu creio que esses jornais se deveriam chamar jornais de futebol e não desportivos. Se as modalidades amadoras tivessem maior visibilidade no mercado as marcas e os patrocinadores dariam mais apoio às mesmas, é uma questão de visibilidade! Eu por exemplo desde há muitos anos que deixei de ver futebol como forma de protesto, comigo não tem audiências!
E o União de Tomar?
O UFCIT é o meu clube desde há muitos anos. Tenho muita honra em representar o clube da terra onde nasci e com o qual conto continuar a representar esteja eu na Holanda, em Portugal ou na China! Confesso que já tive muitas propostas para representar outros clubes mas para mim não há maiores valores que os da amizade, confiança e pertença, e isso é tudo aquilo que sinto pelo UFCIT!
E as provas que ajudava a organizar em Tomar?
A minha ajuda sempre foi realizada através da divulgação das provas pelas redes sociais e/ou com o meu apadrinhamento das provas. Tudo isso poderei continuar a fazer!
Na sua vida o que representa esta mudança?
Esta minha mudança de vida é um até já e não um adeus! Irei vir muitas vezes ao longo do ano a Portugal, não penso nem pretendo fazer um tipo de emigração típica dos anos 60. Felizmente as minhas condições são suficientemente boas para poder ter uma vida perfeitamente normal noutro país nunca esquecendo as minhas raízes e o país que amo! Esta é uma oportunidade que não poderia deixar escapar, se o fizesse provavelmente iria arrepender-me para o resto da vida, era agora ou nunca! O mundo é demasiadamente grande e merece que o visitemos e experimentemos duma forma mais ativa para que num futuro próximo saibamos dar valor aquilo que temos conhecendo aquilo que será nosso apenas temporariamente!
Um campeão no atletismo e na vida, obrigado HÉLDER por seres de tomar e atleta do Uniao, nosso camarada de vícios, o atletismo.
ResponderEliminarObrigado! Sem dúvida um vício saudável! Até breve
EliminarAqui está alguem à frente do seu tempo, sem medo de quebrar a rotina. Parabéns Helder, querer é poder! Tenho a certeza que o sucesso é merecido!
ResponderEliminarquando não há condições muda-se de camisola, ténis e calções!
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