O arquiteto José Inácio da Costa Rosa no seu texto “Evolução da Fisionomia Urbana, Arquitectónica e Construtiva de Tomar” publicado no livro “Tomar Perspectivas” (1991) explica como surgiu esta avenida e qual a razão do seu nome:
“(…) E para rematar a evolução urbana no decénio compreendido entre 1875 e 1885 é justo destaquemos da grande obra de abertura e criação da avenida Marquês de Tomar junto ao rio Nabão, obra de uma importância de realçar tanto por haver terminado com a lamacenta estacada como ainda por ter proporcionado uma melhoria no trânsito viário no acesso à saída para Leiria, realmente o trânsito nesse sentido processava-se pela Corredoura e pela Rua Direita da Várzea Pequena. As ruas dos Oleiros, Gil Avô e da Capela terminavam nas margens do rio com uns respectivos cais que eram muito insalubres assim como a estacada vizinha. E a altura foi asada para os operários da Fábrica de Fiação não ficarem desempregados devido ao grande incêndio de 1883 e assim vieram tomar conta das obras da Avenida cujo o arranque se deve à influência política do Marquês de Tomar e por tal motivo os tomarenses reconhecidos ofertaram mais tarde o seu nome à recente avenida. Como os terrenos eram de elevado nível freático, os alicerces da muralha marginal tiveram que assentar sobre estacaria ao mesmo tempo que o curso do rio foi desviado para o sulco do mesmo a nascente do mouchão, tendo realizado um secador no sulco a poente, o que para a época constitui notável trabalho de engenharia. Mais tarde já em 1888 foi colocada grade de ferro igual à da Várzea Pequena e à da ponte, esta infelizmente trocada por cortina de cantaria nos anos 40 deste século (XX). Parece-nos ter sido muito mais harmonioso ter mantido a grade de ferro na ponte, como continuação da que já vinha do jardim mantendo um conjunto de mais leveza visual”.
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